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Home Entrevista

“Às vezes passa pela mente a ideia de ganhar e isso dá motivação extra para sofrer”

Patrícia Carreira Gonçalves por Patrícia Carreira Gonçalves
Junho 17, 2022
em Entrevista
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“Às vezes passa pela mente a ideia de ganhar e isso dá motivação extra para sofrer”
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Quem é o João Almeida, fora da bicicleta?

Esta pergunta é difícil… Eu passo a maior parte do tempo na bicicleta, a treinar, em corridas e em estágios. O João ‘normal’ também gosta de estar com os amigos, de fazer coisas normais e é uma pessoa calada. Gosto de andar de kart e de fazer outras actividades, mas passo a maior parte do tempo fora, com a equipa… divido o tempo entre Andorra e Portugal.

Como começou esta aventura no ciclismo?

Eu sempre andei de bicicleta, desde pequeno, desde que me lembro. Comecei a fazer algumas corridas federadas aos 13 anos, mas sempre fiz desporto. Fazia natação, futebol, entre outros, e decidi trocar para o ciclismo em termos competitivos e gostei. Fui fazendo mais corridas, cada vez mais, e acabou por ser uma evolução natural.

E porquê o ciclismo?

Eu gostei da competitividade, embora ainda fosse bastante novo e as coisas fossem bastante diferentes do que são hoje. Gostei do espírito de equipa porque, independentemente de quem ganhasse e dos escalões, a equipa estava sempre no convívio e eu gostava desse ambiente.

Sempre foi um objectivo chegar a este nível de competição?

Não. Até aos meus 16/ 17 anos eu gostava de ciclismo e da competição mas não pensava muito além disso. Só gostava e queria ser dos melhores, portanto treinava bastante e esforçava-me. Depois naquele salto dos 17/18 anos comecei a perceber que até tinha algumas qualidades e comecei a esforçar-me e a preocupar-me mais. Consegui adquirir uma boa forma física, as corridas iam correndo bem e uma pessoa acaba por ganhar motivação para continuar e fazer mais.[LER_MAIS]

E tem dado resultado…

Sim, acho que sim!

Que qualidades destaca que traduzam este percurso?

Acho que a capacidade de sofrimento é uma das minhas maiores qualidades. Sou uma pessoa forte mentalmente e isso ajuda bastante no ciclismo. Começa tudo em treino e depois é uma pequena bola de neve até à competição.

Como é que se fazem aquelas subidas enormes sempre em cima da bicicleta?

Sim, há subidas muito duras e longas. Tento sempre gerir o meu esforço da melhor maneira possível e no fundo é ter muita capacidade física e mental… E sofrer.

No meio desse sofrimento, pensa-se em alguma coisa?

Não, só penso no meu esforço, em dar o meu melhor e em gerir da melhor maneira possível a energia. Às vezes passa pela mente a ideia de ganhar e isso dá sempre uma motivação extra para sofrer mais um bocadinho. Claro que isso é pessoal, somos todos diferentes, mas no meu caso a cabeça e a mentalidade são o essencial.

Ajuda ter os pais a assistir a várias provas?

Sim, é importante ter lá a família, sentir o apoio deles e vê-los na estrada quando andamos a sofrer naquelas subidas. Dá uma grande motivação e, sem dúvida, ajuda bastante.

Como é que a vila A-dos-Francos acompanha este percurso?

Eu conheço toda a gente na minha aldeia desde que sou criança, sempre vivi ali e quando passo na rua falo com toda a gente. Nesse aspecto nada mudou. Agora não passo muito tempo lá, mas sempre tive o apoio da minha aldeiazinha. Sinto que tem orgulho de mim e estou muito agradecido por esse apoio.

Também sente esse apoio por parte das entidades oficiais?

No ciclismo, em Portugal, os atletas representam a selecção nacional mas não costumam ter um contrato específico com uma equipa ou com empresas. Por vezes têm as bolsas de atleta olímpico. Eu tenho contrato com a minha equipa. Não tenho necessidade desses apoios e, na minha opinião, também não fazem muito sentido porque treino na rua e a equipa suporta todas as despesas que preciso.

As ruas do distrito fazem parte desses palcos de treino?

Sim, costumo treinar em Andorra, em locais de estágio da equipa ou por cá. Na zona do Oeste é basicamente em todo o lado. De Pataias a Torres Vedras. E [a Serra de] Montejunto é, sem dúvida, dos meus locais favoritos para treinar cá.

A última grande prova que fez foi a Volta a Itália. Era 4.º da geral e liderava a juventude quando teve de abandonar o Giro por testar positivo à Covid-19. Como é ter de abandonar o sonho, a quatro dias da final, por motivos alheios à prestação?

Foi um bocado frustrante. Foram muitos meses de preparação e de esforço, de profissionalismo ao máximo. Fiquei triste, obviamente, mas também faz parte do ciclismo e do mundo de hoje em dia. É saber lidar e focar-me nos próximos objectivos.

Já está recuperado?

Sim, já voltei aos treinos, estou recuperado e sinto-me bem. Agora é voltar à minha rotina de treino, pouco a pouco, e voltar ao normal.

Ser líder na equipa muda muito a forma como faz a prova?

Sim, claramente. Muda completamente. Sendo líder sou protegido. Não sendo líder sou quem protege. O líder tem de se reservar para a parte final que é quando se disputa a corrida, tem de chegar lá nas melhores condições e precisa da ajuda dos colegas de equipa para isso, em termos de hidratação, proteger do vento e recuperação. Gasta-se muita energia e sendo líder podemos guardar essa energia para o final. A adrenalina é outra e, pessoalmente, tendo uma equipa a trabalhar para mim sinto outra responsabilidade e motivação.

E é fácil gerir isso tudo sendo tão jovem?

Sim, é natural, vai-se desenvolvendo aos poucos. Claro que ainda há coisas que posso melhorar sendo líder mas acredito que está tudo encaminhado. Vou continuar o meu caminho.

O que é que se segue?

Vou fazer o Campeonato Nacional, depois devo fazer a Clássica San Sebastian, depois a Volta a Burgos e a Volta a Espanha [todas no país vizinho]. E depois vamos organizar o calendário para o próximo ano e tudo pode acontecer.

E para o futuro, quais são as ambições?

Eu gostava de voltar ao Giro [Itália]. Fazer um pódio numa grande volta é o grande objectivo. E, no futuro também gostava de fazer a Volta a França.

Há alguma prova que gostasse de fazer em Portugal?

Uma Volta a Portugal, um dia, quem sabe.

Ainda há muita coisa que quer conquistar?

Sim. Há tanta corrida no mundo do ciclismo e muitas importantes onde eu gostava de ter resultados. Mas vamos a uma de cada vez. 

Como é representar o País no mundo do ciclismo?

É bom. O ciclismo sempre foi dos principais desportos em Portugal mas nunca teve muitos nomes de grandes de atletas. Por isso é bom ver que temos cada vez mais atletas com qualidade que conseguem fazer resultados melhores. Espero que seja uma bola de neve e haja cada vez mais atletas na modalidade.

Sente essa responsabilidade?

O meu foco é a minha forma e sou eu. Mas tenho sempre na minha cabeça que tudo o que possa vir a alcançar vai facilitar os próximos atletas e a futura geração portuguesa de ciclismo e isso também me dá motivação. Se eu puder ajudar os outros atletas, ajudo sempre.

Que conselhos são importantes para quem esteja a começar na modalidade?

O ciclismo é um desporto muito duro, é preciso ter espírito de sacrifício e treinar bastante. Trabalhar no duro e esforçar-se, acho que é o mais importante.

E esse esforço é reconhecido pelo seu País?

O futebol vai ser sempre mais conhecido, mas acho que o ciclismo está a ter cada vez mais impacto e a ser reconhecido. Mas nunca vai chegar ao nível do futebol…

Porquê?

O futebol tem mais adeptos, os jornais publicam o que as pessoas consomem… É diferente. No futebol também há uma arena, um estádio onde se pode ver tudo e no ciclismo é um bocado mais complicado acompanhar uma corrida pessoalmente. Talvez também seja por isso.

O aumento de ciclistas e a sua presença nas redes sociais dão visibilidade à modalidade?

Sim, acho que sim. Pessoalmente acho que não sou dos mais activos nas redes sociais. Às vezes estou um bocado desligado. Mas o envolvimento das redes sociais ajuda a dar a conhecer o ciclismo.

Esta entrevista sai no dia em que arranca a segunda edição da Volta a Portugal Feminina que vai passar pela região. Também no feminino, o ciclismo nacional tem dado largas pedaladas?

Acho que esta prova é importante. O ciclismo feminino no País tem dado bons passos apesar de precisar de mais apoios e mais organizações para corridas porque no estrangeiro está mais desenvolvido. Em Portugal já estão a começar a dar bons passos e acho que é apenas o início para mais provas e mais atletas.  

 

Fotografia: Sprint Cycling Agency / UAE Team

Perfil

A marcar o mundo do ciclismo

Apaixonado por desporto e único na forma de gerir a dor e o limite, trocou outras modalidades como o futebol e a natação pelo encanto da competição no ciclismo.
Com 13 anos deu as primeiras pedaladas na escola Ecosprint, das Caldas da Rainha, e acabou por passar pelas equipas Bairrada e Bombarral. Bi- campeão nacional de estrada e contra relógio e vencedor da Volta a Portugal de Juniores, rapidamente ‘sprintou’ para voos mais altos que o têm levado às maiores competições de ciclismo a nível mundial.
Já assinou contrato com as equipas Unieuro Trevigiani- Hemus 1896, da Bulgária (2017), Hagens Berman Axeon, dos Estados Unidos (2018/19) e Deceuninck-Quick Step, da Bélgica (2020/21). Actualmente veste a camisola da UAE Team Emirates, dos Emirados Árabes Unidos. Tal como assina em todas as publicações que faz nas redes sociais, também aqui deixamos registado: #botalume!

Etiquetas: a-dos-francosatleta das Caldas da RainhabicicletasCaldas da RainhaciclismodesportoGiro de ItáliaJoão Almeidasociedadeuae teamVolta a Portugal
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