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Home Sociedade

Aviação civil em Monte Real: O que falta, afinal?

Maria Anabela Silva por Maria Anabela Silva
Junho 21, 2018
em Sociedade
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Aviação civil em Monte Real: O que falta, afinal?
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Segunda-feira à noite, cerca de 400 pessoas encheram a plateia do Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria, para debater a abertura da Base Aérea n.º 5 (BA5) de Monte Real à avião civil, uma adesão que os vários intervenientes no fórum interpretaram com um sinal “claro” de que a região está, finalmente, unida em torno deste projecto que, como muitos dos oradores defenderam, pode contribuir para “alavancar” o desenvolvimento deste território, que inclui o distrito de Leiria, mas também Coimbra, Aveiro, Castelo Branco, Guarda e a parte Norte do de Lisboa.

Do encontro, saiu ainda a convicção de que este é um projecto “possível”, “desejado” e “viável”. Este optimismo foi reforçado com a apresentação de um resumo das principais conclusões de dois estudos sobre a viabilidade do projecto, feito pela Roland Berger, consultora internacional que tem elaborado trabalhos semelhantes para companhias aéreas como a Brithish Airways, Lufthansa ou as low cost Ryanair e EasyJet.

De acordo com esses estudos, custeados pelos municípios de Leiria e da Marinha Grande, a operação de aviação civil na BA5 é viável, estimando-se que, na fase de arranque, o aeroporto possa movimentar entre 600 a 620 mil passageiros por ano.

É ainda identificada uma necessidade de investimento na ordem dos 25 milhões de euros, para a construção do terminal, reforço de pista, placas de estacionamento, hangar de manutenção, entre outras adaptações (ver texto da página 6).

O que parece certo é que não virão verbas do Estado Central ou fundos comunitários para o projecto. Numa das raras vezes em que, como primeiro-ministro, se pronunciou sobre a possível abertura da BA5 ao tráfego civil, durante um jantar-conferência realizado em Leiria em 2016, António Costa não deixou margens para dúvidas de que este não é um projecto enquadrável no actual quadro comunitário e que “o País só terá capacidade de financiar infra-estruturas através dos fundos comunitários”.

Essa tem sido, aliás, a mensagem que o Governo tem passado aos autarcas da região. Assim sendo, o financiamento deverá ser exclusivamente privado, embora durante o fórum alguns intervenientes, como o presidente da Câmara de Alcobaça, tenham admitido a possibilidade de os município entrarem com capital no projecto.

Certo é que, a avaliar pela informação que tem sido veiculada por Raul Castro, presidente do Município de Leiria, haverá vários grupos empresariais interessados. Isso mesmo foi reiterado no debate de segunda-feira por Fernando Rigueira, representante de um desses grupo – que não identificou -, que assegurou que há quem esteja “disposto a avançar” e fundos imobiliários a “fazer estudos” sobre o assunto.

Ao que o JORNAL DE LEIRIA apurou, no evento esteve também um representante de um consórcio belga, que já transmitiu o seu interesse ao Município de Leiria, o mesmo acontecendo com um grupo empresarial da Noruega.

Por seu lado, a Aigle Azur, companhia aérea francesa, já se revelou “pronta” a iniciar uma carreira regular entre Monte Real e Paris.

Antigo comandante defende uso partilhado

“Há três patamares em que podemos discutir o assunto: se [a aviação civil em Monte Real] é necessária, se é possível e se é desejável. Eu venho aqui dizer que é possível”, afirmou José Tareco, tenente general na reforma que foi comandante da BA5 em 2003 e 2004.

Na sua intervenção, o militar [LER_MAIS]  defendeu a viabilidade de compatibilizar a aviação civil com a operação militar e citou um estudo da Eurocontrol, organização europeia para a segurança da navegação aérea, que “incentiva as nações” a estudar o uso partilhado de aeroportos e bases militares, pelas “mais valias” associadas aos custos repartidos e ao maior aproveitamento da capacidade instalada nessas estruturas.

Em Portugal, essa dupla utilização já acontece na Base das Lajes, Açores, mas também nos aeroportos de Lisboa e Porto Santo, na Madeira, que “têm operação militar”.

“Há dimensão do que estamos a falar [para Monte Real] há muitos exemplos”, disse o antigo comandante da BA5, referindo o caso de Espanha onde existem “sete aeródromos militares, alguns com aeronaves de combate e com responsabilidades na área da defesa”, onde também se permite aviação civil.

Ora, é um modelo semelhante ao que existe nas Lages que se pretende para Monte Real, num projecto cuja sustentabilidade aparece no estudo de viabilidade alavancada nos números e na dinâmica do turismo em Portugal.

“Cerca de 82,2% do fluxo turístico que Lisboa recebeu em 2017 fez-se por avião”, enfatizou Pedro Machado, presidente do Turismo Centro Portugal, que se recusa a aceitar que “o País tenha perdido, no último ano, cerca de 2,2 milhões de passageiros por não termos uma infra-estrutura aeroportuária capaz” de os receber.

Onde entra a região Centro nessa equação?

Pedro Machado responde com mais números: Só Fátima recebeu, em 2017, perto de nove milhões de visitantes e registou cerca de “800 mil dormidas”. Há depois 2,2 milhões de turistas que, anualmente, entram nos monumentos património mundial de Batalha, Alcobaça, Coimbra e Tomar e a “fileira do mar e da onda da Nazaré”.

Destinos hoje “mais procurados por mercados de média e longa duração”, como EUA, Brasil ou Ásia. Isso mesmo foi sublinhado por Carlos Cabecinhas, reitor do Santuário de Fátima, realçando o crescimento “impressionante” de peregrinos asiáticos, provenientes de países como a Coreia do Sul, Filipinas, Indonésia, Índia e Vietname. “A tendência é para que essa procura continue a aumentar. O avião é [para esses visitantes] a forma preferencial de chegar a Fátima”, acrescentou o reitor.

Uma causa “fracturante”, diz Santana Lopes

“O que poderiam ser os números do turismo, com as subidas nas dormidas e nas visitas da região Centro, se existisse uma estrutura aeroportuária como deve ser?”, questionou Pedro Santana Lopes, antigo primeiro-ministro que, na recta final do seu curto Governo assinou, em 2005, um protocolo com a Força Área com vista à abertura da BA5 à aviação civil, que acabou por ficar sem efeito.

Quase 15 anos volvidos, Santana Lopes recordou durante o fórum que, com essa acção, “já em final de campanha”, quis dizer que “a região Centro precisa deste investimento como de pão para a boca”, e desafiou as “forças vivas” deste território a mostrar ao Poder Central que se consegue mobilizar e ter o financiamento necessário para a obra.

“Esta tem de ser assumida como uma causa fracturante, que tem a ver com o desenvolvimento equilibrado do País”, afirmou o antigo governante, que exortou o actual primeiro- ministro que, a par com o Presidente da República, que “tanto tem falado, e bem, de coesão territorial”, a decidir a favor deste projecto. “É uma questão de lógica, de lógica económica, de lógica política e de lógica social”, acrescentou.

João Ataíde, presidente da Câmara da Figueira da Foz e da Comunidade Intermunicipal de Coimbra, não podia estar mais de acordo. “Não tenho dúvidas que faz falta um aeroporto a toda a região Centro para satisfazer aquilo que são os nossos objectivos estratégicos”, defende o autarca, que olha para o projecto como uma componente “extremamente necessária para a afirmação” deste território.

Então, se é necessário e possível, mesmo não envolvendo investimento público, por que tarda em ser uma realidade? Santana Lopes aponta várias razões, como a “lógica da inércia da decisão política”, associada ao “trauma” de Beja, onde foram investidos 33 milhões de euros num aeroporto que é usado quase só para estacionamento e manutenção de aviões.

Há ainda “interesses privados” e “lógicas públicas ultrapassadas”, relacionadas, por exemplo com o contrato de concessão dos aeroportos nacionais. “Isso é solúvel, mas o poder político tem é de ser forte”, defendeu.

“Temos procura e temos oferta, existem investidores interessados na gestão do futuro aeroporto. Apenas é necessário criar a ponte aérea que nos ligue ao resto do mundo e nos retire de uma ilha de desinvestimento público”, afirmou o presidente da Câmara de Leiria, que concluiu: “Este é o nosso momento. Não pedimos esmolas nem caridades, mas que nos deixem continuar a trilhar o nosso caminho.”

TESTEMUNHOS

Jorge Santos, presidente da Nerlei
Talvez o maior impacto seja no turismo e temos uma estrutura hoteleira que está um pouco sub- -utilizada e que precisa reduzir a sazonalidade. Em termos industriais, cada vez mais, é importante a proximidade das estruturas aeroportuárias. Temos um tecido empresarial exportador e muito transversal. Uma estrutura destas irá apoiar a nossa proximidade com os clientes.

Cidália Ferreira, presidente da Câmara da Marinha Grande
Esta é uma causa supra-partidária e supra-concelhia. É um desígnio que une autarcas com diferentes prioridades, deputados à Assembleia da República com diferentes orientações políticas e populações com diferentes aspirações. Todos estamos unidos para lutar por este projecto. A solução Lisboa+1 não corresponde àquelas que são as exigências e as necessidades da região Centro. A utilização da BA5 é a que defende melhor a racionalidade económica de investimento. Poderá ainda ser mais potenciada se for modernizada a linha do Oeste com ligação à linha do Norte.

José Miguel Medeiros, deputado do PS na Assembleia da República
Finalmente a região de Leiria deixa a posição de Calimero e assume a condição de região capaz de liderar este projecto. Há hoje um lobby territorial a favor da região. Isto não é uma competição para ver quem é mais a favor do projecto, porque aí Raul Castro ganhava. Os projectos bons para a região, como este, são bons para o País.

Paulo Inácio, presidente da Câmara de Alcobaça
Será uma forma de fazer justiça à região Centro e ao País. Houve investimento para atrair estrangeiros para o País, mas nunca para a zona Centro. Estou de corpo, alma e coração com o projecto. Queremos este investimento e, se o Estado português não o fizer, terão de ser os municípios portugueses a assumir essa responsabilidade em parceria.

Paulo Batista Santos, presidente da Câmara da Batalha
sto não é um problema de dinheiro, é de querer, de coesão territorial e de consensos. Este investimento ajuda Lisboa e Porto, pois Leiria seria uma excelente porta de entrada para as regiões de Lisboa e interior do País. Temos obrigação de dizer isso ao País. Estamos numa região que contribui com 35 mil milhões para o Produto Interno Bruto nacional, que é a principal região que está a executar os fundos do Portugal 2020 e onde há um dinamismo empresarial. Num momento em que o turismo é uma questão estratégica nacional, é preciso bom senso, coesão e visão estratégica do País.

Diogo Mateus, presidente da Câmara de Pombal
É uma causa fracturante. O País junta-se para fazer coisas tão disparatadas, por que não se junta para fazer uma coisa bem feita? Um aeroporto na zona Centro é uma falta para um território com uma componente de emigração gigantesca.

Rui Pedrosa, presidente do Politécnico de Leiria
O Politécnico de Leiria tem 1200 estudantes estrangeiros e o crescimento duplicou no ano anterior. Um aeroporto vai ajudar a internacionalizar as instituições de ensino superior desta região e contribuirá para a sustentabilidade do IPL. Será um factor de atractividade e de multiculturalidade. A mobilidade é muito importante.

Heitor de Sousa, deputado do BE na Assembleia da República
Sou a favor da ideia, mas não se pode construir um aeroporto, onde não se pode sair ou entrar que não seja de carro. A linha do Oeste fica a cinco quilómetros da BA5, mas tem quatro comboios por dia. Criar um aeroporto onde não existe uma linha ferroviária moderna e querer que isto seja uma alavanca do turismo é contar uma história que só existe na ficção. Como é que as pessoas chegam a Fátima? De autocarro ou de carro. Tem de se repensar a questão das acessibilidades ao aeroporto e dos transportes públicos.

Fernando Costa, vereador do PSD na Câmara de Leiria
Não creio que haja falta de consenso por Coimbra ter saído deste projecto. Há que levar Coimbra ao bom senso. Defendo a constituição de uma associação que integre os 100 municípios desta região, empresas, instituições de ensino e outras entidades. Hoje é o dia D. É um projecto que não pode ser obra de um só presidente de Câmara ou de uma associação empresarial. Tem de envolver todos.

Etiquetas: aeroporto região centroaviação civilBase Aérea de Monte Realforum em leiriaregião unida em torno da aviação civil em monte realsociedade
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