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Home Opinião

Amor, retrosarias e uma certa ideia de vaidade

Helena Rafael, assessora de imprensa por Helena Rafael, assessora de imprensa
Fevereiro 1, 2024
em Opinião
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O colarinho acusava o desgaste provocado pela barba cerrada. A manutenção amorosa das camisas media-se pela viragem dos colarinhos coçados e pela escolha da cor da linha que mais se aproximava da que cosia os restantes botões. As idas à retrosaria prolongavam a vida da roupa escassa que não chegava para alimentar a ideia de vaidade.

Procuravam-se os fios mais finos e resistentes para passajar as peúgas de lã que alternavam as estações do ano de modo a não magoar os tornozelos escondidos pelas botas chegadas do sapateiro. A graxa protegia a pele duradoura do calçado que percorria uma geração. O sapateiro salvava pés com remendos, e o brilho da escovagem, a cada volta dos arranjos, transportava algo que podia designar-se por frivolidade. Mas ainda não seria vaidade.

Na época dos saldos, aqueles à medida de uma carteira magra, comprava-se o terno que serviria para casamentos e até funerais. O tamanho acima com pequenos defeitos de fabrico era o único cujo preço evitava compras a prestações.

A vaidade chegava finalmente na observação ao espelho da porta inchada do guarda-fatos vago. Uma vaidade presa por alfinetes que traziam a medida certa ao corpo de meia-idade. A marca do pesponto da costura do número acima, era amorosamente disfarçada por ela com o ferro de engomar bem quente.

Guardado no guarda-fatos, o terno sairia vestido ao sabor das ocasiões de cerimónia: Natal, Páscoa, o exame de quarta classe de um filho ou o dia das eleições. Naquele ano a retrosaria saldara os cortes de veludo com que ela forrara a gola do sobretudo já gasta.

A caminho da urna dos votos, ele de terno de pesponto disfarçado e ela de gola de veludo, experimentaram então aquilo que podia ser uma certa ideia de vaidade. E ninguém percebeu que, por causa da palmilha forrada a flanela, os sapatos dela, um número acima do tamanho do pé, não chinelaram quando exerceu o seu direito de voto. 

Etiquetas: AmorcontocrónicaescritafamíliaHelena RafaelLeiriaopiniãoregião de Leiriaretrosariasaldosternovoto
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