Na recente visita a Portugal do presidente da China Xi Jinping, muitas foram as notícias sobre um conjunto de projetos denominados The Belt and Silk Road podendo ser traduzido em português por “A Rota da Cintura e da Seda”.
Do que trata este conjunto de projetos A Rota da Cintura e da Seda?
Em traços gerais, A Rota da Cintura e da Seda visa estabelecer rotas comerciais que liguem a China, a Ásia Central, a Europa e a África através de infraestrutura rodoviárias, ferroviárias e marítimas. Importa referir que este espaço geográfico representa 60 países, mais de 60% da população mundial e perto de 40% da riqueza mundial.
Perto de 60 países já aderiram à iniciativa, mesmo tendo em conta as previsões do custo total dos projetos ascenderem a 900 mil milhões de dólares. Valor a ser pago pelos aderentes, principalmente a bancos chineses.
No entanto o Asian Development Bank, o Asian Infrastructure Investment Bank, Banco Europeu de Investimento, New Development Bank, e Banco Mundial também já se comprometeram a financiar os projetos.
Estes projetos são tentadores, tanto para os países subdesenvolvidos, sem infraestruturas e sem dinheiro para as construir, como para os [LER_MAIS] países mais desenvolvidos por verem um gigantesco mercado mais acessível e com infraestruturas capazes de receber os seus produtos.
A Europa deve refletir muito bem se deve ou não participar nesta iniciativa uma vez que, de acordo com a Bloomberg, o crescimento da China na próxima década será superior a 5% o que, em paridade do poder de compra, cimenta a sua liderança da economia mundial.
Em 2030, China, India e Estados Unidos serão as maiores economias do mundo. Será que a Europa se pode deixar ficar de fora da Nova Rota da Seda?
Deve a Europa aproveitar as enormes oportunidades comerciais? Ou o medo de ser dominado pela China faz sentido?
*Professor e investigador
Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990