No seu subsolo, o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros esconde um mundo de grutas e de algares, verdadeiro paraíso para os amantes da espeleologia e curiosos que tem procurado descobrir essas profundezas.
Com o objectivo de proporcionar a “todos” a experiência de descer às entranhas deste maciço, mesmo a quem tem dificuldades de movimento, o Núcleo de Espeleologia de Leiria (NEL) está a desenvolver um projecto de “espeleologia inclusiva”.
Marco Dias, representante da secção de espeleologia do NEL, explica que a iniciativa resulta de uma parceria com o Município de Porto de Mós, concelho que tem “grande potencial” ao nível da espeleologia.
O objectivo, frisa, passa por divulgar a actividade, ao mesmo tempo que se procura sensibilizar para a importância de preservar o meio cavernícula e fazer o enquadramento com o meio envolvente.
“O mal que fizermos à superfície, terá repercussões a nível subterrâneo que, mais tarde ou mais cedo, aparecerá, de novo, à superfície”, adverte o espeleólogo, frisando que o projecto será igualmente acompanhado pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, enquanto entidade gestora do PNSAC.
[LER_MAIS] Para já, o NEL está a trabalhar na identificação de algumas cavidades que se poderão ajustar ao projecto, para depois passar à fase de preparação de uma delas, criando condições para que possa ser usada como “algar-escola”.
“Queremos proporcionar a experiência de vivenciar a espeleologia a pessoas que, de outra forma, não teriam acesso a esta actividade. O lema é espeleologia para todos, incluindo quem tem mobilidade reduzida ou que está um pouco à margem da sociedade”, refere Marco Dias, adiantando que o projecto pretende também dar formação aos 'curiosos', para que possam integrar equipas de exploração, e fazer descidas aos algares “em segurança” e com a “percepção dos riscos”.