PUBLICIDADE
  • A minha conta
  • Loja
  • Arquivo
  • Iniciar sessão
Carrinho / 0,00 €

Nenhum produto no carrinho.

Jornal de Leiria
PUBLICIDADE
ASSINATURA
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Jornal de Leiria
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Home Saúde

Bebés XXS: Viver um grama de cada vez

Elisabete Cruz por Elisabete Cruz
Novembro 22, 2018
em Saúde
0
Bebés XXS: Viver um grama de cada vez
0
PARTILHAS
0
VISUALIZAÇÕES
Share on FacebookShare on Twitter

Os recentes avanços nos cuidados neonatais intensivos e a melhoria da qualidade dos recursos humanos têm contribuído para um aumento do número de sobreviventes nos bebés com muito baixo peso ao nascer, ou seja, menos de 1500 gramas.

No dia 17 de Novembro assinalou-se o Dia Mundial da Prematuridade, uma data que serve para alertar para a falta de recursos humanos, que poderiam contribuir ainda mais para o sucesso
dos prematuros.

Na Unidade de Cuidados Especiais Neonatais e Pediátricos (UCEP) do hospital de Santo André, do Centro Hospitalar de Leiria, cada bebé foi presenteado com um miminho neste dia: um pequeno cartão dizia “Pequeno, mas com força para vencer”.

E é esta força para vencer que alguns bebés mostram desde o dia em que saem da barriga da mãe e, com poucas gramas, lutam pela vida e por garantir que terão um futuro saudável, com qualidade. Para isso também contribui muito a equipa empenhada de médicos e enfermeiros
e a tecnologia avançada.

Em Leiria, os bebés que nascem com menos de 32 semanas têm, por vezes, de ser transportados para o Hospital Pediátrico de Coimbra, por “falta de recursos humanos”, justifica Bilhota Xavier, director do serviço de Pediatria do hospital de Leiria, uma vez que estes bebés precisam de atenção quase ao minuto.

“Temos uma relação muito próxima com Coimbra e podemos orgulharnos de que desde os anos 90 que temos um transporte de cuidados intensivos medicalizado, o que significa que quando é preciso transferir um bebé é como se estivesse numa unidade de cuidados intensivos.”

Incubadoras, tubos, luzes de aquecimento, micro-fraldas, limpeza e desinfecção no máximo nível, choro de bebés que quase cabem na palma de uma mão, muita simpatia e apoio aos pais é o ambiente que se vive na UCEP do hospital de Santo André.

Com seis incubadoras/berços abertos, três das quais dotadas de equipamento que permite fornecer cuidados intensivos e duas salas de cuidados intermédios, nesta unidade são internados os recém-nascidos prematuros e todas as crianças doentes, com menos de um mês ou as que necessitam de estabilização intensiva.

Foi o caso do primeiro filho de Rocha Salanga e de Fátima Campos: contraiu uma bactéria à nascença e ficou duas semanas internado, sempre com os pais por perto. “Tem sido difícil, é uma preocupação constante”, desabafam.

A ligação aos pais é incentivada em todos os casos. “Favorecemos o contacto físico. O bebé é muitas vezes retirado da incubadora e entra em contacto com a mãe e com o pai. Os pais imaginam um bebé perfeito e quando são confrontados com tubos por todo o lado é um choque grande. Temos que ajudá-los a ultrapassar este choque e a melhor maneira é estarem presentes.”

Ana Silva, mãe pela segunda vez, está há quase três semanas internada com os gémeos, nascidos no Hospital de Coimbra, com 1300 e 1800 gramas, depois de 32 semanas de gestação. “Ainda deviam estar na minha barriga”, diz.

Foi o bebé mais pesado que esteve em risco, devido à imaturidade dos pulmões. “O mais pequeno tem uma força incrível. É uma aprendizagem diária. É estranho termos os bebés e não os podermos ter ao nosso lado. Custa muito e sofremos com o sofrimento deles.”

Da primeira vez que foi mãe, tudo correu bem. A segunda gravidez trouxe gémeos falsos. Às 29 semanas, Ana Silva, da Maceira, descobriu que nem tudo estava bem e que um dos bebés não se estava a desenvolver.

Viveu um dia de cada vez até ao parto. “Levei corticóides para ajudar a formar os pulmões, mas para um dos bebés não foi suficiente. O mais pesado teve problemas nos pulmões e chegou a contar com uma enfermeira a tempo inteiro. Esteve na incubadora, mas já ultrapassou os problemas. O outro era tão pequeno que tomou banho numa ‘saladeira’”, revela Ana Silva.

Se a mãe está a aprender a cuidar de bebés tão pequenos, também as crianças têm de aprender a viver antes do tempo fora do conforto da barriga da mãe, nomeadamente como mamar. Agora é viver grama a grama, pois só quando atingirem os 2000 poderão ter alta e ir para casa.

Imaturidade dos órgãos são problema

Numa incubadora, está uma menina a ser alimentada por uma sonda. A enfermeira que retira a seringa da alimentação afirma satisfeita que tem ganhado peso e que é uma “grande lutadora”. Na UCEP cada grama é uma vitória, cada passo pequenino que se dá em frente é motivo de festejo.

Em Portugal, nascem 17 bebés prematuros por dia, oito por cento de todos os nascimentos. Bilhota Xavier afirma que Leiria acompanha a tendência nacional. “O mais importante são os cuidados prestados a estes bebés, que são tão imaturos e têm tantas morbilidades associadas. Sabemos que os bebés que nascem com mais de 750 gramas têm 75% de possibilidade de sobreviver com boa qualidade de vida. Temos um bebé internado há cerca de três meses que nasceu de 26 ou 27 semanas”, revela o pediatra.

“Ainda esta semana vi uma menina que nasceu aqui com cerca de 700 gramas. Agora tem 14/15 anos, tira 5 a matemática, é campeã de natação e joga futebol. Estes bebés podem ser perfeitamente saudáveis. Crescem devagarinho,  [LER_MAIS] mas também incentivamos que assim seja, porque diminui a probabilidade de, quando forem adultos, terem mais doenças das artérias”, acrescenta Bilhota Xavier.

O especialista recorda que há cerca de 60 anos, morriam 77,5 bebés por mil que nasciam vivos. “Bebés com menos de 1500 gramas nem contavam para a estatística e nem se fazia funeral. Há aqui uma melhoria fantástica da sobrevida”, destaca, apontando a evolução da qualidade e especialização dos recursos humanos como um dos factores responsáveis por este sucesso, assim como a “concentração do local de nascimento, dotando de todas as condições em termos de médicos, de enfermeiros e de equipamentos”.

Alexandre tem hoje 17 anos. Quem olha para o seu 1,70 metros e 55 quilos não imagina que já foi tão pequenino e que só roupas como as de um boneco de brincar lhe serviam. Nasceu com 1720 gramas e 40 centímetros.

Um deslocamento da placenta levou Vanda Santos, da Nazaré, a ter contrações logo às 22 semanas. Esteve internada três semanas e soube que a gravidez nunca seria de termo. A medicina ajudou a aguentar o bebé até às 33 semanas.

Alexandre nasceu e foi para a incubadora. “Felizmente já tinha os pulmões formados, que era o grande receio, e ao final de cinco dias pôde ir para casa. Mas era tão pequenino e magrinho que até o coração se via a bater.” Mas os cuidados não acabaram.

“Não pôde levar a vacina que tomam habitualmente no hospital, pelo que não saía do quarto.” Esteve cerca de um mês refém. “Era preciso manter a temperatura, ninguém o podia visitar ou mexer para evitar que contraísse alguma bactéria. Era eu que o pesava diariamente na balança da cozinha”, recorda Vanda Santos.

Roupa e fraldas XXS não são fáceis de encontrar. “Hoje já há alguma coisa, mas há 17 anos só uma farmácia em Leiria tinha fraldas para prematuros e mesmo essas eram grandes. A roupa era 00 e ainda assim tinha de fazer muitas dobras.”

À medida que foi ganhando peso, todos os problemas de dissiparam. Foi um bebé saudável, à excepção de um sopro no coração, “normal nos prematuros”, diz Vanda Santos, sublinhando que Alexandre “mostrou a sua garra desde o dia em que nasceu”.

Sobreviver a todo o custo? Não

O bebé mais pequeno que nasceu no hospital de Santo André pesava pouco mais de 400 gramas. “Sobreviveu apenas 15 dias.” Se estas situações abalam os pediatras, pior ainda é quando há decisões que têm de ser tomadas sobre se se “investe ou não” em determinado bebé.

“Do ponto de vista ético não é nada fácil, mas temos de pesar tudo, porque não é só sobreviver, é necessário ter em conta o tipo de sequelas que ficam para toda a vida”, confessa Bilhota Xavier.

As principais complicações que os prematuros podem apresentar relacionam-se sobretudo com a imaturidade dos órgãos. “Quando percebemos que há problemas ainda na gravidez, administramos corticóides à mãe para aumentar a maturidade do pulmão. Já depois do nascimento, se este órgão não estiver a funcionar bem, temos de administrar um medicamento”, refere.

A monitorização destes bebés é feita quase ininterruptamente. Na maioria dos casos a tensão arterial está sempre a ser medida. “Se estiver muito baixinha não chega oxigénio ao cérebro e se estiver muito alta rebentam as artérias no cérebro, porque estão ainda muito frágeis. É preciso garantir um grande acompanhamento”, explica o pediatra.

A alimentação pode também ser um problema. Se os intestinos não estiverem a funcionar poderão ter de receber os nutrientes através da veia e noutras situações a alimentação é efectuada por uma sonda.

“Estes bebés também nem sempre conseguem mamar e precisamos de estimulá-los a aprender a chuchar.” As causas da prematuridade ainda não são muito claras, mas acredita-se que estão ligadas à idade da mãe, ao consumo de tabaco e à falta de acompanhamento na gravidez.

OS NÚMEROS

0
mortes. No hospital de Leiria nascem 2000 bebés por ano e quase todos os anos não há registo de mortes. A excepção está relacionada com malformações graves

8,2
por cento dos bebés nasceram com menos 2500 gramas em 2017, número que aumentou
face a 2016 (7,8%). Os bebés com muito baixo peso – menos de 1500 gramas – rondam 1%

Etiquetas: criançascuidados neonataishospital de Leiriapediatriaprematurossaúde
Previous Post

Exportações de vinho do distrito cresceram 25% no ano passado

Próxima publicação

IDD.net celebra uma década com meia centena de empresas

Próxima publicação
IDD.net celebra uma década com meia centena de empresas

IDD.net celebra uma década com meia centena de empresas

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

  • Empresa
  • Ficha Técnica
  • Contactos
  • Espaço do Leitor
  • Cartas ao director
  • Sugestões
  • Loja
  • Publicidade Edição Impressa
  • Publicidade Online
  • Política de Privacidade
  • Termos & Condições
  • Livro de Reclamações

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.

Bem-vindo de volta!

Aceder à sua conta abaixo

Esqueceu-se da palavra-passe?

Recuperar a sua palavra-passe

Introduza o seu nome de utilizador ou endereço de e-mail para redefinir a sua palavra-passe.

Iniciar sessão
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Opinião
  • Sociedade
  • Viver
  • Economia
  • Desporto
  • Autárquicas 2025
  • Saúde
  • Abertura
  • Entrevista

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.