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Saber calçar os sapatos dos outros é uma máxima de empatia e de solidariedade que, com toda a propriedade, a marca Labuta, de Leiria, está a praticar.
Por um lado, a insígnia de calçado e de acessórios está a trabalhar com reclusos do Estabelecimento Prisional de Leiria, num projecto de inclusão social, do qual resultam chinelos feitos à mão em burel artesanal português.
Por outro, em articulação com o artista Bordalo II e a Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino (AEPGA), de Miranda do Douro, lançou, quarta-feira, umas botas ecológicas (construídas em fibra de milho e pneu reciclado), que têm, entre outras particularidades, o objectivo de ajudar a preservar e a dignificar uma espécie autóctone daquela região,[LER_MAIS] o burro de Miranda.
Pedro Olaio, responsável pela Labuta, explica que os chinelos domésticos L (de Labuta e também de Liberdade) são feitos por um grupo de jovens reclusos da prisão-escola, que aprenderam com a senhora Rosa, septuagenária, a trabalhar esse têxtil típico da Serra da Estrela.
“Quando se juntam a fazer os chinelos, deixam os problemas que os levaram até ali. A sua preocupação é saber quantos mais terão de produzir e em que cores ficariam melhor”, explica Pedro Olaio.
À luz deste projecto social, os jovens encontram motivação e “vêem o seu trabalho e competências recompensadas”, salienta o empresário. “Permite-lhes ter uma nova oportunidade de inserção”, congratula- se Pedro Olaio.
Quarta-feira, a Labuta promoveu o lançamento das botas Ferrador, feitas em fibra de milho e de produtos reciclados, um projecto que é realizado em articulação com artista Bordalo II e com a AEPGA.
“A ideia passa por apoiar e chamar a atenção do trabalho desenvolvido pela associação na defesa e preservação do equilíbrio de vida do burro mirandês.”
Ao Bordalo II cabe elaborar um mural, trash art através da qual é representado o burro, e que ficará instalado no Parque Ibérico de Natureza e Aventura, no concelho de Vimioso. “Estas botas contam com a gravação de uma ilustração de Bordalo II e por cada par vendido, o comprador receberá gratuitamente um voucher de apadrinhamento de um dos burros integrados na campanha da AEPGA, no valor de 30 euros”, uma forma de proteger animais desta raça autóctone em vias de extinção, salienta o responsável pela Labuta.
“Desde a sua génese, a empresa atribui nomes de profissões e ofícios aos modelos das suas botas. O nome do modelo em causa – Ferrador – visa homenagear estes profissionais e alertar para o desaparecimento progressivo deste ofício intimamente ligado ao mundo dos equídeos”, salienta ainda.
