1. O Presidente da República, M. Rebelo de Sousa, está preocupado com a direita, a que sempre pertenceu. E não lhe vai perdoar que esta não consiga evitar o cenário que ele menos deseja para 2019, uma maioria do PS. E vai daí começa a mudar o seu discurso ao ponto de elogiar, de forma descarada e injusta, o que foi o governo de Passos Coelho.
Há duas semanas, ao discursar na “Banking Summit”, em Lisboa, afirmou que A. Costa, em 2015, herdou do governo anterior “um trilho aberto começado a percorrer, com inquestionável mérito”(?!) de redução do défice, saneamento das contas públicas e do crescimento da economia portuguesa.
Talvez o PR não saiba tanto de Economia como de Direito constitucional, mas tinha obrigação de se lembrar do que disse Vítor Gaspar, quando bateu com a porta, em 2 de Julho de 2013: “O modelo falhou”. E continuou a falhar quando foi substituído por gente incompetente que continuou a desgovernar-nos até Novembro de 2015, agravando ainda mais a situação.
Senhor Presidente, a austeridade mata e, por isso, nunca pode ser de “inquestionável mérito”. O governo de A. Costa só herdou do anterior miséria e problemas bicudos, tanto na economia real como no sistema financeiro.
2. A principal figura hierárquica da Igreja Católica portuguesa, o Patriarca de Lisboa, entrou também na liça das coisas que não se devem dizer e muito menos pensar. No caso insólito da abstinência sexual dos católicos recasados, fez-me lembrar os tempos de uma Igreja medieval que, pelos vistos, não acabou no Concílio Vaticano II.
Antes, quando eu me ia confessar, o padre perguntava-me se fazia “coisas feias, pecaminosas” e se não tinha medo de ir parar às chamas do inferno… O senhor Patriarca é mais novo doque eu. E, por isso, eu pensava que já tinha ultrapassado essa fase horrível do sexo-pecado, mas vejo que me enganei.
O que nos vale é que ainda há gente serena que, em vez de se intimidar, até brinca com a situação. Como alguns recasados que ameaçam doar os seus órgãos a quem lhes puder dar uso, se o Cardeal entretanto não levantar a interdição…
3. Na política nacional, agora, o que está a dar é o estado lastimável em que R. Rio veio encontrar o PSD. Mais uma obra do “inquestionável mérito” de Passos Coelho. Como cidadão, a coisa preocupa-me.
Porque Portugal precisa de um PSD forte e disciplinado, sem o que nenhuma reforma estrutural importante se poderá levar a cabo. Não há outra forma, no espectro político nacional, de chegar [LER_MAIS] aos dois terços constitucionalmente exigidos para algumas decisões…
3. Finalmente as coisas na “terrinha” mexem. Castelo e pavilhão multiusos são notícia. Do castelo falarei noutra oportunidade. Do pavilhão, peço desde já aos responsáveis que o tirem daquele local. Vai eliminar 1170 lugares de estacionamento e ocupar outros tantos (ou coisa parecida) nas horas de funcionamento.
4. Um recente relatório da OCDE de avaliação dos sistemas de Ciência, Inovação e Ensino Superior em Portugal faz algumas recomendações interessantes para os politécnicos, designadamente, aumento do financiamento, diversificação de funções e possibilidade de poderem outorgar doutoramentos.
O IPL vai seguramente aproveitar os novos horizontes que se desenham, para benefício da instituição, da cidade e da região. Um assunto a abordar mais tarde, por falta de espaço agora.
*Economista