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Home Abertura

Arte à flor da pele: preconceito transformou-se em moda e competição

Patrícia Carreira Gonçalves por Patrícia Carreira Gonçalves
Dezembro 1, 2022
em Abertura
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Arte à flor da pele: preconceito transformou-se em moda e competição
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O surf, o sol, o mar e a praia foram as primeiras coisas que cravou na pele com linhas simples. Mas os desenhos incríveis que o amigo fazia levaram-no a pedir qualquer coisa diferente e única. A imagem de uma cigana estreou a aventura pelas tatuagens de cor que, cerca de cinco anos depois, já lhe cobrem grande parte do corpo. A maior peça foi inspirada num trabalho emoldurado com deuses da Indonésia que acabou por ganhar vida nas suas costas, estendendo-se até aos tornozelos.

“Apaixonei-me por ter tatuagens e já não consigo ver o meu corpo sem nada, não é vício, é olhar ao espelho e não gostar de ver pele”, confidencia Vítor Poço, leiriense de 36 anos.

Sentado no sofá da sala que tem vista para a Praça Rodrigues Lobo, em Leiria, onde se deixa inspirar pelas criações do único tatuador que tem tido permissão para o desenhar, assume que quer tatuar o corpo todo, menos a cara, o pescoço, as mãos e os pés. “Quando estou vestido ninguém precisa de saber que estou tatuado, só quando tiro a roupa é que as pessoas ficam a observar e, claro, às vezes também há olhares estranhos”, conta, entre risos.[LER_MAIS]

À pergunta sobre quem fez e se doeu muito, também costumam acrescentar se tem algum significado. “Respondo sempre que sim, significa que gosto porque, para mim, isso chega”, atira.

A pele passou a ser uma obra de arte que resulta de um sem fim de horas, algum sofrimento, muita dedicação para manter o resultado intacto e num incontável investimento.

“Não importa se dói ou quanto custa. É como beber um bom vinho ou uma comida muito boa, o resultado é tão satisfatório que nem se pensa na dor ou no valor. Além disso, fica para a vida.”

Ao fascínio pelo corpo desenhado, acrescenta ainda uma boa dose de orgulho pelo trabalho feito pelo amigo a quem dá o acesso exclusivo para a sua pele. “Costumo dizer que as minhas tatuagens não são minhas, são do Fábio, e tenho bastante orgulho nisso”, enaltece Vítor Poço.

Sentado ao lado, o amigo André Oliveira, de 31 anos e natural de Barcelos, acena com a cabeça enquanto sorri. Os dois costumam passar aqui muitas horas, a tatuar e a “falar de tudo, e de nada” com o ‘dono’ da agulha. “É como se fosse um café, às vezes um confessionário ou um psicólogo, e até serve de desculpa para irmos comer hambúrguer”, atira a rir.

Também ele se orgulha de ‘carregar’ a técnica e o desenho de um amigo na pele. “No início não nos conhecíamos mas passamos a ser amigos e agora é muito difícil mudar de tatuador. Acredito que seja importante ter sempre o mesmo porque se cria uma relação forte de amizade e confiança”, afirma.

A primeira tatuagem que fez foi um coração com uma faca em homenagem ao falecido pai, à qual já acrescentou uma manga completa e duas pernas com peças de estilos tradicional e neo tradicional.

“É fixe ter no meu corpo a arte que ele cria e, ainda por cima, com trabalhos únicos e que ganham prémios”, acrescenta porque, além das sessões que se estendem nos dias e nos meses neste estúdio, também dá a ‘pele às balas’ para as convenções nacionais onde se deixa tatuar para a competição.

“São as minhas cobaias”, atira, divertido, o tatuador que já conquistou prémios em várias categorias, como cor ou old school.

Fábio Ventura, leiriense de 33 anos, confessa que sonhava ser realizador mas deixou que o gosto pelo desenho se perpetuasse nesta carreira. Ciente da “responsabilidade” que tem, reconhece que não esquece que faz diariamente “um trabalho que vai acompanhar a pessoa para o resto da vida e pode mexer muito com a auto-estima”.

Com “dedicação, vontade de aprender e muitas horas” de trabalho, passou das primeiras estrelinhas que tatuou aos trabalhos de corpo inteiro e garante que todos têm os seus desafios.

“Gosto de desenho e tatuar é uma forma de desenhar numa tela viva que sangra, estica, encolhe, aleija- -se, envelhece”, declara, sem medo de admitir que considera que “isto é arte, porque arte é tudo o que se aprecia”.

Com a agenda praticamente cheia, desvenda ainda que nota uma evolução grande na desmistificação dos preconceitos que antigamente eram associados ao mundo da tatuagem.

“Já não existem tantas dúvidas ou receios como no início, as pessoas só têm medo que doa. O facto de cada vez mais celebridades terem peças grandes faz com que as pessoas também estejam mais familiarizadas com a tatuagem e, sobretudo, com trabalhos grandes e espectaculares”, justifica Fábio Ventura.

As mentalidades mudaram, e quem está na maca a ser tatuado confirma.

A sofrer com a peça oriental completa que lhe está a ser cravada no braço, Ricardo Dionísio, de 43 anos e de Alcobaça, garante que, para si, se trata de “estética, pura e dura”.

Fez a primeira tatuagem há mais de duas décadas, um diabinho no tornozelo, o que não lhe deixa dúvidas sobre a “evolução brutal” que houve desde então.

“Antigamente faziam-se as tatuagens escondidas e dizia-se que quem as tinha eram os drogados, agora é moda, toda a gente quer ter e coisas cada vez maiores”, conta.

Uma evolução com mais de duas décadas

A Just Tattoos foi o primeiro estúdio dedicado exclusivamente a tatuagens a chegar a Leiria.

De portas abertas hà 22 anos na ‘sala de estar’ da cidade do Lis, a Praça Rodrigues Lobo, tem acompanhado a evolução do mundo da tatuagem e, sobretudo, da mentalidade dos leirienses.

“Antigamente o pessoal vinha mais nervoso, mas agora é uma coisa mais ‘corriqueira’, as pessoas já sabem ao que vêm. Algumas ainda têm medo que doa, mas por norma sabem o que esperar, o que querem e que cuidados devem ter”, afirma Ouriço Cantela, de 41 anos, ‘dono’ da sala do terceiro piso do prédio do estúdio.

A tatuar as costas de Tiago, o filho de um antigo professor que começou a tatuar há quase duas décadas, admite que muitos clientes optam por fazer apenas um trabalho, mas garante que a maioria se fideliza.

“Isto torna-se uma coisa tão íntima que o pessoal acaba por ir ficando sempre com o mesmo tatuador”, sublinha.

Premiado em várias categorias das últimas convenções de tatuagens nacionais, é intransigente a descartar a ideia cada vez mais comum de que o seu trabalho é fazer arte na pele das pessoas.

“Eu não faço arte, faço artesanato porque faço o que as pessoas pedem ou com base nas ideias que trazem”, remata.

E desde que começou, em casa e com uma máquina feita por si, há cada vez mais gente a aparecer com os mais variados pedidos.

“As pessoas pedem o que gostam, dos trabalhos mais elaborados aos mais minimalistas. É verdade que as tatuagens maiores são cada vez mais procuradas, até porque está na moda, mas não há um ‘estilo de cliente’, temos clientes de várias idades, do polícia ao ladrão”, graçeja.

Uma coisa, garante: “há cada vez mais clientes, mas também muito mais gente a tatuar na cidade”.

“O único período crítico que tivemos foi durante a pandemia porque fomos obrigados a fechar. Mal abrimos as pessoas quiseram vir logo todas ao mesmo tempo e agora já está a começar a estabilizar”, acrescenta.

Com quatro tatuadores, o estúdio Just Tattoos gere as agendas consoante a dimensão e tempo que cada trabalho requer. Se for uma tatuagem pequena será mais fácil encaixar no horário, se for um trabalho maior pode levar um mês (ou mais) a ter vaga.

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