A abertura do centro de recuperação de feridos de guerra da Ucrânia, que está a ser instalado no antigo seminário de Aldeia Nova, em Ourém, foi adiada para Setembro.
Inicialmente, estava anunciado que os primeiros feridos chegariam no início de Junho, mas atrasos nas obras e a necessidade de ultrapassar “questões burocráticas”, relacionadas com a equipa médica e o estatuto do feridos a receber, levaram a associação Ukrainian Refugees UAPT (conhecida como HELP UA.PT) a adiar a abertura.
Por outro lado, houve também a intenção de não fazer coincidir a instalação dos feridos e dos seus acompanhantes com a Jornada Mundial da Juventude, revelou o presidente da Câmara de Ourém, durante uma visita ao local, realizada na segunda feira-feira e que contou com a presença do deputado e responsável do Comité de Políticas Sociais e Protecção de Veteranos do Parlamento ucraniano, Anatoliy Ostapenko.
À margem do evento, Roman Kurtysh, presidente da HELP UA.PT, explicou que, apesar de as obras estarem já na “recta final”, falta ainda colocar portas, alguns trabalhos de pintura, instalar equipamento e fazer arranjos exteriores.
Além disso, há “algumas dificuldades ao nível diplomático”, relacionadas com a forma como virão os feridos e “o estatuto que vão ter”, acrescentou o dirigente, reconhecendo também a existência de constrangimentos relacionados com a equipa clínica que trabalhará no centro. Segundo Roman Kurtysh, há três soluções em cima da mesa.
“Temos uma equipa médica completa que podemos trazer da Ucrânia”, disse, revelando que existe também a hipótese de recorrer a profissionais ucranianos já a exercer em Portugal. Neste caso, “precisamos de uma boa proposta para que possam trabalhar cá”, disse, adiantando que a outra possibilidade passa por um regime de “excepção” que permita que os médicos ucranianos que chegaram a Portugal como refugiados possam prestar serviço no centro mesmo que ainda não tenham a equivalência.
O presidente da HELP UA.PT adianta que estão em curso contactos com as autoridades portuguesas e ucranianas, no sentido de encontrar “uma solução eficaz”, que produza “os resultados que se querem”. A expectativa é que, em Setembro, o centro tenha condições para receber os primeiros 50 feridos na guerra e outros tantos acompanhantes.
Com um total de sete hectares, o centro de recuperação terá 53 quartos, área para fisioterapia, ginásio, piscina, espaços de lazer, assim como vinha, hortas e jardins. Serão ainda instalados 26 bungalows.