Como todas as outras actividades, “o associativismo empresarial está em crise e necessita de se reinventar”. A mensagem é de António Saraiva, presidente da Confederação Empresarial de Portugal, que ontem ao fim do dia esteve em Leiria na cerimónia que assinalou os 35 anos da Nerlei, associação que considera “uma referência nacional de bom associativismo que deve ser seguido”.
Para o dirigente, o associativismo empresarial precisa de apresentar “uma nova proposta de valor para os seus associados, porque se continuarmos a fazer mais do mesmo, a repetir as mesmas soluções para estes novos e disruptivos problemas, não estaremos a cumprir bem o nosso papel”.
Na sua intervenção, António Saraiva considerou que se a região de Leiria continua a destacar-se no panorama nacional pela positiva – as exportações têm caído também, mas menos do que a média nacional, por exemplo – “é porque os empresários sempre têm sabido dizer presente, reinventar-se e dar bons exemplos” que devem ser seguidos: inovar, acrescentar valor, diferenciar, tornar os produtos apetecíveis.
[LER_MAIS] Lembrando que o mundo é hoje “completamente diferente” do que era em meados de Março, António Saraiva elencou alguns dos desafios que se colocam às empresas e ao País, e reconheceu “criticar construtivamente” a “morosidade” que envolveu a execução das medidas que o governo lançou.
Admitindo que o governo “tem tomado as soluções possíveis nesta crise”, defendeu que “todos temos de fazer parte da solução” e criticou a central sindical CGTP por continuar a “exigir como se não tivéssemos crise e o mundo não tivesse dado uma volta de 180 graus”.
António Poças, presidente da Nerlei, elogiou o trabalho da CIP, que tem ajudado a associação de Leiria a fazer o seu trabalho. Frisou que “muito do que de bom a Nerlei tem hoje é fruto do que fizeram os anteriores presidentes” e reconheceu a “dedicação muito grande” da equipa que assegura o funcionamento da associação.
“A associação só existe porque existem empresas. O seu fim é que estas possam desenvolver-se melhor”, apontou, destacando a “grande capacidade de reinvenção da região”, visível nestes tempos, tal como o foi na última crise, quando conseguiu um “aumento brutal” das exportações.
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