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Home Opinião

As três víboras

Florbela Oliveira, Professora e escritora por Florbela Oliveira, Professora e escritora
Junho 26, 2025
em Opinião
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Há muito tempo, nasceram, num reino rochoso e seco, três bonitas, viçosas e brilhantes víboras. O povo, feliz com o nascimento, fez um banquete para celebrar o acontecimento. 

O arraial durou três dias e três noites, tal qual o número de bebés nascidos de um casal real de víboras que nunca conseguira dar à luz. 

Findos os três dias de festividades, mandava a tradição que estes seres viscosos e rugosos, entretanto sonegados aos festejos para não serem alvo de maus olhados e mezinhas (toda a gente sabe como são as víboras, certo? Nada como precaver!) fossem apresentados ao povo pelas grandes patentes da cidade que tinham como função dotar cada um dos nascidos de um poder que os livrasse de perigos. 

Assim que surgiram, em simultâneo, erguidos pelos anfitriões, os «viboricense» logo se espantaram. Havia entre as nascidas uma grande diferença. O tamanho. E como o tamanho contava, por ali! Víbora que é víbora, embora não tenha de ser muito grande, também não deve deixar o seu tamanho por mãos alheias. 

Os patenteados da cidade iniciaram o ritual com o habitual discurso. 

– Eu, – dizia, de ego inflamado, o Ancião Víbora, tremendo dos braços devido ao peso da maiorzinha. – vou dotar-te de um ultra poder: conseguirás lançar, via aérea, e por dois metros, um veneno tão poderoso que aniquilará qualquer um que ouse fazer-te frente.

– Eu, – dizia o Feiticeiro Mor, levantando a víbora de tamanho médio – vou dotar-te de uma pele de um brilho tão forte que conseguirá cegar quem ousar enfrentar-te.

Quando chegou a vez da Bruxa Reptílinea, toda a populaça, escorregadia e deslizante, se riu. 

A criança víbora escorregava pelo corpo abaixo da bruxa, demorando algum tempo até que se pusesse em posição de ser apresentada. 

Quando, finalmente, o momento aconteceu, a Bruxa, de voz determinada e imbuída na solenidade do instante, anunciou. 

-Eu, – disse ela, calma e pausadamente, – não preciso de te dotar de nada… Acredita que tens tudo em ti… Basta pensares! 
Uma vez mais, a risada foi geral. 

O tempo foi passando e, enquanto as duas víboras de tamanho grande e médio, cresciam com percentis perfeitamente adequados, a menor continuava pequena e com um atraso de crescimento significativo. Foi assim, sempre, ao longo dos tempos. 

Um fatídico dia, a Víbora Rei, que já não ia para novo, morreu quando, refastelado numa montanha quente, abrasou a sua recém-nascida pele depois do natural momento de muda. 

As três víboras, sucessoras ao trono e todas nascidas ao mesmo tempo, teriam de lutar pelo cargo, apresentando argumentos plausíveis. 

Perante isto, a víbora menor baixou a cabeça, afastou-se das irmãs e esperou. 

Um disparo de cor cinzenta em forma de nuvem espessa passou ao seu lado, ao mesmo tempo que um brilho espelhado, intenso e insuportável se projetava no ar. 

Quando considerou seguro, a víbora pequena entrou na sala onde as irmãs jaziam, vítimas da sua raiva, afinal, a verdadeira ignição dos seus poderes. 

É bem verdade que temos tudo em nós, basta pensarmos! 

Texto escrito segundo as regras do Novo Acordo Ortográfico de 1990 

Etiquetas: criativacrónicaescritaescritoraFlorbela Oliveirajornal de leiriaLeirialiteraturamoralopiniãoprofessoratamanhovíboras
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