“Este é um ganho formativo para toda a vida”. Foi desta forma que Pedro Biscaia, director da Escola Secundária Afonso Lopes Vieira (ESALV), em Leiria, deu as boas vindas aos dez alunos do nível 4 (12.º ano), que estiveram dois meses a realizar estágio profissional em Barcelona, Itália e Inglaterra, no âmbito do programa Erasmus KA1.
Maria Sousa, Patrícia Alves, Lada Podlsolzina, Danilo Mendes e Oleh Tsupryk, do curso de audiovisuais e design gráfico, partiram no final de Janeiro para Barcelona. “Aprendemos sobre audiovisuais mais antigos, como cassetes e rolos de fotografia. Foi bom ter essa noção”, afirma Maria Sousa.
Produção em vídeo e vários trabalhos gráficos foram também desenvolvidos pelos estudantes desta área. Oleh Tsupryk conta que quando chegaram, quem os recebeu parecia um pouco desconfiado sobre as suas capacidades. No final já não queriam que se viessem embora. “O nosso designer parecia que ia chorar quando nos despedimos”, revela.
Todos admitem que “será uma boa oportunidade o currículo”, quando entrarem no mercado trabalho, sublinhando que a experiência foi “bastante positiva”. Ana Sousa e Cátia Costa, do curso técnico auxiliar de saúde, rumaram a um lar para pessoas com demência em Terras de Sua Majestade e o que encontraram foi algo muito diferente.
“Olhamos para Inglaterra e pensamos que é um país muito desenvolvido, mas Portugal está melhor posicionado nas condições dos seus lares. Somos mais carinhosos, atenciosos e [LER_MAIS] cuidadosos. Eles são mais frios.”
Do curso de comunicação, marketing, relações públicas e publicidade. Cátia Soares, Catarina Santos e Jéssica Bártolo aventuraram-se por Itália. A comunicação foi um dos principais obstáculos, a que não ajudou ainda a frieza de alguns italianos.
“No início pensavam que estávamos ali para passar férias, mas depois perceberam que podíamos ajudar e gostaram muito do nosso desempenho.”
“A escola orgulha-se de ser a única da região com esta modalidade de mobilidade de estágios profissionais. Este programa traz um valor acrescido aos cursos profissionais, que são considerados ensino de segunda. É um reconhecimento da Europa, que dá ênfase a este ensino através do financiamento”, salienta Celeste Frazão, coordenadora do programa Erasmus + da ESALV.
A professora explica que no acto da candidatura há critérios definidos para a selecção dos alunos, entre os quais, a média das notas gerais e as notas da componente técnica e linguística, o comportamento, assiduidade e o número de módulos feitos.
O programa exige ainda que estejam presentes alunos com Necessidades Educativas Especiais e com maiores dificuldades financeiras, requisitos que foram cumpridos no primeiro ano desta candidatura. “Depois da selecção, os dois parceiros da escola escolhem o local de estágio de acordo com o curso e o perfil do aluno”, explica Celeste Frazão, sublinhando que “os principais beneficiários deste projecto são os alunos, pela mais valia da experiência”.
Segundo a docente, “outro ponto relevante, é poder mostrar as mais valias dos alunos na componente técnica, sendo nós um País pequeno”. Aliás, “muitos deles são convidados a ficarem a trabalhar lá”.