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Mais de nove milhões de euros foi quanto a Bordallo Pinheiro investiu na expansão e modernização da fábrica de Caldas da Rainha, projecto que permitiu criar mais 100 postos de trabalho, elevando para 270 o número actual de colaboradores.
Ontem, a empresa inaugurou a unidade, numa cerimónia que contou com a presença do primeiro-ministro, António Costa, e do ministro-adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira.
Pertencente à Vista Alegre, do Grupo Visabeira, a Bordallo Pinheiro fica agora com uma unidade produtiva com quase 12 mil metros quadrados e capacidade para produzir uma média de 10 mil peças por dia.
O investimento era “essencial” para suportar a inovação produtiva, aumentar os níveis de competitividade da empresa e expandir a sua capacidade de produção (que cresce 60%), tendo em conta os desafios dos mercados externos.
Na inauguração, Nuno Marques, presidente do Conselho de Administração do Grupo Vista Alegre, explicou que a reestruturação da unidade situada na zona industrial assentou em três “pilares fundamentais”: visão estratégica, paixão pela arte bordaliana e pelo legado do fundador da fábrica, e capacidade de realização e superação, dando origem ao Inovbordallo, um projecto que nasce da partilha de conhecimento entre empresas do mesmo grupo, acrescentando às competências da Bordallo Pinheiro o know-how e o conhecimento acumulado na Vista Alegre e na Visabeira.
[LER_MAIS] Na unidade foram instalados equipamentos e processos de última geração, desenvolvidos em parceria com empresas portuguesas. Durante a intervenção a fábrica nunca parou a laboração e, “apesar de todas as condicionantes e constrangimentos”, a Bordallo Pinheiro conseguiu em 2018 aumentar o seu volume de negócios em 6%, acabando o ano com mais de 6,4 milhões de euros, dos quais metade provenientes dos mercados externos.
O investimento, apoiado pelo Portugal 2020, permitirá à empresa de Caldas da Rainha níveis acrescidos de eficiência energética, desenvolver novos produtos, aumentar a quota de mercado internacional, subindo a exportação de modo a que, em breve, pelo menos 75% das vendas sejam para o mercado externo. Actualmente os principais destinos são Espanha, Reino Unido, Holanda, Suécia e Estados Unidos.
“A nossa economia cresce porque tem havido investimento, o que tem permitido o crescimento das exportações”, lembrou o primeiro-ministro na inauguração. “Neste caso, verificamos que, mesmo no contexto de uma economia mundial que não dá muito boas notícias, os empresários continuam a investir”.
António Costa afirmou ainda que a “chave para o sucesso é a qualidade da gestão”, lembrando que a empresa “viveu momentos de glória e momentos de grande dificuldade”. Em 2009 foi adquirida pela Visabeira, depois de ter estado à beira da falência.
Pedro Siza Vieira aproveitou para elogiar a “visão e determinação” do grupo, que permitiu transformar uma empresa em grandes dificuldades numa referência, “percebendo que era preciso inovar nos processos sem perder as características únicas da louça”.
O presidente da câmara das Caldas destacou o facto de a marca poder continuar a “contribuir para a afirmação da arte cerâmica” no mundo.
