PUBLICIDADE
  • A minha conta
  • Loja
  • Arquivo
  • Iniciar sessão
Carrinho / 0,00 €

Nenhum produto no carrinho.

Jornal de Leiria
PUBLICIDADE
ASSINATURA
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Jornal de Leiria
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Home Sociedade

A capelinha que resistiu à bomba e à demolição

Maria Anabela Silva por Maria Anabela Silva
Março 8, 2019
em Sociedade
0
A capelinha que resistiu à bomba e à demolição
0
PARTILHAS
0
VISUALIZAÇÕES
Share on FacebookShare on Twitter

A pressão do povo, que desde 1917 ia acorrendo à Cova da Iria, para que aí se construísse uma capela, em homenagem à Virgem, era cada vez maior. Essa vontade popular surge, desde a primeira hora, alimentada pela mensagem dos três videntes, que “deixam claro” que havia um pedido de Nossa Senhora para que, naquele monte ermo e virgem, fosse erigido um templo.

Seria, contudo, necessário, esperar até 1919 para que construção avançasse. Já havia esmolas reunidas para financiar e as autoridades eclesiásticas, que inicialmente desconfiaram do fenómeno das Aparições, acederam, finalmente, a que a edificação se fizesse.

E fez-se pelas mãos do povo, mais concretamente, pelo labor de dois artífices – Joaquim Barbeiro e Manuel Inácio, que viviam na Chaínça e Casal do Meio (São Mamede), lugares vizinhos da Cova da Iria – que, em poucos meses, puseram a capelinha de pé.

A ermida ficaria concluída em Junho de 1919, mas só dois anos depois, em 13 de Outubro de 1921, recebeu a primeira missa. A propósito dos 100 anos da Capelinha das Aparições, que são narrados numa exposição Capaela Múndi, patente no Convívio de Santo Agostinho, na Basílica da Santíssima Trindade (ver caixa), o JORNAL DE LEIRIA recorda alguns dos episódios marcantes deste templo, considerado por muitos como o coração do Santuário de Fátima, que sobreviveu a um atentado bombista e a várias tentativas de demolição.

Nesta história, há uma figura feminina que emerge: Maria dos Santos Carreira, que ficaria conhecida como “Maria da Capelinha”, uma mulher do povo, que vivia na Moita Redonda, um lugarejo localizada nas imediações da Cova da Iria, e que, desde a primeira hora, assumiu o papel de zeladora do templo.

Ainda antes, limpou o mato em torno da azinheira – onde, segundo a narrativa das Aparições, terá aparecido Nossa Senhora -, que enfeitava com fitas.

Foi também ela que assumiu o papel de fiel depositária das esmolas que os peregrinos iam deixando e que financiaram a construção da capela.

“[Maria Carreira] Foi a primeira tesoureira deste lugar”, diz Marco Duarte, director do Museu do Santuário de Fátima, contando que, segundo cronistas da época, “ninguém queria ficar com dinheiro” dos peregrinos e que seria esta mulher simples a chamar a si essa tarefa.

Já depois da obra feita, Maria Carreira assumiu-se também como zeladora da capelinha e da imagem de Nossa Senhora.

Nesse papel, voltaria a ser personagem importante num outro momento marcante do templo, ocorrido a 6 de Março de 1922.

Na madrugada desse dia, a capela sofreu um atentado à bomba, que a deixa parcialmente destruída. Salvaram-se as paredes e a imagem de Nossa Senhora, que estava à guarda de Maria Carreira.

“Era hábito recolhê-la em sua casa. [A imagem] Só vinha para os dias de festa e de celebração”, conta Marco Duarte. Seria, então, graças a esse procedimento que a imagem ficou a salvo daquele atentado, levado a cabo por desconhecidos.

Aquele investigador frisa que “nunca se apurou claramente quem foi o autor” do ataque, sendo que “a correspondência da época deixa intuir que terá sido perpetrado por um grupo ligado à maçonaria, que, por razões políticas,  [LER_MAIS] queria atacar Fátima, que estava a ganhar uma força muito grande, ao arrepio do que queria o regime da Primeira República”.

Os trabalhos de reconstrução da capelinha seriam iniciados quase no imediato e, em menos de um ano, o templo já estava, de novo, de pé, tendo sido reinaugurado em 13 de Janeiro de 1923.

Esta não seria, no entanto, a única vez em que a ermida, construída para cumprir o pedido que Nossa Senhora terá feito aos Pastorinhos – “Façam aqui uma capela em minha honra, que sou a Senhora do Rosário” – esteve em risco.

Durante anos houve da parte das entidades eclesiásticas a intenção de a demolir e de, em seu lugar, construir um templo com os “cuidados da arte”, com o desenvolvimento de vários projectos.

O primeiro surge no final dos anos 20, pela mão de Gerardus Van Krieken, arquitecto autor da Basílica de Nossa Senhora do Rosário, e pretendia que a capelinha fosse “completamente refundida e transformada num lindo e gracioso monumento, com outra linguagem”, como referia, em 1929, o jornal Voz da Fátima, o órgão oficial do Santuário.

De templo popular a “relíquia” Nas décadas seguintes, continuam a ser apresentadas propostas para a capelinha, algumas das quais estão expostas na mostra Capela Múndi, com o objectivo de lhe retirar a linguagem popular.

“Pretendia- se que ela pudesse ser reconfigurada com um estilo arquitectónico traçado em gabinete, dando-lhe um linguagem erudita”, explica Marco Duarte, adiantando que a ideia da demolição só é definitivamente abandonada nos anos 80.

No início dessa década, no âmbito de um concurso nacional em que entram alguns dos melhores gabinetes de arquitectura da época, a capelinha ganha a configuração actual, através de um projecto da autoria de José Carlos Loureiro.

Retira-se o “alpendrezito”, adicionado nos anos 20 à construção original, e coloca-se uma outra cobertura, já com uma linguagem erudita, que é inaugurada aquando da primeira visita de João Paulo II ao Santuário de Fátima, em Maio de 1982.

Com esta intervenção, a capelinha passa a estar inacessível ao visitante e assume uma posição de relíquia. “Apenas pode ser vista de todos os lados, como se fosse uma escultura. Ganha o estatuto de relíquia, guardada sob um grande baldaquino ou pálio [novo alpendre]”, diz Marco Duarte, frisando que, embora mais distante dos peregrinos, a capelinha surge “mais valorizada”, mantendo-se como “o coração Santuário”.

Foi, frisa, em seu redor que se construiu o culto e é nela que se demonstram os gestos “mais significativos”, seja através da oração, da recitação do terço, do cumprimento de promessas ou de momentos de intimidade, alguns dos quais são partilhados em centenas lápides em pedra, com mensagens de gratidão, que o Santuário recebeu, ao longo dos anos, e que, até década de 70, se encontravam afixadas nas paredes da capelinha.

“Ainda hoje nos continuam a chegar lápides, que são guardadas na reserva do Museu de Santuário”, revela Marco Duarte, adiantando que há também “milhares de cartas”, com mensagens se agradecimento e de súplica deixadas na capelinha, que se encontram arquivadas e que apenas podem ser consultadas por investigadores, embora em muitos casos, sem identificação do autor.

Algumas dezenas de caixas com essas missivas e várias lápides estão expostas na mostra Capela Múndi.

Etiquetas: cova da iriahistóriapastorinhosreligiãosantissima trindadesantuário de fátimasociedade
Previous Post

Março é mês de ir ao teatro!

Próxima publicação

Das letras para a mediação imobiliária

Próxima publicação
Das letras para a mediação imobiliária

Das letras para a mediação imobiliária

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

  • Empresa
  • Ficha Técnica
  • Contactos
  • Espaço do Leitor
  • Cartas ao director
  • Sugestões
  • Loja
  • Publicidade Edição Impressa
  • Publicidade Online
  • Política de Privacidade
  • Termos & Condições
  • Livro de Reclamações

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.

Bem-vindo de volta!

Aceder à sua conta abaixo

Esqueceu-se da palavra-passe?

Recuperar a sua palavra-passe

Introduza o seu nome de utilizador ou endereço de e-mail para redefinir a sua palavra-passe.

Iniciar sessão
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Opinião
  • Sociedade
  • Viver
  • Economia
  • Desporto
  • Autárquicas 2025
  • Saúde
  • Abertura
  • Entrevista

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.