Embora tenha apresentado indicadores positivos em 2022, com um aumento dos resultados líquidos e com mais viagens realizadas, face ao ano anterior, Aurélio Ferreira, presidente da Câmara da Marinha Grande, defendeu na última Assembleia Municipal que a TUMG, enquanto empresa municipal, é uma “má decisão do município”, “que prejudica o erário público” e cujo modelo gostaria de ver discutido.
De acordo com o Relatório de Gestão e Contas de 2022 da TUMG – Transportes Urbanos da Marinha Grande, documento apresentado naquela assembleia, desde que foi criada, em 2009, até ao momento, a sua rede de cobertura cresceu para 260 quilómetros, com 16 linhas e 402 paragens, servindo as três freguesias do concelho, com recurso a 13 viaturas e 15 efectivos.
Face ao ano anterior, a TUMG apresentou uma evolução positiva, com aumento global de passageiros (mais 112.944), o que correspondeu a uma subida de 58,72%, em relação a 2021. O volume de negócios também cresceu em 2022 (mais 54,2% do que em 2021), superando os 530 milhões de euros. E obteve resultados líquidos de mais de 22 mil euros, quando, em 2021, não tinha alcançado os 4 mil euros.
A actividade da TUMG [LER_MAIS]com maior peso no seu volume de negócios é o transporte escolar (52%), seguida do transporte urbano (31%), o estacionamento (12%), o aluguer subsidiado (3%) e, por último, o aluguer ocasional (2%).
Entre outros aspectos, Manuel Santos (deputado do PSD) apelou à criação de melhores condições de abrigo para os utentes que aguardam a passagem dos autocarros nos pontos de paragem.
Já Nuno Machado (BE) questionou os preços praticados pela TUMG em serviços de aluguer ocasional, que considerou elevados.
Maria Loureiro (CDU) sugeriu várias melhorias, a começar pelo terminal rodoviário, também a instalação de mais abrigos nas zonas de paragens, uma melhor articulação dos horários da TUMG com os de fábricas da zona industrial, e com os das associações, que promovem actividades desportivas, culturais e de lazer no concelho. Defendeu ainda que este serviço, “instrumento de acção e coesão social”, “não tendo que dar lucro, como este executivo tende a colocar como baliza de critério para os serviços sociais, pode claramente ser sustentável”.
Também Claúdia Perfeito (PS) recomendou a melhor conciliação dos horários dos transportes com os turnos das empresas, realçou a manutenção dos tarifários ao longo de 13 anos, congratulando ainda a auto-suficência reflectida nas contas de 2022. Mas o Aurélio Ferreira, presidente da autarquia (eleito pelo +MPM) partilhou visão diferente das deputadas (ver caixa).