Luísa era uma assistente social na Santa Casa da Misericórdia da Redinha a quem foi diagnosticada uma doença oncológica.
Durante a doença percebeu que não havia qualquer tipo de assistência com rigor, funcionamento e acompanhamento por profissionais, no processo de luto, de dor e de trauma.
À medida que a doença progredia, foi delineando um projecto para ajudar, gratuitamente, pessoas na mesma situação. A doença acabaria por roubar-lhe a vida, porém, a centelha da ideia ficou pronta a crescer.
Acarinhado e alimentado, o projecto acabaria por tomar a forma de L.U.I.S.A. – Unidade de Apoio e Intervenção no Luto, da responsabilidade da Santa Casa da Misericórdia da Redinha (SCMR), distinguido no âmbito do Programa de Parcerias para o Impacto.
Iniciaria a sua intervenção em 2020 e tem como horizonte Dezembro deste ano. “O L.U.I.S.A. apoia, no concelho de Pombal, pessoas com diagnóstico de doença oncológica e os seus familiares, pessoas em processo de luto ou trauma”, explica a coordenadora de projectos, da SCMR, Andreia Dias.
Aquando da candidatura, previa-se apoiar em instalações cedidas pela Copombal, na cidade de Pombal, 120 pessoas, mas a iniciativa chega já a 124 beneficiários e desloca-se mesmo ao lar, se necessário.
“Optámos por abrir lá, para servir melhor as pessoas, após a Copombal ter cedido o espaço.”
A SCMR presta apoio psicológico, mas também auxílio, através de uma assistente social, de um advogado, dois enfermeiros e um nutricionista.
A nível social, por exemplo, o projecto auxilia com esclarecimentos e encaminhamento, com maior rapidez e frequência do que aconteceria através do Serviço Nacional de Saúde.
Sílvia Lourenço, directora técnica e assistente social na mesma instituição, adianta que também há a necessidade de prestar informação relativa às questões socio-económicas.
“É preciso realizar uma avaliação relativa a estes temas e garantir que o beneficiário tem acesso a prestações sociais, como o atestado multiusos, as pensões por invalidez, direito a transporte, próteses, entre outros direitos que a pessoa desconhece.”
Em busca da sustentabilidade
Um dos passos seguintes do L.U.I.S.A. é a sustentabilidade. Uma das propostas em cima da mesa são as acções de capacitação de técnicos e especialistas, mediante um pagamento simbólico.
“Abordaremos, por exemplo, a comunicação da morte de um familiar. O objectivo é criar uma margem financeira para continuarmos a trabalhar”, refere Andreia Dias, coordenadora do projecto.
A iniciativa está, igualmente, a recrutar uma segunda psicóloga, para dar resposta às solicitações.
“Abordamos ainda questões como o trauma, ou o luto na morte ou no divórcio, a perda do emprego ou o nascimento de um filho com deficiência, e precisamos de mais uma técnica para garantir o apoio. Não queremos dizer não a quem nos procura”, adianta Sílvia Lourenço, directora técnica da SCMR.