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Birras todos temos, adultos incluídos. A diferença é que as nossas birras foram sendo refinadas ao longo dos tempos, aprendemos a lidar melhor com elas, a escondê-las dos que nos são próximos (ou não, ou não…). Até agora nunca vi nenhum adulto a mandar-se ao chão num hipermercado e a chorar baba e ranho porque quer uma guloseima, mas sei que alguns o fariam, se fosse socialmente aceite, se ninguém chamasse a “carrinha dos malucos” para o vir buscar.
O meu Ninja é o mestre das birras, a Princesa para já é mais discreta, só faz birra de sono… Aprendemos com ele o que signfica a expressão “terrible twos” e esta fase ainda se mantém aos 3, cheira-me que com 4 possivelmente também vamos andar nisto. A nossa estratégia é mais ou menos “simples”, decidimos que não podemos andar sempre a contrariar a criança, não vai resolver nada e só nos vai desgastar a todos.
Temos 3 situações a considerar quando lidamos com uma birra: primeira, é assim tão importante? Se ele me diz que quer ir de camisola de alças para a escola em Janeiro pode espernear à vontade, não vai (ponto final) porque fica doente. Agora se ele me diz que quer ir para a escola vestido de Ninja e com ténis amarelos por que é que não pode ir? Desde que vá…
Segunda, o Pai ou a Mãe já disse que não? Ah, pois… se um de nós já disse que não e o espertalhão vem pedir ao outro então temos muita pena mas é para esquecer. Não se pode desautorizar o outro progenitor seja em que situação for, os pequeninos são experts em dividir para reinar, não os deixem!
Terceira onde estamos? Qual é a situação? Se for em casa ele que se mande para o chão, que chore 40 minutos, que amue o tempo que for necessário. Mas se estamos num restaurante já não é bem assim, os outros comensais não têm de sofrer com o choro dos meus filhos, como diz uma amiga brasileira: “Ninguém merece, né?”.
Acima de tudo é importante perceber a motivação da birra e tentar resolver da melhor maneira, sem ir a correr fazer tudo o que eles querem, porque aí corremos o risco de estar a criar um pequeno ditador. Sensibilidade e bom senso precisa-se (e muita, muita paciência!!!) porque ele tem três anos e nós 30 (e uns trocos), não podemos fazer birras com ele. Se assim for ele vai ganhar sempre.
