Alcobaça, Alvaiázere, Ansião, Batalha, Caldas da Rainha, Castanheira de Pera, Nazaré, Pedrógão Grande e Porto de Mós foram municípios que viram aprovados os seus projectos no âmbito dos Bairros Comerciais Digitais, medida lançada pela Agência para a Competitividade e Inovação (IAMPEI), com financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência.
Segundo uma nota da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria, os municípios de Alvaiázere, Ansião, Batalha, Castanheira de Pera, Pedrógão Grande e Porto de Mós obtiveram aprovação dos seus projectos, num investimento global superior a 3,8 milhões de euros, com intervenção prevista em 327 estabelecimentos.
Já no Oeste, Alcobaça [LER_MAIS]viu aprovado o seu projecto, de cerca de um milhão de euros, envolvendo 328 estabelecimentos; Caldas da Rainha teve luz verde para investir perto de um milhão de euros em 518 estabelecimentos; e Nazaré também teve validação para o seu plano, de cerca de um milhão de euros, mobilizando 87 espaços comerciais.
O objectivo desta medida é que os concelhos promovam a digitalização da economia, ora através da adopção tecnológica por parte dos operadores económicos e pela digitalização dos seus modelos de negócio, ora através da sensibilização e capacitação dos trabalhadores e empresários. Com um prazo de um ano para implementação dos seus projectos, os concelhos estão a trabalhar nesta medida a diferentes ritmos. Batalha, Porto de Mós e Caldas da Rainha estão entre os mais adiantados.
De parques inteligentes a novo mobiliário
O Município da Batalha e a Associação de Comércio, Indústria, Serviços e Turismo da Região de Leiria (ACILIS) são os co-promotores do Bairro Comercial Digital neste concelho. No total, a Batalha irá receber meio milhão de euros para intervir numa área central, de mais de oito hectares, mobilizando 118 estabelecimentos de comércio, turismo e serviços. Paulo Sobreira é “gestor de bairro” e coordena os trabalhos. “Já temos processos de imagem e criação de conceito alinhavados e estamos a tratar da aquisição de equipamentos”, contextualiza.
“Primeiro desenvolvemos a marca, Batalha Market, que terá o seu portal, onde os empresários venderão online. Em diferentes lugares da vila, teremos quatro mupis digitais, que comunicam com o portal. Os clientes podem comprar online, receber o artigo em casa ou num cacifo próximo”, refere Paulo Sobreira. Haverá ainda um smart parking com monitorização.
“Serão instalados dois painéis LED, à entrada e à saída da vila, com informação sobre os estacionamentos (do parque dos autocarros de turismo, do parque próximo do mosteiro, dos espaços de cargas e descargas e de um outro parque, a norte do mosteiro (zona de eventos Santa Maria da Vitória). “A ideia é gerar dados, informação útil para comerciantes e clientes.”
Está também prevista a melhoria do ambiente urbano do comércio, com uniformização de toldos e mobiliário, refere Paulo Sobreira. Pretende-se melhorar o comércio, com um conceito de centro comercial ao ar livre, criando mais pontos de interesse para os turistas. É nesse sentido, que o coordenador está a idealizar uma loja, que reúna no centro da vila artigos de cerâmica produzidos pelas empresas do concelho, espaço que também pode ser usado para eventos.
Tónica nos eventos
Beatriz Carvalho é a “gestora de bairro” de Porto de Mós. Refere que o concelho conta com cerca de meio milhão de euros para desenvolver o seu projecto, ao qual aderiram 80 estabelecimentos. Através da marca 2480.Digital, Porto de Mós visa aliar o código postal, a vertente mais tradicional, à inovação do digital. “Pretendemos digitalizar e dinamizar o comércio, trazer mais conhecimento aos comerciantes. E já iniciámos formações em programas de informática e gestão de redes sociais”, especifica a responsável.
“Serão instalados mupis, a publicitar promoções das lojas aderentes, para lhes dar visibilidade, e criados cacifos, aos quais os clientes podem recorrer para receber as suas encomendas. E queremos realizar eventos para dinamizar a vila”, prossegue.
Beatriz Carvalho realça ainda que, para fomentar a sustentabilidade, o futuro marketplace irá contar também com a vertente de artigos em segunda-mão. O funcionamento da plataforma já foi dado a conhecer aos lojistas e, entre o final de Fevereiro e início de Março, será publicamente apresentada, num evento que visa levar público à vila.
Recuperar laços da Diáspora
Em Caldas da Rainha, o conceito a trabalhar assenta na Diáspora. O objectivo é potenciar a proximidade e a cooperação com as comunidades portuguesas pelo mundo. Promover as trocas comerciais online e captar turismo para o concelho. “Queremos aliar inovação digital com tradição e cultura”, sublinha Sara Lopes, gestora deste bairro. Sara explica que Caldas da Rainha já está em vias de lançar concurso público para o desenvolvimento de app, marketplace e site, sendo que irá apresentar a sua marca (Bairro Comercial Caldas da Rainh@) no início de Março.