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Home Sociedade

Alta velocidade “vai mudar tudo” na Barosa

Maria Anabela Silva por Maria Anabela Silva
Fevereiro 27, 2025
em Sociedade
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Alta velocidade “vai mudar tudo” na Barosa
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Falar de ferrovia faz Carlos Vale voltar sempre ao dia do seu nascimento. Foi há 79 anos, “em cima da passagem de nível” da Linha do Oeste (LO), na Barosa. “Havia um carro que fazia de táxi, mas nesse dia não estava disponível. A minha mãe pôs-se ao caminho, a pé, para o hospital de Leiria. Mas não chegou lá. Nasci ali”, conta Carlos Vale, sentado à mesa do Café Chinquilho, na Barosa, consciente de que a linha onde nasceu tem os dias contados.

O projecto Linha Alta Velocidade (LAV) prevê a desactivação de 13 quilómetros da LO na zona de Leiria e a construção de um novo troço paralelo à LAV, que terá uma estação na Barosa, entre Vale da Arieira e Carreira d’Água, a poucos quilómetros do local onde decorre a conversa com o JORNAL DE LEIRIA, à qual se juntou, entretanto, Lucília Carvalho, nascida na Barosa, e que esteve emigrada em França.

Durante o tempo em que Lucília Carvalho viveu fora, a freguesia mudou, recebendo “muita gente” de outras paragens, mas a transformação maior está para acontecer, à boleia da alta velocidade. “Vai mudar tudo. A Barosa vai ficar irreconhecível”, antevê a mulher, que olha para o projecto como “algo formidável”, não só para a povoação onde nasceu, mas também para o concelho e para a região.

“Vai trazer desenvolvimento. Já aconteceu com a abertura da A8. Agora, será ainda melhor. Era bom que cá estivesse para ver”, partilha Carlos Vale, que tem, no entanto, dúvidas no cumprimento do prazo apontado para a conclusão da obra, em 2032. “Se for como o aeroporto, já não estaremos cá para ver”, atira Aida Reis que, depois de vários anos a trabalhar em Sintra, regressou às origens.

Apesar das dúvidas em relação ao prazo – que os responsáveis da InfraEstruturas de Portugal (IP), empresa pública que está a liderar o projecto, garantem que estão a ser cumpridos –, Aida Reis acredita que, desta vez, não haverá marcha atrás e que a LVA será uma realidade “a bem do desenvolvimento do País e do ambiente”. “Temos muita falta de transportes públicos. Se a saúde mo permitir, serei uma utilizadora do novo comboio. Ficará à minha porta. Assim, posso ir mais vezes a Lisboa ver os meus filhos”.

“Leiria fica a 36 minutos de Lisboa. Podemos usar menos o carro. Vai dar para trabalhar em Lisboa e viver aqui”, reforça Lucília Carvalho, que não tem dúvidas de que a alta velocidade será um projecto “transformador”. O mesmo entendimento tem Fernanda Belo, proprietária do restaurante O Sobreiro, situado na localidade com o mesmo nome, a poucos quilómetros da futura estação.

“Será muito bom para a região. Uma grande mais-valia. Vai trazer mais empresas, mais postos de trabalho e mais pessoas”, aponta a empresária que, em termos pessoais, também vê vantagens. “O meu filho já pode vir cá mais vezes e trazer os meus netos”, diz Fernanda Belo, com um sorriso no rosto, reconhecendo, no entanto, que nestes projectos “há sempre pessoas que serão penalizadas”, nomeadamente, aquelas que vivem junto à futura linha.

Pelo menos, 76 habitações afectadas

De acordo com o estudo de impacto ambiental, que está em consulta pública até ao dia 21 de Março, a solução “mais favorável” de traçado, a opção B, que passa mais a poente, prevê que sejam afectadas 76 habitações e 26 empresas. Fonte da IF frisa, no entanto, que tal “não significa demolir”. “Podem ser edificações muito próximas de viadutos ou de túneis ou da linha, que exigirão medidas minimizadoras”, refere aquela fonte, sublinhando ainda que o número “não está fechado”.

“Não há bela sem senão. Um projecto desta dimensão tem sempre impactos”, assume Vítor Matos, presidente da Junta de Regueira de Pontes, em Leiria, que se tem batido por minimizar os efeitos negativos da LVA na freguesia, que esteve em risco de ser “cortada a meio”. Do processo negocial, que envolveu também a Câmara, surgiu a opção de uma ‘variante’ que vai permitir que o traçado passe mais a norte da freguesia, afastando-o do centro social e da zona industrial.

“Os impactos serão menores, mas vamos continuar a ser prejudicados”, assinala o autarca, explicando que a ‘variante’ atravessará a rua do Outeiro, afectando as instalações de padel, o estaleiro da empresa Canas e uma futura expansão urbana dessa área, definida como zona habitacional. O autarca fala também da necessidade de “compensar” quem ali reside e que terá o comboio de alta velocidade a passar junto às suas casas, para que possam introduzir alterações, que minimizem os efeitos do ruído e da vibração.

Acessibilidades no topo das preocupações

No caso da Barosa, a maior preocupação do presidente da União de Freguesias prende-se com as acessibilidades à futura estação, um receio que se adensou com o estudo prévio, que aponta apenas a duplicação da EN242, no troço entre Leiria e o nó de acesso à A8.

“É muito curto”, afirma Paulo Clemente, considerando “essencial” a concretização da circular norte de Leiria, ligando a Cova das Faias, a rotunda do Falcão e a futura estação. O autarca defende ainda o aproveitamento da troço da LO que vai ser desactivado, para uma ligação entre Leiria e Marinha Grande, eventualmente, através de metro de superfície.

Quanto à solução de traçado, Paulo Clemente não tem dúvidas de que a opção B “é a melhor, por ter menos impactos e ser menos onerosa”. Essa é também a convicção do Movimento Cívico Barosa Viva, que alega que na solução B o traçado e a estação “ficam fora da zona residencial, sem quaisquer impactos a nível patrimonial ou social”.

“Em sentido contrário, a opção A é bastante prejudicial aos habitantes da Barosa”, já que “vai implicar a expropriação e destruição de 18 habitações e uma unidade fabril, além de ficar muito próximo de outras habitações com impactos igualmente negativos”, expõe o movimento.

 

Imobiliário à espera de decisões

É expectável que, com a alta velocidade, que deixará Leiria a 36 minutos de Lisboa, a zona envolvente à futura estação registe, no futuro, um crescimento populacional e urbano. Mas, para já, o sector imobiliário não sente os efeitos desse potencial. Várias imobiliárias consultadas pelo JORNAL DE LEIRIA adiantam que, o facto de haver duas opções de traçado – embora o estudo de impacto ambiental já aponte mais num sentido do que noutro – faz com que não haja ainda decisões de negócio. “Até que seja definido o traçado, aconselhamos a esperar. É o mais prudente”, refere Diamantino Caçador, sócio-gerente da Era Nova Leiria e Era Marinha Grande, assumindo que não tem registado procura para a zona envolvente à futura estação. “O importante é que o traçado fique definido o mais rápido possível, para que, então, se possam tomar decisões com segurança”, defende. Também a ACI – Sociedade de Mediação Imobiliária, em Leiria, não regista “qualquer impacto” da decisão de construir a estação da alta velocidade na Barosa. “Não há pedidos para aquela zona. É ainda muito precoce”, informa fonte da empresa. O mesmo é transmitido por Martinha Grácio, da Centuy 21. “O projecto vai fazer mexer o mercado imobiliário, mas ainda é cedo. É preciso que as opções fiquem mais definidas”, avança.

Leiria ficará a 36 minutos de Lisboa

Se os prazos forem cumpridos, no final de 2032, ou seja, daqui a sete anos, será possível ir de Leiria a Lisboa de comboio em 36 minutos, enquanto a viagem para o Porto demorará 50 minutos. O projecto da alta velocidade está em marcha, tendo já sido adjudicado o primeiro troço da linha entre Lisboa e Porto (Porto-Oiã/Aveiro), enquanto a fase dois, que ligará Soure e Carregado atravessando o distrito, se encontra em avaliação ambiental.

O estudo prévio deste troço, que contempla uma estação em Leiria, a construir na Barosa, está em consulta pública até ao dia 21 de Março e aponta um investimento na ordem de dois mil milhões de euros, prevendo-se que o lançamento do concurso para a obra aconteça no primeiro semestre de 2026.

O estudo, encomendado pela Infraestruturas de Portugal (IP), avalia duas soluções para o troço Soure-Carregado: A e B. A primeira com 116 quilómetros e a segunda pouco mais de 117 quilómetros, sendo esta última apontada como a “mais favorável”, tendo em conta critérios como uso do solo, património, recursos hídricos e subterrâneos, ruído, vibrações, património e componente social. Apenas no trecho Bidoeira-Pombal é apontada como menos impactante a opção A.

Ao nível, por exemplo, dos impactos sociais e de ordenamento do território, há diferenças significativas. Segundo o estudo, o traçado B, mais a poente, afectará 76 habitações (ver texto principal), 26 empresas e dez “ocorrências patrimoniais”. Já a opção A, terá impactos em 120 casas, 90 empresas, quatro equipamentos sociais e 19 sítios patrimoniais.

Em termos de infra-estruturas, a solução A implicará a construção de 36 pontes e de 15 túneis, enquanto na B serão necessários 44 viadutos e oito túneis. No Vale do Lis, por exemplo, está previsto um viaduto com perto de 3.800 metros de extensão e 33 metros de altura.

Uma solução que, no entender de Henrique Damásio, administrador-delegado da Associação de Regantes do Vale do Lis, vai minimizar os impactos nesta zona agrícola. “Apenas haverá interferência na base de assentamento do viaduto Serão afectadas umas 50 pequenas parcelas. Se fosse mantida a actual estação, com desvio da LAV, seriam abrangidas umas 500 parcelas. Não é comparável”, aponta.

Sessões de esclarecimento

No âmbito da consulta pública do estudo de impacto ambiental do troço Soure-Carregado vão, nos próximos dias, ser promovidas várias sessões de esclarecimento. Uma delas realiza-se já esta quinta-feira, dia 27, pelas 19 horas, na Associação do Alto dos Crespos, em Pombal, concelho onde amanhã, dia 28, haverá uma outra sessão. Será à mesma hora, na sede da Associação Vespas do Marquês.

Já no dia 6, haverá uma acção de esclarecimento na sede da junta de Regueira de Pontes, às 18 horas. O Município de Leiria também vai promover sessões, uma no dia 5, destinada a autarcas de freguesia e da Assembleia Municipal, outra no dia 7, dirigida às localidades impactadas pela LAV e outra no dia 14, para o público em geral. Esta última, decorrerá na ESGT, em Leiria, pelas 17:30 horas.

 

Números

52

Segundo o estudo de impacto ambiental, prevêem-se 52 passagens de comboio (tráfego diário nos dois sentidos)” entre Lisboa e Porto. Desses, 17 serão directos, sem paragem

300

A linha de alta velocidade Porto-Lisboa será em via dupla electrificada, vai permitir uma velocidade máxima de 300 quilómetros/hora e destina-se
só a passageiros

85

O estudo de impacto ambiental do troço Soure-Carregado encontra-se em consulta pública no portal participa.pt. Até terça- -feira, havia 85 participações

Etiquetas: alta velocidadebarosaestudo-prévioimpactosLeiriapopulação
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