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Home Desporto

A mais perigosa onda do planeta fez do surf um desporto colectivo

Miguel Sampaio por Miguel Sampaio
Dezembro 12, 2017
em Desporto
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A mais perigosa onda do planeta fez do surf um desporto colectivo
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Estamos na época delas. Não das castanhas, mas das ondas grandes, fortes e perigosas. Os surfistas mais radicais esperam ansiosamente que as previsões meteorológicas digam qual é o momento certo para apanhar o avião e rumar a Portugal.

E porquê? Um dia, Garrett McNamara assumiu, em entrevista ao JORNAL DE LEIRIA, ser a onda da Praia do Norte “a mais pesada do Mundo”. Ora, é precisamente essa especificidade que faz com que seja cada vez mais procurada pelos corajosos, mas também por alguns menos conscientes.

“É uma bênção estar ligado à mãe natureza desta maneira e sentir esta energia e poder, que nos alimenta e nos faz sentir tão vivos”, disse o italiano Francisco Porcella, vencedor do prémio de maior onda surfada do ano passado.

O português Hugo Vau, em declarações a este semanário, alinhou pelo mesmo diapasão. “É um misto de felicidade, com muita adrenalina. O oceano é muito poderoso e não vale a pena lutar contra ele. Sinto uma perfeita sintonia com a natureza e um enorme bem-estar.”

“A Nazaré é uma nova realidade e as pessoas não estão preparadas, porque não há um sítio seguro para se estar. É um contexto que nada tem de parecido, inimaginável até as pessoas tomarem contacto"

O profundo respeito pela natureza, é, por outro lado, o que faz estes rapazes permanecerem com os sentidos em alerta. “Faz que te mantenhas focado e perspicaz”, disse Garrett McNamara. “A Nazaré é o local mais perigoso do Mundo. A onda é caótica. Perigosa. A corrente está sempre a mudar.”

As palavras são de Andrew Cotton, numa conversa com os alunos da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais de Leiria, em 2015. Bem antes, portanto, do susto que o levou para a cama de um hospital no início deste mês de Novembro, com fracturas na coluna.

O perigo existe, os problemas podem acontecer a qualquer momento e o mais importante é ter a retaguarda bem segura para que um acidente não se torne jamais numa tragédia. As quedas acabam por ser uma inevitabilidade perante condições tão extremas.

Antes de Andrew Cotton, dois brasileiros tiveram os acidentes mais mediáticos na Praia do Norte. Maya Gabeira, em 2013, chegou ao ponto de ter de ser reanimada no areal.

“No Hawaii consegue-se ter uma mota de água para uma série de pessoas. Na Nazaré tem de haver duas ou três motas por pessoa, um plano B e um plano C”

Nuno Santos é o único surfista local de ondas grandes. Está “genuinamente” preocupado com a quantidade de surfistas que têm chegado à Nazaré à procura de cinco minutos de fama. No dia em que Andrew Cotton teve o acidente, por exemplo, havia mais de duas dezenas de atletas no mar.

Ele não se preocupa com Garrett McNamara, com Andrew Cotton, com Sebastian Steudner – de quem é piloto – mas com aqueles que chegam ali sem o suporte que entende ser necessário para poderem surfar com segurança. São jovens lobos, menos conhecidos, e que vêem o local como uma “rampa de lançamento”.

“A Nazaré é uma nova realidade e as pessoas não estão preparadas, porque não há um sítio seguro para se estar. É um contexto que nada tem de parecido, inimaginável até as pessoas tomarem contacto. Ao passo que em qualquer outra onda grande do mundo existe sempre um canal e uma zona de segurança onde podem estar com equipas médicas, na Nazaré o único sítio seguro é no penhasco, mas aí não se vai buscar ninguém.”

O que existe de mais parecido “não é um terço do que lá se passa”. “No Hawaii consegue-se ter uma mota de água para uma série de pessoas. Na Nazaré tem de haver duas ou três motas por pessoa, um plano B e um plano C.” O melhor que é feito lá fora ao nível da segurança “não tem aplicabilidade”, sublinha o surfista.

“Há malta sem mota de resgate, o que tem de ser revisto. Há um esquema de segurança desde que Garrett McNamara chegou e que nem sempre é respeitado”

Nuno Santos dá um exemplo: “combinar sinais”. “Levanto os braços para dizer que estou ok e desligo a mota? Não pode ser. Na Nazaré não podemos andar com a chave da mota-de-água agarrada ao pulso, porque tem de estar sempre ligada. Se se virar é menos uma coisa para perder tempo.”

 [LER_MAIS] 

Nada ao acaso

O surf é, por definição, uma modalidade individual: tu, a tua prancha e a tua onda, que não é para partilhar com ninguém. Mas a Praia do Norte “é o primeiro sítio no Mundo que obriga a transformá-lo num desporto colectivo”, explica o docente da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais de Leiria.

Ali, “nada se faz sozinho”. É um contexto que obriga as pessoas a pensarem em equipa na verdadeira acepção da palavra, “porque não são duas ou três pessoas que se juntam para ir surfar, são indivíduos que têm de estar organizados entre eles, com papéis claramente definidos e preparados para assumir qualquer função. Não chega surfar, tem de se saber pilotar uma mota, fazer resgate, tow in…”

“No mínimo”, a equipa deve ser constituída por cinco pessoas, o que não acontece em mais lado nenhum. Além do surfista, duas motas-de-água – uma principal e outra de resgate – uma pessoa em terra, “que se posiciona onde houver melhor visibilidade e longe de pessoas que o possam distrair”, e outra para os primeiros socorros, com um carro preparado para evacuar em caso de acidente.

“O discurso com a pessoa em terra é sucinto e trabalhado. 'Série de três ondas, a segunda é a maior.' E está a comunicação feita”

Em dias de ondulações excepcionalmente grandes, Sebastian Steudner recebe ainda o reforço de um médico de primeiros socorros, que passou pelas forças especiais alemãs, munido de um desfibrilhador.

No entanto, a segurança não pode estar no sucesso dos resgates, mas na prevenção. “Nos dias gigantes só deveriam ser autorizadas a surfar pessoas com pelo menos quatro anos de experiência na Nazaré.

Por outro lado, tem de haver procedimentos elaborados para que quem lá anda o faça de forma segura.” Nestas equipas “altamente preparadas”, o posicionamento das motas e as comunicações de rádio são trabalhados “vezes sem conta”. “O discurso com a pessoa em terra é sucinto e trabalhado. 'Série de três ondas, a segunda é a maior.' E está a comunicação feita.”

Uns e outros

O problema é que são regras que não chegam a todos. “Há malta sem mota de resgate, o que tem de ser revisto. Há um esquema de segurança desde que Garrett McNamara chegou e que nem sempre é respeitado.”

"Com o Cotton só soubemos uma hora depois, porque quando estamos dentro de água não temos noção. O mecanismo funcionou perfeitamente. Estavam nadadores salvadores na praia, pagos pelo Município"

Nuno Santos entende que tudo deveria começar com uma “avaliação”, “uma forma de perceber quem lá está” e ver se as condições logísticas, físicas e psicológicas são respeitadas “para não colocar ninguém em risco”. “Será que todos têm carta de marinheiro?”, questiona.

Entende também que as pessoas em terra, “que deveriam ser pagas pelos surfistas, que assim contribuiriam para a segurança de todos”, tenham “especialização nas lesões mais óbvias” para responder a qualquer traumatismo ou afogamento. Deveria também estar muito bem definido um esquema de evacuação, o que nem sempre é fácil, dado o estacionamento “caótico” à chegada ao Sítio.

No cenário ideal, além da segurança garantida por cada grupo, haver uma equipa experiente que garantisse mais uma segurança por todos.

“Cada equipa está preocupada com os seus e se houver um acidente com outro nem sabemos. Por muitos mecanismos de segurança que existam, cada surfista é responsável por si mesmo. Com o Cotton só soubemos uma hora depois, porque quando estamos dentro de água não temos noção. O mecanismo funcionou perfeitamente. Estavam nadadores salvadores na praia, pagos pelo Município. Ele estava preparado, mas também há pessoas que não sei o que aconteceria se lhes acontecesse o mesmo.”

Etiquetas: Nazarénunosantossegurançasurf
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