Depois de dez anos de experiência na banca, Bruno Reis quis arriscar e criar o seu próprio negócio. A viver em Paris há cerca de três anos, onde chegou a trabalhar no BCP, fundou, em 2016, a Art Consultation & Investissement, startup que presta consultoria especializada em gestão de património.
Muitos dos clientes são portugueses, mas a actividade da empresa “não está fechada” na comunidade lusa, garante o seu fundador, que não descarta a possibilidade de abrir uma filial em Portugal.
Nascido em Vilar dos Prazeres, Ourém, Bruno Reis formou-se em Economia pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). Concluída a licenciatura, trabalhou na Taguspark, acompanhando a criação de empresas.
Passou depois a fazer consultoria para candidaturas a fundos comunitários no âmbito do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional), antes de ingressar na actividade bancária. Neste sector, esteve ligado ao Banco Popular, ao Deutsche Bank e ao BPI.
Foi durante os últimos anos que trabalhou na banca que começou a ganhar força a vontade de criar o seu próprio negócio, sobretudo a partir de 2013. “Os bancos estavam um pouco parados e a minha namorada, que vivia em Paris, incentivou-me a arriscar. Comecei a aproveitar as férias para ir a Paris pesquisar eventuais oportunidades de negócio”, conta Bruno Reis que, no final de 2015, recebeu um convite para trabalhar no BCP em Paris.
[LER_MAIS] O clima “inspirador” que encontrou, transmitido pela “energia empreendedora” das comunidades portuguesas, onde “quase todos têm o seu próprio negócio”, e pelo ambiente “criativo” da capital francesa, seria determinante na opção de criar a sua empresa.
“Decidi aproveitar a minha experiência bancária e apostar na consultoria em gestão de património. Os emigrantes portugueses têm muito património, fruto de muito trabalho e sacrifício, mas têm pouco tempo para o gerir”, explica Bruno Reis.
A Art Consultation & Investissement iniciou actividade em Julho de 2016, prestando serviços de consultoria na área de investimentos em imobiliário, da “optimização fiscal”, da gestão de património e da “melhoria da rentabilidade das aplicações financeira”.
A empresa trata também do estatuto do “residente não habitual”, que permite obter benefícios fiscais, “cumprindo determinados critérios”. A consultora presta ainda serviços a empresas, como aconselhamento à gestão financeira e à pesquisa do melhor financiamento ou em processos de internacionalização.
A startup criada por Bruno Reis conta com a colaboração de dois parceiros, a Opportunités Investissements, que tem ligações com empresas cotadas em bolsa, e a RXL Conseils. O objectivo é que, “em qualquer área de negócio, haja sempre uma pessoa com conhecimento e experiência que possa prestar o melhor aconselhamento possível”, explica o economista, que neste momento está também apostado em trazer investidores franceses para Portugal, nomeadamente, para a região Centro.