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Artista do mundo, cidadão de Leiria

Cláudio Garcia por Cláudio Garcia
Agosto 25, 2023
em Abertura
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Chegou na pandemia, em pleno Inverno. As portas começaram a abrir-se depois de um desconhecido o ouvir no Parque do Avião. Com a conversa, surgiram contactos e, com os contactos, a oportunidade para o primeiro concerto em Portugal, que lhe deu “esperança” quando já ponderava “voltar para o Brasil”.

Rairton Lima é natural de Fortaleza, no Ceará. No calor do Nordeste se fez músico para “conhecer amigos e viajar”. Com o tempo, tornou-se íntimo do bossa nova, do samba, do choro e do forró. Aprendeu guitarra e especializou-se no bandolim. E, há dois anos, a jornada trouxe-o até à Europa.

Nos milhares de nomes que preenchem as colunas da imigração em Portugal – só do Brasil, um acréscimo de 35 mil pessoas em situação legal, em 2022, segundo o SEF – encontram-se também artistas e professores de artes. Rairton Lima, em Leiria desde 2021, dá aulas em várias escolas (Leiria, Batalha e Marinha Grande) e tem colaborado com a associação Sílabas Ritmadas – criada e coordenada por Cláudia Jerónimo – em projectos com a população sénior e com crianças que decorrem no Museu de Leiria e no BAG – Banco das Artes Galeria, no âmbito do serviço educativo. Toca com um grupo de cavaquinhos e costuma acompanhar outros músicos em bares, concertos e eventos, entre eles, Soraia Morais (concorrente do The Voice Portugal na edição de 2022) e, mais recentemente, João Damasceno.

“A música que vive no mundo, não é diferente da nossa, na verdade, é uma outra forma de entender”, diz ao JORNAL DE LEIRIA o nordestino de 36 anos. Cresceu no interior do Ceará – “um centro cultural muito forte” – e acabou por conhecer Giselle numa roda de músicos. Vieram juntos para Leiria e durante um ano moraram com os cunhados, ambos estudantes de mestrado. Actualmente, residem em São Jorge, no concelho de Porto de Mós.

Depois das dificuldades iniciais, dos trabalhos em limpezas domésticas e industriais, das barreiras colocadas pelo custo da habitação, Rairton sente-se, finalmente, conectado com a cidade. “Vale a pena lutar para fortalecer uma nova semente musical, uma nova semente cultural, de unir forças”, comenta. “Para mim, aqui, aconteceu”.

Rairton Lima dá aulas de música na Batalha e também em Leiria e na Marinha Grande (Foto de Ricardo Graça)

Portugal não é apenas fuga à criminalidade, insegurança e violência na periferia de Fortaleza – “eu saía para actuar à noite, ou mesmo de dia, e não sabia se ia voltar para casa” – é investimento pessoal que visa experienciar outra realidade e aperfeiçoar conhecimentos, com o objectivo de, um dia, regressar ao Brasil.

Enquanto procura recriar em Leiria o mercado que já tinha no Ceará, onde também dava aulas e acompanhava artistas em bares, sessões de improviso, eventos e concertos, incluindo de música erudita e com orquestras, Rairton Lima reforça que a música “é uma mensagem” e “uma forma de sentir” – em resumo, “é comunhão”.

Mircea Albutiu: “Foi importante porque encontrei pessoas diferentes”

Desde o ano passado, o rio Lis é um dos principais motivos de interesse para o fotógrafo Mircea Sorin Albutiu, que tem vindo a explorar, “numa perspectiva conceptual” e “não apenas documental”, o “poder” e a “energia” do trajecto entre a nascente na aldeia de Fontes e a foz na praia da Vieira. Em 2022, deixou a casa na Roménia e radicou-se em Leiria – primeiro, num apartamento arrendado, e, actualmente, em habitação própria.

Leiria tornou-se um destino com significado quando conheceu, ainda na Roménia, o fotógrafo José Luís Jorge. Desse encontro resultaram os alicerces de uma primeira exposição, New Energy – Amor Amores, organizada em 2017, no Teatro José Lúcio da Silva, e da segunda, em 2019, com o título O Anfitrião, acolhida no m|i|mo – museu da imagem em movimento. Nesse ano, descobriu pela primeira vez o espaço cultural Serra, na Reixida, ainda sem saber que o momento o levaria, mais tarde, a mudar de rotina e de país.

Candidatou-se a uma residência artística e regressou – a Leiria e ao Serra – em Janeiro de 2020, para o período que originou a exposição Family of Dog, com fotografia e vídeo, na Arquivo. “Foi importante porque encontrei ideias diferentes”. Retido em Portugal pelo confinamento na primeira vaga de Covid-19, Mircea só regressaria à Roménia no início do Verão, o que proporcionou o tempo necessário para produzir o livro Rasto, sobre a paisagem portuguesa (e as pessoas) até ao Algarve.

Quando, por fim, retornou a Cluj, a 170 quilómetros da fronteira com a Hungria, a vivência no ecossistema do Serra, com músicos e artistas de outras disciplinas, durante a situação “assustadora e incerta” provocada pela pandemia, já era demasiado forte para ser ignorada. “Houve algumas mudanças no meu trabalho por causa do Serra, teve um impacto em mim e senti que tinha de regressar”, conta ao JORNAL DE LEIRIA. “Abriu na minha mente algumas novas perspectivas”. E conclui: “Foi como um primeiro amor, em 2020, e depois precisei de voltar”.

Reentrou, para uma nova residência artística, em Fevereiro de 2022 – já conhecia como a palma da mão o Serra e também os caminhos percorridos a pé até à nascente do rio Lis, que o inspiraram a iniciar o projecto multimédia agora em fase de conclusão. Em simultâneo, continua a trabalhar noutros projectos: viagens de comboio na Roménia, a fronteira com a Sérvia, o povo tártaro junto do Mar Negro.

A invasão da Ucrânia pela Rússia acabou por revelar-se mais um argumento a favor da mudança. “Disse à minha mulher: eu amo Portugal. Vamos lá ver se gostamos. E depois de uma semana, ela disse: “Estou em casa aqui””. Têm ambos 55 anos. “Sentimo-nos jovens”. E não lhes falta o que desejar no país de acolhimento. “O sabor das azeitonas, o sol, o vento, o oceano, muitas coisas pequenas”. Mircea realça que é importante o suporte financeiro, caso contrário, “é duro [alguém] estabelecer-se em Portugal”, porque “não se ganha muito dinheiro”. A fase em que se encontram permite-lhes avançar e o fotógrafo romeno até já pensa proporcionar a outros a experiência inversa – levar artistas portugueses para residências criativas na Roménia.

Laura Perdomo: “Tem sido brutal”

A história de Laura Perdomo com Leiria é muito mais antiga. Veio no ano 2000, de Barcelona, Espanha, mas é natural de Cuba, onde viveu, em Havana, até aos 21 anos de idade. Em Leiria, não só conseguiu trabalho na área de formação – fundou uma companhia de teatro e ingressou na SAMP, que considera “uma casa indescritível” – como fez amigos e família e viu nascer as duas filhas.

Um dos projectos que integra na SAMP, a produção Léguas de Línguas, é um teatro musical que reúne actrizes de quatro nacionalidades: Laura, Sandie Mourão (Reino Unido), Inesa Markava (Bielorrússia) e Yumiko Ishizuka (Japão), todas em Leiria há vários anos.

Também na SAMP, Laura Perdomo é professora de teatro na Escola de Artes, coordena a turma de teatro do projecto UpA (com funcionários do Hospital de Leiria) e participa no projecto Palco em Casa. Com Inesa Markava, realizou as sessões Sons em Movimento e O Rebelde do Lapedo, no Museu de Leiria. Em simultâneo, dá aulas de expressão dramática no projecto Casa da Árvore, do primeiro ciclo do ensino básico.

Laura Perdomo: “Leiria já é a minha casa”

Quando chegou a Leiria, começou por empregar-se numa loja de antiguidades, mas, logo nos primeiros anos, a colaboração com os grupos O Nariz e Te-Ato inscreveu-a nos bastidores e nos elencos do teatro. Acabou por fundar, com Sandrine Cordeiro e Ana Moderno, a companhia Libélula e um portefólio de espectáculos para o público mais jovem que a conduziram por todo o País, de norte a sul. “Apercebi-me que era possível ganhar a vida do curso que eu tinha tirado”. Com o exemplo da avó paterna, “uma influência muito grande”, bailarina até ao casamento, e do pai, sempre pronto para cantar, o gosto pelo palco apareceu muito cedo.

Dois momentos destacam-se na definição do percurso que continua, até hoje, a desbravar. O primeiro, quando frequentou um jardim de infância vizinho de um teatro de marionetas com um corredor a ligar os dois edifícios e as crianças convidadas regularmente para assistir a estreias e anteestreias; depois, já adolescente, quando presenciou, da plateia, Sonho de uma Noite de Verão, em Havana. “Marcou-me imenso. Adorei. Fiquei apaixonadíssima”. Inscreveu-se num workshop, de que derivou um grupo de teatro. “E nunca mais parei”.

Em Portugal e em Leiria, “cada passo, uma conquista”. A actividade no teatro revelou a Laura Perdomo uma cidade “super aberta” e com “pessoas super carinhosas”, que vê a mudar muito, para melhor, no sector da cultura. “Tem sido brutal”, assegura. A relação com Cuba permanece, embora diferente. “Já morei tantos anos cá como em Cuba. É engraçado, porque quando passa tanto tempo que estamos fora, já nos sentimos mais estrangeiros na nossa terra do que cá”.

Amigos e familiares, restam poucos na ilha de origem. “Toda a nossa geração acabou por emigrar”, assinala. “Leiria já é a minha casa. Cuba é a minha infância, mas não é a minha casa”.

Etiquetas: arteimigraçãoLeiria
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