Com as obras do gimnodesportivo de São Mamede paradas há mais de um ano, para revisão do projecto, a Câmara da Batalha acaba de adjudicar o estudo para a construção de um outro pavilhão na sede de concelho, designado por centro de actividades municipais. Em cima da mesa, estão dois equipamentos que poderão chegar aos 1.950 lugares sentados.
A opção de avançar com o novo projecto, ainda sem haver decisão em relação ao pavilhão de São Mamede, é contestada pelas estruturas locais do PSD, que falam num “mega” multiusos para a Batalha e criticam a localização prevista no caderno de encargos: um terreno privado, em frente ao Jardim dos Infantes.
A tese dos sociais-democratas é que a câmara pretende obter a parcela através “da compensação do licenciamento de novo loteamento em terrenos agrícolas” e “dentro das zonas de leito cheio do rio”. A confirmar- se, será “um verdadeiro negócio da China e uma grave violação das elementares regras urbanísticas ao atribuir direitos de construção (…) na perspectiva de obter terrenos em compensação para construir um mega pavilhão que o actual presidente [da Câmara da Batalha] nunca conseguiu fazer em Leiria”, acusa o PSD.
Confrontado pelo JORNAL DE LEIRIA com o teor das críticas, o município alega que o local de implantação do centro de actividades municipais “não está fechado, tudo apontando” para que venha a concretizar- se “em espaço público na zona desportiva da vila”.
Fonte da autarquia adianta que, apesar de as peças que acompanham o caderno de encargos para o projecto especificarem a localização – rua Armindo Arede de Carvalho -, há a possibilidade de ser executado “noutro espaço”. Isso mesmo foi também transmitido aos vereadores do PSD na reunião de câmara realizada na passada segunda-feira.
Em resposta ao pedido de esclarecimentos do JORNAL DE LEIRIA, a Câmara da Batalha assegura que a intenção “é a de avançar, para já, com o pavilhão de São Mamede” e que “brevemente” decidirá sobre a sua dimensão “em função dos custos” e do “interesse concelhio” em construir na freguesia um equipamento “com 199 ou 750 lugares”.
Quanto ao centro de actividades municipais, o município esclarece que o objectivo é desenvolver o projecto para que fique “em carteira a aguardar oportunidades de financiamento comunitário”. Esta opção, “deriva do processo de elaboração de um conjunto de projectos, em diferentes áreas a implementar no concelho”, que ficarão à espera de possibilidades de apoio.