A plataforma de criação artística que vai funcionar no antigo paço episcopal (actualmente, edifício da Loja do Cidadão) deverá estar concluída até ao dia 7 do mês de Setembro, ou seja, nos próximos quatro meses, segundo informação da Câmara de Leiria.
A obra mantém-se, assim, dentro do prazo de execução previsto no contrato, de 360 dias, conforme anunciado no arranque dos trabalhos, em Setembro do ano passado.
Questionado pelo JORNAL DE LEIRIA sobre o início da utilização do novo equipamento, o município considera que a data “terá de ser analisada, mais próximo da conclusão” do investimento apoiado por fundos comunitários, que tem um orçamento de milhão e meio de euros.
Face à conjuntura, influenciada pela inflação, o executivo admite que “pode ser provável” a revisão do preço da empreitada, com acréscimo de custos, mas acrescenta que “até ao momento não há indícios” de que seja necessário fazê-lo.
A intervenção nos níveis inferiores do antigo paço episcopal, que se encontravam devolutos, depois do encerramento das salas de cinema Castello Lopes, abrange 1.931 metros quadrados, distribuídos por três pisos.
No piso -1, segundo a nota inicialmente divulgada pela Câmara de Leiria, ficará a entrada principal, além de um gabinete de trabalho e duas áreas de régie; no piso -2 está prevista uma sala de ensaios e um camarim; já o piso -3 vai ter uma black box com bancada retráctil com capacidade para 120 espectadores, dois camarins, um bar, zona de apoio, armazém para equipamento cénico e espaços para arrumos.
Com um programa de ocupação destinado a agentes culturais profissionais e também amadores, a nova plataforma de criação e formação artística visa obter a máxima flexibilidade e proporcionar o maior número de opções cénicas para a realização de eventos multidisciplinares.
“O modelo de gestão do equipamento, em linha com os termos da candidatura submetida ao Programa Centro 2020, prevê que seja o Município de Leiria a entidade gestora do espaço. Para já, não está prevista a atribuição de estatuto de residente permanente, sendo que essa condição poderá ser revista em função da tipologia / especificidade de projectos a desenvolver”, lê-se na resposta enviada pela Câmara ao JORNAL DE LEIRIA, acerca da possibilidade de contemplar alguma entidade do sector da cultura.
Noutra obra actualmente em curso, Leiria vai ganhar um centro de artes, na Villa Portela, com mais de 300 metros quadrados vocacionados para exposições de arte contemporânea nos três pisos do chalé, além de zonas para residências artísticas nas antigas cavalariças, um palco ao ar livre, uma plataforma multiusos também no jardim exterior, parque infantil, cafetaria, miradouro para o castelo e passadiços, numa propriedade que totaliza 17 mil metros quadrados.
Numa visita ao local, em meados de Fevereiro, foi apontado o próximo mês de Novembro como horizonte para a conclusão dos trabalhos.