Os 25 anos da Juventude Vidigalense, festejados no passado sábado, são recheados de títulos, conquistas, momentos irrepetíveis, medalhas, troféus, muitas alegrias e algumas tristezas.
Momentos bons e maus fazem parte da história de qualquer instituição, mas o clube que elevou a fasquia do atletismo em Leiria tem muitos mais motivos para se orgulhar do que propriamente para ter vergonha do que quer que seja.
Por detrás de um grande atleta há sempre um grande treinador e a Associação Europeia de Atletismo, bem como a Federação Portuguesa de Atletismo, entende que neste emblema há uma grande treinadora por detrás de vários (muito) promissores atletas.
De tal forma que resolveu atribuir a Cátia Ferreira o prémio European Athletics Coaching Award pelo trabalho desenvolvido na captação de novos valores e o desenvolvimento desses mesmos atletas.
Os números falam por si. Só na temporada passada, a técnica de saltos e velocidade da Juventude Vidigalense viu seis dos seus meninos representarem Portugal em 11 ocasiões, alguns deles com resultados de nível elevado.
A começar por Evelise Veiga, campeã nacional absoluta do salto em comprimento, prova em que foi segunda no Campeonato da Europa de Equipas e ainda quinta classificada no Europeu de sub-23, competição onde foi 12.ª no triplo salto.
Já Eduarda Ferreira, por exemplo, foi sexta na prova do triplo salto do Festival Olímpico da Juventude Europeia, resultado repetido por André Pimenta, mas no salto em comprimento.
Apesar de destes (e outros) resultados de relevo, Cátia Ferreira disse ao JORNAL DE LEIRIA estar surpreendida com esta distinção.
“Estamos habituados a ver o nosso trabalho reconhecido nas medalhas, nos resultados e nos sorrisos que os nossos atletas conquistam diariamente e não esperava esta distinção numa fase tão inicial da minha carreira enquanto treinadora. A responsabilidade aumenta e sem dúvida que é uma injecção de motivação para continuar o meu percurso.”
[LER_MAIS] São horas e horas de trabalho diário, na pista ou no ginásio do Estádio Municipal de Leiria, faça chuva ou faça sol, mas sempre com metas bem definidas, “conseguir extrair de cada um o seu melhor, o sentimento de um objectivo alcançado, a vontade de querer ser melhor e trabalhar para isso”.
“Se há algo que me deixa feliz é sentir que contribuímos em parte para o sucesso dos jovens com quem nos cruzamos. Fazer parte da história de cada um é deixar uma marca nossa e é isso que faz valer a pena cada minuto investido.”
O que custa é nem todos chegarem ao Olimpo. “Alguns ficaram pelo caminho e claro que isso me deixa triste. Mas são aprendizagens diárias que nos fazem crescer”, diz.
No entanto, a evolução da treinadora, que não tem mais do que 12 anos como técnica de formação, permite-lhe entrar agora “no mundo do alto rendimento, onde a exigência é maior, mas também muito mais desafiante”.
O que se pode esperar? “Estando motivada e com atletas empenhados e dedicados certamente que vamos subir degraus, um de cada vez…”