Este ano, a produção nacional de azeite deverá ser a maior de sempre. Ou seja, adianta Mariana Matos, secretária-geral da C asa do Azeite, desde que há registo (1915), nunca a produç ão de azeite foi tão grande no País. Na região de Leiria, também se vivem dias de entusiasmo.
Mariana Matos, secretária-geral da Casa do Azeite – Associação do Azeite de Portugal, adiantou ao JORNAL DE LEIRIA que a colheita da azeitona começou há menos de um mês e já se vislumbra que o aumento na quantidade de azeite produzido possa ser de 25% a 35% face ao ano passado. Se as perspectivas da associação se concretizarem, a produção nacional de azeite chegará nesta c ampanha às 150 mil toneladas, superando os resultados de há dois anos, que se situaram nas 134 mil toneladas.
A secretária-geral da Casa do Azeite salienta que para estes bons resultados contribuem os investimentos realizados no sector, também o facto de os novos olivais terem entrado agora em produç ão, e o facto de serem olivais regados, implic ando que os períodos de seca já não prejudiquem as produções como acontecia antes.
Mariana Matos explica que as regiões do Alentejo e de Trás-os- Montes representam cerca de 90% da produç ão nacional. E nota ainda que, apesar do grande aumento de produç ão de azeite, esta quantidade ainda não é suficiente para satisfazer todas as necessidades do País.
Desde o dia 22 de Outubro, Filipe Duarte já recebeu mais de 500 toneladas de azeitonas para transformar nos três lagares da Azeites Vidal & Filipe, empresa sediada em Alvaiázere. Filipe Duarte estima que este ano a quantidade recebida venha a ser “três ou quatro vezes superior” àquela que recebeu no ano passado. E também a qualidade do fruto lhe parece ser boa.
José Carrasqueira, responsável pela empresa Azeite Galgas, situada na Zona Industrial do Camporês, em Ansião, começou a receber azeitonas desde meados de Outubro e também nota um aumento na quantidade colhida, que será três vezes maior do que no ano passado. Receia, no entanto, que esta quantidade defrutos não se reflicta proporcionalmente na quantidade do azeite produzido. “A chuva recente foi absorvida pela azeitona, que pesa mais, mas não rende o mesmo em azeite”, considera José Carrasqueira.
Sediada em Fátima, a Vineves tem 130 hectares de olival distribuídos por três propriedades situadas em Sousel, no distrito de Portalegre. Virgolino Neves, proprietário, estima colher nesta campanha mais 30% de azeitonas, ou seja, mais 150 toneladas para transformar no seu lagar. Mas também perspectiva, tal como José Carrasqueira, que as chuvas das últimas semanas possam ter prejudic ado o rendimento das azeitonas no momento da transformação em azeite.
A Casa Féteira, em Porto de Mós, tem seis hectares dedicados à produção de azeitona, cuja colheita, explica Graça Vieira, está a correr “como era esperado” para um olival com sete anos e que é regado. Mas a Casa Féteira presta também serviços a terceiros, de lagar. E nesse caso, reconhece a responsável, tem havido uma enorme procura, “até por parte de pessoas a quem os olivais não tinham dado nada no ano passado”. Mas a quantidade não é sinónimo de rendimento, observa também Graça Vieira, que fala de chuvas que deixaram as azeitonas “carregadas de água”.