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Home Sociedade

“A cultura não é para dar, é para trocar por dinheiro” – Clara Leão, professora de dança

Cláudio Garcia por Cláudio Garcia
Dezembro 17, 2015
em Sociedade
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“A cultura não é para dar, é para trocar por dinheiro” – Clara Leão, professora de dança
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O que apareceu primeiro, a dança ou a filosofia?
A dança chegou muito tarde, curiosamente. Eu tinha imensos interesses diferentes. Era um pouco inconstante com 13, 14, 15 anos. E quando me lembrei da dança, a minha mãe disse-me 'pois, mas agora vamos ter de esperar algum tempo'. Para lhe responder à pergunta sobre filosofia, em criança uma das coisas que me dava maior prazer durante as festas dos meus pais era ficar sentada numa cadeira, no canto da sala, a ouvir tudo. Coisas que não entendia, muitas delas, mas a palavra, os raciocínios, as opiniões, tudo aquilo me fascinava.

A filosofia não foi a última escolha, o mal menor?
Não, embora nada na minha vida tenha acontecido por uma decisão fortíssima. A minha vida é feita do acaso, dos encontros. E as opções são fruto das circunstâncias que se apresentam. Houve uma altura em que tinha de escolher. A dúvida era tremenda, cheguei a achar que podia estudar Direito. No sétimo ano tive Filosofia, e aí, sim, apresentou-se-me o pensamento. O acto de pensar, os meandros do pensamento, isso foi para mim uma descoberta incrível.

E esse fascínio mantém-se até hoje?
Sim. O estranho disto tudo é que eu não queria nunca, jamais, ser professora. Eu precisava, e preciso, ainda, dessa coisa da filosofia, embora nunca tenha exercido.

E a dança aparece quando?
A dança aparece porque finalmente aos 14 anos a minha mãe lá achou que se eu continuava a falar na dança era capaz de ser a sério. E lá fui para uma escolinha fazer aquelas aprendizagens todas. Depois comecei a fazer workshops, a ir para Lisboa, a dançar nuns grupinhos, a fazer umas coisas, e quando acabou o tempo da faculdade decidi dar aulas a miúdos pequenos na escola onde tinha aprendido. Depois, comecei a perceber que entre a dança que eu tinha aprendido, a dança que era suposto estar a ensinar e aquilo que para mim seria a dança, havia um abismo, enorme. Então foi mais ou menos natural. Acabei o curso e de repente vi-me a dar mais aulas de dança e a pesquisar imenso sobre como fazer de outra maneira.

Vê pontos de contacto entre as duas áreas?
Agora vejo. Durante muito tempo não via. A dança que faço passou a ser uma procura de cada pessoa se encontrar de alguma maneira.

Também começa com um ponto de interrogação, como a filosofia?
Sim, e foi aí que percebi onde é que as duas coisas se encontravam. Porque a dança que faço é muito voltada para que cada aluno se reconheça nos seus limites, nas suas capacidades, na sua vontade, na sua forma de expressão, na ligação com o outro.

É um mundo demasiado competitivo?
Não acho que seja mais do que outros. É um mundo em que as pessoas ficam mais expostas, se quiser. A habilidade técnica é importantíssima. Agora, ter de ser melhor do que o outro, para mim é impensável. Eu tenho de ser melhor do que eu, se for possível. O outro não sou eu, logo, como é que vou comparar-me com alguma coisa que eu não sou? Não posso. Gosto muito de ver um bailarino com óptima capacidade de execução técnica, agora, não me revejo nisso como forma de chegar a mim e, portanto, não me posso rever nisso como forma de tentar que os meus alunos cheguem a eles.

Tem tido vários projectos na prisão e com crianças de etnia cigana ou portadoras de deficiência. O que a motiva e o que aprende?
Aprendo imenso e tenho imensa vontade de continuar a aprender. Não me imagino a viver uma vida em que não haja curiosidade e descoberta. E todos estes projectos, como é óbvio, dão-me noções da dança muito diferentes. E depois colocar os meus alunos perante esse contexto. E fazer com eles essa aprendizagem. É muito interessante perceber as reacções deles, a forma como passam a entender o outro. É isso sobretudo que me move, na minha vida: entender o outro. Cada vez que sou posta perante um outro que é muito diferente eu reconheço-me de outra maneira, tenho outro espelho, outro feedback. E é isso que quero que os meus alunos tenham. O facto de termos vários espelhos enriquece-nos e dá-nos uma noção muito mais sólida de nós próprios e, claro, instrumentos para lidar muito melhor com a diversidade. Isto tudo através do prazer de dançar. E essa descoberta passa também por outra vertente que é que todos os corpos são perfeitos. Todos os corpos dançam de uma forma perfeita, desde que haja essa vontade, essa consciência e essa busca. A expressão pela dança deste corpo é esta e portanto está certa.

O Porto onde cresceu já era a cidade fervilhante que vemos hoje?
O Porto era uma cidade tímida. Vivia- se muito dentro de casa, não se vinha para a rua, mas era muito frequente haver festas em casa uns dos outros, onde iam os pais e os filhos. E, de facto, o Porto não era o que é hoje. Tinha o complexo de ser a segunda cidade. Portanto, quem visitava o Porto, não via uma cidade aberta.

Do Porto a Leiria
A menina tímida que estudou filosofia

Quando era criança, a mãe chegava a fechar-lhe a porta de casa, para obrigá-la a brincar na rua, com os vizinhos. Clara Leão cresceu num apartamento da Rotunda da Boavista, no Porto, e sempre preferiu o isolamento à companhia de terceiros. Depois de vencer a timidez, passou a utilizar a dança para se procurar a si própria e estudar o outro. É aí que encontra ligações com a filosofia, área em que se formou. Está em Leiria desde 1987, a formar gerações sucessivas de jovens. Além da Escola de Dança Clara Leão, dá aulas no ensino superior e está ligada a projectos com reclusos, crianças de etnia cigana, idosos e portadores de deficiência.

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Etiquetas: BalletclaraleaodançaentrevistaLeiria
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