Alcino Duarte, director do Agrupamento de Escolas Domingos Sequeira, em entrevista nesta edição do Jornal de Leiria, é apenas mais uma voz a criticar a lentidão com que o Governo efectiva as medidas que anuncia.
A cerca de duas semanas do regresso dos alunos dos 11º e 12º anos, Alcino Duarte afirmava terem sido parcas as orientações sobre como decorrerão as aulas, não sabendo se a escola teria professores suficientes para respeitar as normas, e criticava o Ministério da Educação por ainda não terem recebido qualquer material de protecção individual, apesar de os serviços administrativos estarem a funcionar.
As críticas de Alcino Duarte juntam-se a muitas outras que se têm feito ouvir nos últimos dias, com os empresários à cabeça ao apontarem o dedo ao Governo pela demora dos apoios anunciados e às “exigências completamente absurdas e excessivas” colocadas pela banca, como referiu António Saraiva, presidente da CIP.
Também o atraso na análise dos pedidos de lay-off e no pagamento dos mesmos, fez desesperar os empresários devido a rupturas de tesouraria, que em alguns casos fez tardar o pagamento dos salários.
Das empresas de comunicação social ouvem-se igualmente críticas, por os 15 milhões anunciados para ajudar os jornais e televisões a continuarem a trabalhar e a manter as pessoas informadas, para já, não passarem disso mesmo: de anunciados.
Ou seja, percebendo-se as dificuldades do momento extraordinário em que vivemos, que também dificultarão a acção de quem nos governa, não é, apesar de tudo, aceitável que as medidas sejam anunciadas, criando expectativas junto das pessoas e empresas a que se destinam, e depois demorem tanto tempo a chegar ao terreno, que nesta fase crítica parece uma eternidade.
O momento exige rapidez, não apenas a pensar e a decidir, mas também a executar, sob pena de as boas medidas anunciadas de nada valerem por chegarem tarde de mais.
A continuar assim, o Governo poderá ser acusado, legitimamente, de estar a fazer marketing político, algo de que se deveria inibir atendendo ao que está em causa, mas também porque a oposição, na sua maioria, tem dado provas de sentido de Estado ao suspender a ‘guerrilha’ política dos tempos ditos normais.
Se é para fazer, é para fazer. Se não é, não se anuncie!