A Câmara de Leiria aprovou, esta tarde, o projecto de arquitectura para a criação de uma unidade de quatro ou cinco estrelas estrelas no sítio do antigo Grande Hotel Lis. A proposta de intervenção contempla ainda a reabilitação “integral” da casa Korrodi, existente no topo do terreno, e a sua transformação numa casa de chá e alojamento.
O projecto aprovado prevê também a construção de um novo edifício, a partir da demolição de uma habitação confinante com o imóvel Korrodi que, em tempos, albergou a sede da AMAE (Associação de Municípios da Alta Estremadura). O objectivo é criar oito apartamentos turísticos no local.
No total, a intervenção no quarteirão, que é propriedade do grupo Respol, criará 75 unidades de alojamento, entre as quais 52 quartos duplos e dez suites, oito apartamentos turísticos, restaurante, casa de chá, salas para reuniões e parque de estacionamento em cave (um piso)
Na apresentação do projecto ao executivo, o arquitecto Miguel Saraiva, do gabinete Saraiva e Associados, frisou que se trata de uma intervenção “estruturante para a cidade”, que permitirá a reabilitação de uma zona “sensível”.
No caso da fachada, Miguel Saraiva destacou a importância da sua preservação, enquanto elemento de memória da população de Leiria. A proposta agora aprovada não irá, no entanto, repor os azulejos da fachada, por se “acreditar que os azulejos não seriam originais no desenho da fachada” e que sua reposição “nada acrescentaria à nova fachada, além do valor enquanto memória do edifício”.
Este ponto do projecto mereceu uma chamada de atenção do Gabinete de Reabilitação Urbana da câmara no parecer que emitiu, aceitando, contudo, “a opção de não reposição dos azulejos”, como se lê na deliberação da câmara, aprovada esta tarde.
O mesmo gabinete pronunciou-se também sobre a demolição do edifício que confinante com a antiga sede da AMAE, “um dos mais antigos do arruamento” e que está “integrado num conjunto de interesse patrimonial”. Apesar dessas notas, os técnicos da autarquia deram anuência ao “sacrifício” do imóvel no quadro de um projecto mais amplo, onde parte do património é preservada”.
Também a Direcção Regional de Cultura do Centro, que deu parecer favorável condicionado ao projecto, não se opôs à demolição do imóvel por considerar que não tem “particular importância história ou patrimonial”.
O projecto contemplam a construção de uma piscina, com vista para o castelo, entre o hotel e a casa Korrid, bem como a criação de um pátio interior. “Quis dar-se aos hóspedes motivo de permanência maior”, explicou Miguel Saraiva, que sublinhou ainda o facto de o edifício do hotel “não será colado” à Igreja do Espírito Santo, “para que possa respirar”.
A convicção do arquitecto é que se trata de uma proposta de intervenção “feliz” e “diferenciadora”, que “respeita o património pré-existente”.
Manuel Barbeiro e Costa, administrador da Respol não quer, para já, prestar declarações sobre o assunto, escusando a revelar o valor do investimento, que será “muito elevado”, e a data prevista para o início das obras.