A apresentação do plano de actividades é já uma tradição para a companhia de teatro de Leiria, mas este ano é o primeiro em que o Leirena conta com apoio sustentado da Direcção-Geral das Artes.
Um valor inédito, 240 mil euros, que cobre os anos de 2023 e 2024.
A programação (para 2023) anunciada na sexta-feira, 10 de Março, no Moinho do Papel, estabelece redes com as comunidades, as escolas, os grupos amadores de teatro, os municípios e os públicos de diferentes acessibilidades e modelos de participação.
Já no próximo domingo, 19 de Março, na Casa da Cultura de Góis, acontece a primeira estreia: Caldeirada, um espectáculo multidisciplinar de sensibilização ambiental que envolve quatro municípios (Góis, Loulé, Viana do Castelo e Leiria). Inclui audiodescrição, língua gestual portuguesa e folha de sala inclusiva, em parceria com o Centro de Recursos para a Inclusão Digital (CRID) do Politécnico de Leiria, como outras produções previstas para 2023.
Ainda este ano, serão apresentadas pela primeira vez “cenas isoladas” de Ondas de Liberdade, espectáculo com estreia agendada para 2024, em Porto de Mós. Quatro camiões militares vão estar nas freguesias do concelho a revelar momentos de um enredo em que participam actores amadores e que evoca as rádios decisivas para o sucesso da operação que desaguou no 25 de Abril de 1974.
Outra estreia do Leirena em 2023, o Estações Efémeras, em Figueiró dos Vinhos, Ansião e Leiria, inspirado por rios e ofícios tradicionais, com envolvimento das comunidades locais.
Entretanto, o Manufatura, residências artísticas em empresas, que distribui bolsas de criação para companhias e profissionais de teatro, vai começar na Rosários 4, de Mira de Aire.
Já a oitava edição do festival Novos Ventos reúne cinco freguesias do concelho de Leiria, onde ao longo de uma semana o Leirena vai trabalhar com grupos de escolas e associações para criar espectáculos originais de teatro comunitário, num cartaz a apresentar na rua e em contexto de floresta que também contempla companhias profissionais, estudantes de teatro e novo circo, projecção de cinema e artes plásticas.
“As nossas actividades de mediação (…) têm como fundamento a criação de públicos”, salientou o director artístico do Leirena, Frédéric da Cruz Pires, durante a apresentação, na sexta-feira.
Também no Festival de Teatro de Rua em Porto de Mós, que regressa em 2023, os profissionais do Leirena colaboram durante vários dias com actores amadores, para criar espectáculos originais.
Sob a Terra, Globo de Sophia, Globo de Saramago, A Última Batalha e A Maior Flor do Mundo vão a palco ao longo do ano e continuam as Turmas do Leirena, as Oficinas de Verão – Arte em Construção, o Colmeias nas escolas de Pombal, Alvaiázere e Marinha Grande, o Climarte nas escolas de Leiria e o Arte e Autismo, além da Via Sacra no concelho de Porto de Mós.
A programação, segundo o director-geral das Artes, presente no Moinho do Papel, mostra “uma atenção enorme ao meio, às pessoas, ao envolvimento comunitário”. Américo Rodrigues conclui que “é muito importante o tipo de trabalho que o Leirena faz a partir de Leiria”.
Com o apoio sustentado atribuído pela DGArtes, o Leirena acrescentou um posto de trabalho e conta agora com seis colaboradores a tempo inteiro, além de outros 30 profissionais com que colabora pontualmente.