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Home Opinião

Água em vinho

Sónia Gonçalves Pereira, Médica, investigadora por Sónia Gonçalves Pereira, Médica, investigadora
Outubro 7, 2022
em Opinião
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O nosso corpo é 70% água. Mais coisa menos coisa.

É por isso essencial beber água. Mas nem sempre assim foi.

Até há pouco tempo na História, a água era um veneno para muitos, em muitas circunstâncias.

E ainda hoje o é nalgumas partes do mundo. A cólera é disso exemplo.

Não a cólera de alguém enfurecido, mas a doença.

Aquela que pode matar em poucos dias.

Como ainda acontece nalgumas partes do mundo, onde o acesso a água potável e a serviços de saúde é quase impossível para muitos.

Até ao início do século passado esta realidade era mais universal. Fontes e rios eram mais ou menos seguros, mas se gado por lá perto passasse…

Por isso, os povos, ainda que não conhecendo micróbios, produziam bebidas fermentadas, para consumo generalizado, desde tenra idade.

Independentemente do cariz mais ou menos lúdico destas bebidas fermentadas (alcoólicas, portanto), a verdade é que era, então, muitas vezes, mais seguro ficar inebriado do que beber água.

E por isso, talvez a transformação da água em vinho nas bodas de Caná tenha um ainda maior simbolismo do que o que habitualmente lhe atribuímos.

Os esgotos terão sido invenção dos romanos mas foi só a meio do século XIX, em Inglaterra, que se criou o seu primeiro sistema de tratamento.

Durante o Grande Fedor (“the great stink”) em Londres, num ano de extremo calor, o número de doenças, e mortes, aumentou exponencialmente.

Os ingleses associaram-nas ao cheiro pestilento do rio, causado pelos esgotos que recebia de toda a cidade.

Criaram então sistemas de bombagem e condutas para os desviar para outros pontos.

E assim diluíram, literalmente, o problema. E o número de doenças e mortes efetivamente diminuiu.

Terá sido esta, talvez, a primeira medida de saúde pública dos tempos modernos.

Hoje tratamos também a água. Para aumentar a sua quantidade e a sua segurança.

Com isso, para nós, o gesto de abrir uma torneira é quase irrefletido, de tão certos que estamos de que temos sempre água.

E boa água. Temos. Sem dúvida.

Mas as preocupações sérias sobre a nossa gestão hídrica a que temos recentemente assistido são efetivamente sérias. E preocupantes.

Não só para a nossa saúde. Para toda a indústria, toda a economia, toda a sociedade.

Que se construiu, desde sempre, em torno dela. De facto, muitas das guerras que se dizem santas, giram também em torno da água.

O “eterno” conflito Israel-Palestina é disso também exemplo.

Por detrás das divergências religiosas e disputa pelo solo sagrado está, também, o interesse pela água que nele se encontra.

Estamos longe de regredir para os dias em que beber água era um risco e tomar banho um absurdo. Muito longe. Claro!

Mas assim como tão rapidamente conseguimos esta importante melhoria de vida, também rapidamente a podemos perder se não a soubermos gerir adequadamente.

Na esfera geopolítica, mas também na individual. Todos temos uma parcela de responsabilidade neste cuidar do bem mais precioso de que somos todos, afinal, maioritariamente feitos.

Cada gesto conta. Pela nossa saúde…

 

Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990

Etiquetas: opiniãoSónia Pereira
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