Mais de 32 mil quilómetros percorridos, menos oito toneladas de emissões de carbono para a atmosfera, 287 candidaturas recebidas e 130 bicicletas entregues. Este são alguns dos números que marcam os primeiros três meses de funcionamento da Biclis, o sistema de bicicletas eléctricas de uso partilhado do Município de Leiria, operacional desde o dia 5 de Junho.
De acordo com dados facultados ao JORNAL DE LEIRIA, até ao final da semana passada “foram percorridos 32.214 quilómetros”, mas o número total será ser maior, “uma vez que há ‘biclistas’ que não estacionam as bicicletas nas docas e fazem o carregamento em casa”. Nestas situações, “não é possível contabilizar os quilómetros percorridos, pois esse processo é feito a partir das docas”, especifica Luís Lopes, vereador do Ambiente e da Mobilidade, que faz um balanço “muito positivo” do projecto.
O autarca destaca o facto de a procura pelas Biclis ter sido “significativamente superior” à oferta, tendo havido 287 candidaturas para as 150 bicicletas que integram o projecto. Ou seja, a procura ultrapassou em “cerca de 91%” as disponibilidades de viaturas. Uma “diferença substancial” que “evidencia uma forte adesão à Biclis e demonstra um elevado interesse da comunidade em utilizar bicicletas como meio de transporte alternativo”, assinala Luís Lopes, revelando estimativas, segundo as quais, o projecto já terá “contribuído para a redução de emissões de dióxido de carbono em cerca de oito toneladas”.
Na informação enviada ao JORNAL DE LEIRIA, a autarquia adianta ainda que, das 287 candidaturas recebidas, foram deferidas 130, com a atribuição da respectiva bicicleta. Existem ainda 32 candidaturas em análise e 125 suspensas devido a “falta de documentação”.
Em caso de indeferimento do processo, “é dada a possibilidade aos interessados de corrigirem a informação apresentada e, na ausência de resposta, a candidatura é arquivada após o término dos prazos legais”, esclarece o vereador. Luís Lopes admite que o crescimento da procura poderá justificar a expansão do serviço, com recurso a linhas de financiamento no âmbito da transição climática, “com o objectivo de alcançar a neutralidade carbónica até 2050”.
Três estações inactivas
Das 19 estações Biclis espalhadas pela cidade, onde é possível fazer carregamentos e parquear as bicicletas, há três que ainda se encontram inactivas: mercado municipal, Museu de Leiria e Escola Secundária Domingos Sequeira. No primeiro caso, a câmara garante que a estação ficará operacional “em breve”.
Já as duas últimas, aguardam pela a conclusão dos trabalhos de ligação eléctrica, que “necessitam de acompanhamento arqueológico”. “A expectativa é a de que este processo esteja terminado brevemente”, avança Luís Lopes, revelando que a estação mais utilizada é a do Jardim da Almuinha. Por seu lado, a das Olhalvas é a mais procurada para carregamento