O Governo apresentou no sábado o Programa Nacional de Regadios, que vai criar mais de 95 mil hectares de regadio até 2022, com um investimento público de 534 milhões de euros.
Entre os projectos aprovados está a modernização dos aproveitamentos hidroagrícolas (AH) da Cela e do Vale do Lis e a construção do AH de Óbidos.
Na obra da Cela (que abrange os concelhos de Alcobaça e da Nazaré), foi aprovada a modernização da rede de rega e dos açudes de derivação. No Vale do Lis (concelhos de Leiria e Marinha Grande), foi aprovada a modernização dos blocos de rega do Boco e das Salgadas. Estas obras ainda não começaram.
Em Óbidos, trata-se do projecto de implementação do AH, que inclui a construção de estação elevatória, de rede de rega e de drenagem e de caminhos. Este projecto, que integra a Barragem do Arnóia, já construída, está em curso, segundo informações do Ministério da Agricultura.
O JORNAL DE LEIRIA solicitou ao gabinete de Capoulas Santos mais informação sobre os projectos, nomeadamente quanto aos prazos de execução e montante do investimento, mas até ao fecho desta edição não obteve resposta.
No documento Estratégia para o Regadio Público 2014-2020, de Setembro de 2014, era já referenciada como prioritária a reabilitação e modernização dos aproveitamentos hidroagrícolas da Cela e do Vale do Lis .
Para a modernização da obra da Cela estava estimado, na altura, um investimento de sete milhões de euros, para uma área de 485 hectares; para o Vale do Lis eram apontados oito milhões, para uma área de 361 hectares.
Quanto a Óbidos, o documento considera que se apresenta como prioritário porque “estando a Barragem do Arnóia já construída, o investimento diz respeito apenas à construção das redes de rega”, no montante de 28 milhões de euros.
Segundo a Lusa, os 22 regadios já aprovados têm associado um investimento de 248 milhões de euros, devendo os restantes receber luz verde até ao final deste ano.
[LER_MAIS] Dos mais de 95 mil hectares abrangidos pelo programa, 54 mil serão regadio novo e o restante será reabilitação e modernização. A primeira vertente implica um investimento de 307,8 milhões de euros, a segunda absorve o restante.
O Ministro da Agricultura sublinha a importância do regadio “para o desenvolvimento do território rural, para o combate à desertificação do interior e para aumentar a produção nacional”.
Capoulas Santos estima que este programa criará mais de 10 mil postos de trabalho permanentes, “ajudando a fixar populações, criando riqueza e melhorando as condições de vida no interior”.
Por outro lado, este programa vem disponibilizar mais recursos para o combate aos incêndios “além de que um território melhor ocupado e mais cultivado estará melhor defendido”.