A direcção e o comando dos Bombeiros Voluntários de Pataias informaram na semana passada a população que “não se encontram a efectuar qualquer peditório nas ruas” da localidade. A informação, esclarecem, surge “na sequência dos peditórios que indivíduos de colete vermelho, que se dizem veteranos de guerra, andam a fazer, supostamente para angariar fundos para uma ambulância”.
A abordagem levou alguma população a telefonar para a GNR e outra a dar donativos, “pensando que se trata de fundos para os Bombeiros Voluntários de Pataias”, quando esta instituição não faz este tipo de angariação de fundos, relata[LER_MAIS] ainda.
Leandro Bernardino, comandante da corporação, explica que a indumentária e a própria iniciativa, que envolve a aquisição de uma ambulância, induzem a população em erro. Não só Pataias, mas também Martingança, Marinha Grande ou Leiria são zonas onde o “peditório” costuma acontecer, geralmente aproveitando a paragem de automóveis em semáforos, especifica o comandante.
“Eles não mentem. O objectivo é adquirir uma ambulância. Só que não é para as associações de bombeiros das terras”, como percebem as populações, expõe Vítor Graça, comandante da corporação da Marinha Grande, que ao longo de anos já fez várias queixas à PSP sobre a situação. “Há espaço para todos, o que não podem é iludir as pessoas”, defende o comandante.
Augusto Freitas, presidente de Direcção da Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra, esclarece que em causa não está um peditório, mas um sorteio nacional de prémios, cujo valor obtido com a venda dos bilhetes, realizada por todo o País, se destina à construção de um lar e centro de dia, e à compra de uma ambulância para transportar veteranos de guerra.
Esta instituição conta com 48 mil associados, entre os quais muitas pessoas doentes, com traumas de guerra, que carecem de apoio, realça o presidente. Trata-se de uma iniciativa que conta com a autorização do Ministério da Administração Interna, que aprova inclusive o próprio equipamento de quem está a vender os bilhetes.
Além disso, frisa Augusto Freitas, todas as pessoas que fazem a venda dos bilhetes possuem documentos que as identificam com a Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra.