Conferir um carácter mais pedonal à Rua de Leiria e à Rua de Olivença, e ligar a circular externa a Poente da cidade de Alcobaça (ligar a EN8 à rotunda do Merco, através de uma passagem a criar por cima da Encosta da Vestiaria) é, nas palavras do presidente Paulo Inácio, a proposta “mais arrojada” de todas as recomendações apresentadas pelo Politécnico de Leiria, no âmbito do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável, estudo elaborado para a Câmara de Alcobaça, e que foi dado a conhecer sexta-feira, na Biblioteca Municipal, pelo próprio coordenador da pesquisa.
Em causa está um troço de 1,7 quilómetros, numa zona onde se apresentam “grandes desafios geográficos e hidrográficos”, reconheceu o professor. Ainda assim, frisou, a longo prazo a ideia “parece-nos viável para evitar atravessamentos da cidade pelos veículos pesados”.
Paulo Inácio salientou que também na Câmara há técnicos que consideram a intervenção inexequível, enquanto outros a consideram possível. A própria Infraestruturas de Portugal já lançou esse repto ao Município de Alcobaça, para que este avalie a hipótese, confidenciou o autarca, para quem seria “extraordinário” dar continuidade à EN8. “Acho que devemos sonhar. Mas não será uma coisa fácil de fazer”, realçou o presidente.
Tão importante quanto esta medida, para o seu concelho, será a electrificação da ferrovia, acrescentou Paulo Inácio. “Alcobaça tem de ser um espaço de atracção e de qualidade de vida, próximo de uma grande urbe europeia como é Lisboa”, defendeu o autarca.
O documento agora apresentado propôs ainda intervenções diversas em 66 travessias pedonais; criação de novas rotundas (por exemplo na zona dos actuais semáforos de Chiqueda); a criação de uma rede de ciclovias urbana e de um sistema de bike sharing; o reforço da segurança dos passeios pedonais por via do alargamento e remoção de obstruções; redução ou eliminação das barreiras arquitectónicas.
Na medida em que registou 2513 lugares de estacionamento, 80% dos quais gratuitos[LER_MAIS], o estudo considera que o actual modelo de gestão não promove a rotatividade. Muitas vezes, o parqueamento ocupa ainda espaços pedonais e padece de uma fiscalização complexa. O plano sugere por isso que sejam introduzidos limites de tempo na utilização dos parques e que sejam aproveitados edifícios devolutos para construir novos parques cobertos ou subterrâneos.
Construir um ou mais parques de apoio à Rua do Castelo e ao centro histórico é uma das recomendações.
Colocar horários nas paragens de transportes públicos urbanos criar mais abrigos, com eventual recolocação de paragens são outras sugestões apresentadas. Paulo Inácio adiantou que este plano está a ser analisado pela Câmara, no sentido de poder ser candidatado a fundos comunitários.
O Número
70%
De acordo com o estudo realizado pelo Politécnico de Leiria, actualmente, na cidade de Alcobaça, 70% das deslocações são realizadas através de automóvel particular, 16% feitas a pé, 11% de autocarro e 3% de bicicleta