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“A Casa das Selecções vai ser o ex-líbris da nossa federação”

Inês Gonçalves Mendes por Inês Gonçalves Mendes
Janeiro 30, 2025
em Entrevista
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“A Casa das Selecções vai ser o ex-líbris da nossa federação”
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Prometeu instalar a Casa das Selecções na Marinha Grande. Que passos estão a ser dados no sentido de avançar com este projecto? Estamos a fazer uma aposta muito forte na juventude. É a pensar nos nossos jovens que a Casa das Selecções foi idealizada para que eles tenham condições de treino e vai ser uma realidade. Inclusivamente, já falei com o secretário de Estado e com o presidente do IPDJ. Vamos ter uma reunião no dia 29 [realizada ontem, após o fecho desta edição], com o executivo da Câmara [da Marinha Grande], para começarmos já a avançar, porque diria que já é tarde. Vai ser bom para o atletismo português, vai ser realmente uma coisa histórica e vai ser fantástico para a região de Leiria. Estou ansioso para ver a Casa das Selecções pronta.

Porque escolheu a Marinha Grande para receber este equipamento? Por um lado, porque é um município que sempre esteve com o atletismo. As nossas selecções treinaram durante muitos anos em São Pedro de Moel. Eu próprio e o meu irmão tivemos uma casa na Marinha Grande. Pelas condições de excelência que a Marinha Grande tem, foi unânime, em conversa com todos, que a Marinha Grande seria um local de excelência para esta infra-estrutura.

Onde será construída? Há dois locais. Temos prioridade pelo que é na Mata [Nacional de Leiria], porque os atletas estariam num sítio de silêncio, sem grandes distracções. Uma das nossas condições é que todos os jovens que queiram lá viver terão que estudar em simultâneo e o município já se disponibilizou ao nível dos transportes. A outra hipótese seria mais perto da cidade, num local de um clube que está desactivado, mas o que gostaríamos mesmo era na Mata.

Para que servirá a Casa das Selecções? Para apostar nos nossos jovens e para terem um local com que se identifiquem. Diria que estarão na sua casa, onde terão durante todo o ano disponibilidade para treinar todas as disciplinas. Na Marinha Grande também temos o estádio com uma pista, temos Leiria muito perto com um centro de lançamentos. Também queremos aproveitar as pausas das selecções para abrir [a Casa das Selecções] a outras selecções estrangeiras. No Inverno, os países nórdicos procuram muito o nosso País e acredito que com uma estrutura de excelência como a que vamos ter ali, teremos sempre a Casa das Selecções cheia e a rentabilizar.

Quanto custará e quando irá abrir? Vai ser uma obra que andará perto dos dois milhões de euros. Vamos fazer coisas simples, nada de coisas megalómanas. Simples para ser executado.

Durante a sua candidatura, prometeu um movimento de mudança na federação. Além da Casa das Selecções, que mudanças é que poderão ser esperadas? Uma grande mudança foi logo na entrada quando levámos ao Campeonato da Europa de Corta-Mato, na Turquia, 42 jovens, coisa que não acontecia há 15 anos. Foi uma mudança radical, porque normalmente iam menos atletas. No próximo mês vamos mandar para um meeting internacional 40 jovens de sub-18 e sub-20 e os seus respectivos técnicos. Em Março, vamos fazer um estágio com perto de 50 atletas. Logo por aí, há uma certa mudança. Como é óbvio, há outras mudanças que não conseguimos implementar de um dia para o outro, mas estamos a apoiar ao máximo os nossos atletas. Sempre disse isto: primeiro os atletas. Se não temos atletas, não temos atletismo. Quando digo atletas, vêm os treinadores, os clubes e por aí fora. O último da pirâmide é a federação. Estamos a trabalhar arduamente à procura de investimento privado e já lá chegámos. Temos empresas privadas que já estão a assinar protocolos de parceria com a federação. Não nos podemos esquecer que temos de ajudar os clubes também. Os clubes são fundamentais porque vivem dificuldades e a federação tem de se preocupar com a ajuda a esses clubes através das associações.

E que mudanças pretende ver no atletismo nacional? Como se deve imaginar, uma federação também vive muito das medalhas, devido aos patrocínios e ao investimento do Estado. Dando condições aos atletas, acredito que essas medalhas vão aparecer. Neste momento, a nossa preocupação é prepará-los a longo-prazo. Em Portugal, 74 % da população não faz actividade física. Creio que a Federação de Atletismo tem um papel muito importante perante a comunidade. Temos o Programa Nacional de Marcha e Corrida, estamos a prepará-lo muitíssimo bem e vamos articulá-lo com as nossas associações para que, em todo o País, possamos pôr essas pessoas, que hoje não fazem actividade física, a fazer qualquer coisa.

Como explica que Leiria tenha tantos craques no atletismo? A associação que mais me surpreendeu em termos de organização foi a de Leiria. Isso é fruto de um excelente trabalho e de organização. E quando há uma excelente organização e apoios, os frutos aparecem. Não foi por acaso que quisemos que a Casa das Selecções ficasse muito perto desta associação, porque temos aqui atletas de excelência. Quando veio para a federação, disse que esta seria uma forma de retribuir à modalidade tudo aquilo que já lhe deu.

Como é que o atletismo moldou a sua vida? Sou uma pessoa muito simples e humilde. Não tenho vergonha de falar das minhas origens. Vim de uma família muito pobre e o atletismo é que me deu tudo o que sou hoje. Não só a nível familiar e económico, mas a todos os níveis. É por gratidão que retribuo à minha modalidade aquilo que me deu na vida. Sinto um orgulho muito grande pelos nossos associados acreditarem em mim. Desejo ser útil para eles e para a modalidade e, no dia que entenderem que não serei mais útil, ou que não estou a corresponder às suas expectativas, vou-me embora. Irei extremamente feliz por retribuir muito do que a modalidade me deu.

Como entrou o atletismo na sua vida? Comecei a trabalhar muito jovem, oito horas por dia com 10 anos e parei de estudar com essa idade. Eu e o meu irmão fomos trabalhar. Eu fui para as obras e ele foi para carpintaria. E, quando tinha quase 15 anos, naturalmente, foi por acaso que comecei a correr, às escondidas dos meus pais, porque eles não queriam que nós corrêssemos, com o receio que ficássemos doentes e que não pudéssemos ir trabalhar. O mais importante naquela altura era o dinheiro que ganhávamos para a família. Somos oito irmãos, com o pai e a mãe somos 10, e a dificuldade era muita, mesmo muita. Começámos às escondidas e foi uma sorte. Há uma frase que digo todos os dias: sou um homem de sorte. E falo com a minha mãe, já falecida, todos os dias. Sou um homem de sorte, não sei porquê. E, felizmente, com a sorte que tenho, entrei no atletismo e ele deu-me tudo.

E como foi correr com o irmão gémeo? Foi curioso porque tinha uns primos meus que viviam a 100 metros de casa. Os meus pais nunca nos deixaram ficar fora de casa. Naquele dia, pedi à minha mãe se me deixava passar o fim-de-semana com esses meus primos, e os pais deixaram. No outro dia, [o primo] foi treinar no clube da freguesia – sou de Fermentões – e quando cheguei lá, perguntaram-me: “Queres treinar?” Respondi que sim e foi assim que começou. Passado uma semana, o mano também foi. Quando descobriram, o meu pai disse para a minha mãe: “Ó Laura, sabes que esses dois marmelinhos andam a correr? Eles vão ficar doentes, depois não podem ir trabalhar”. Confusão. Eles não queriam. Mas nós lá fomos às escondidas e há um dia que ganhei uma corrida, com 16 anos, e o prémio foram uns sofás. Chego a casa com os sofás e perguntou o meu pai: “Onde é que eles foram roubar os sofás?” [risos]. Aí, compreenderam. Quando fui para o Sporting, trabalhava das 22 horas às 6 horas. De uma sexta para sábado, saí às 6 da manhã e convidaram-me para fazer uma corrida em Espanha. Estava lá o professor Mário Moniz Pereira, o Carlos Lopes, o [Fernando] Mamede, toda aquela equipa fabulosa do Sporting. Naquele tempo, ir para o Sporting era como o sonho de um miúdo ir para o melhor clube de futebol do mundo. Nesse dia, depois de trabalhar 8 horas durante a noite, o Moniz Pereira convidou-me. Disse-me assim: “Ó filho, não queres vir para o Sporting?”. Eu disse: “Professor, eu gostava, mas trabalho e o dinheiro que ganho é para a família”. E ele perguntou quanto ganhava. Naquele tempo, ganhava 15 contos. “Ganho 17 contos.” Disse o 17, mas não foi para enganar, em vez de sair o 15, saiu o 17. Diz ele: “O Sporting dá-te os 17 contos para mandares para a família todos os meses e vens viver para Lisboa, no centro de estágios”. Os meus pais aceitaram e fui, só que houve logo um problema. Com a separação do meu irmão gémeo, ele não comeu durante oito dias. A minha mãe ligou-me e disse que tinha de regressar a Guimarães. Só que, veja- -se a sorte, tínhamos ido à inspecção militar. Eu queria ir para a tropa, ele não. Passados uns dias, o Dionísio é chamado para a tropa emLisboa. Voltámo-nos a juntar. O treino que fazia de manhã, com professor Moniz Pereira, ele fazia à tarde. E, nesse ano, o Dionísio ganhou-me sempre. No fim da época, o Dionísio ingressou no Sporting e foi um sucesso durante quase 20 anos no Sporting.

Portugal tem vários nomes sonantes no atletismo e, principalmente nos anos olímpicos, ouvem-se vozes a pedir mais apoios para a modalidade. De que forma é que esta nova direcção planeia apoiar os seus atletas? Sou suspeito porque fui um atleta de alta competição, estive em quatro Jogos Olímpicos, tenho essa experiência. Os nossos atletas, hoje, têm excelentes condições a todos os níveis. É evidente que queremos mais. Penso que aquilo que eles necessitam, têm tido. É evidente que um estágio no estrangeiro custa muito dinheiro. Nem sempre é possível irem para todos os estágios que querem, mas estamos a trabalhar para que a federação possa dar tudo aquilo que precisam.

E a Casa das Selecções também vai ajudar nesse sentido. Muito. A Casa das Selecções vai ser o ex-líbris da nossa federação e vai motivar até outros jovens a vir para a modalidade.

O Estádio Dr. Magalhães Pessoa não recebe provas de atletismo há cerca de dois anos, apesar de ser ‘casa’ de um dos clubes que mais conquista medalhas no País. Há vontade em redistribuir as competições nacionais para dar uso àquela pista no estádio? Já tive essa conversa com o vereador da Câmara Municipal de Leiria e, com a Casa das Selecções, a pista de Leiria vai começar a ter um movimento muito grande, até com os estrangeiros. Quando recebermos outras selecções na nossa casa, elas vão querer competir. Vai dar para organizar meetings internacionais em Leiria, juntando o útil ao agradável.

De que forma o protocolo celebrado entre a Federação e o Município de Pombal vai dinamizar o atletismo neste concelho? Os municípios têm sido grandes patrocinadores da modalidade. A Câmara de Pombal tem sido extraordinária com a federação. Os principais campeonatos de pista curta vão ser em Pombal. Estamos a trabalhar no sentido de criar aqui uma arena específica só para a pista curta, que fique durante todo o ano, e que as crianças possam usufruir dela. No Inverno está muito frio e queremos abrir as portas às escolas para praticarem a modalidade nesta arena. A ideia é ter uma arena só, que não o Expocentro, que seja uma coisa exclusiva para o atletismo e que durante todo o ano esteja aberta para o mundo. Se as nossas crianças praticarem actividade física, vão puxar os pais também. E vão continuar a vida toda.

Etiquetas: atletismoCasa das SelecçõesDomingos CastroFederação Portuguesa de AtletismoLeiriaMarinha GrandePombal
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