Prevê-se um ano gordo no que respeita ao lançamento de novos trabalhos por artistas e editoras de Leiria. Ao fluxo normal de produção, soma-se o conjunto de projectos adiados por causa da pandemia, que após serem suspensos, à espera de melhores dias, contribuem agora para nutrir o calendário de 2022, em que sobressaem os regressos de Surma, First Breath After Coma, Nice Weather For Ducks e The Allstar Project, todos a editar pela Omnichord. Já a Rastilho, anuncia novidades de Moonspell, The Twist Connection, Censurados e Cassete Pirata, entre outros.
Depois de um longo hiato e do primeiro single em vários anos – Momentum, divulgado em Dezembro para assinalar 20 anos de actividade –, os Allstar planeiam disponibilizar em 2022 o álbum que sucede a Into the Ivory Tower, de 2011. Com certeza, um dos mais aguardados do ano, sobretudo, para os que não esquecem o post-rock imaginado por Filipe Rocha, João Santos, Nuno Filipe, Tiago Carvalho e Tiago Veloso.
A mais mediática compositora da nova geração com raízes em Leiria, Débora Umbelino também tem novo álbum a caminho, previsto desde 2020, mas só agora em produção, no estúdio, com a colaboração de Rui Gaspar, dos First Breath After Coma. Apesar da actividade intensa, que inclui um EP, concertos no Alive, Paredes de Coura, Bons Sons, Super Bock Super Rock e Primavera Sound, o Festival da Canção, a banda sonora do filme Snu, dezenas de espectáculos no estrangeiro e colaborações com Tiago Bettencourt ou Miguel Ângelo, entre outros, este é o primeiro longa-duração de Surma em cinco anos e sucede a Antwerpen, de 2017.
“Para além de três novos projectos, o ano da comemoração de uma década da Omnichord traz-nos discos de Allstar Project e Surma e outras edições de nomes históricos como Nice Weather For Ducks, Jerónimo e Few Fingers. E promete-se ainda material novo de Labaq, Whales, First Breath After Coma, Cabrita e Twin Transistors”, confirma Hugo Ferreira, o fundador da Omnichord.
Na Rastilho, destaque para o lançamento em vinil de A War Against You, álbum de 2016, o mais recente da respeitada banda californiana Ignite, que é um exemplo do investimento da editora dirigida por Pedro Vindeirinho na aquisição de direitos internacionais para novas edições, ao mesmo tempo que mantém artistas da casa como Mão Morta ou Bizarra Locomotiva.
Também pela Rastilho, chega em 2022 o próximo disco dos conimbricenses The Twist Connection, em formato CD e vinil, enquanto A Semente, dos Cassete Pirata, lançado em CD no mês de Outubro, ganha este ano a versão vinil. O mesmo acontece com O Último Pôr-do-Sol, dos Viralata.
Mais há mais: Pedro Vindeirinho anuncia ainda um vinil ao vivo dos Censurados – “o último contributo que podemos dar para uma banda especial” – e a recuperação de Wolfheart, dos Moonspell, de 1995, através de 1.000 exemplares em vinil colorido e 250 unidades de uma caixa “de luxo”, com diversos extras. O objectivo é “voltar a colocar um disco histórico no mercado”, neste caso, “o primeiro grande sucesso” do colectivo liderado por Fernando Ribeiro, que daí emergiu para uma carreira nacional e internacional.