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Home Opinião

Cada um é muita gente: Desenho 

André Pereira, escritor por André Pereira, escritor
Abril 13, 2025
em Opinião
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Ele anda deambulando, rabiscando em folhas que lhe aparecem à mão. Ora sentado, ora andando, ele vai sendo e vai estando em cada recordação. Porque são recordações aqueles desenhos que ele faz durante todo o dia. São como pequenos corações que trazem alegria a quem passa pelo seu caminho.

Desenha o que lhe aparece, o que ele quer. E lá anda sozinho, em troca de um copo de vinho, a percorrer a cidade. Parece não ter idade, mas já é velho – pelo menos, aparenta. E os desenhos que ele inventa estão todos na sua cabeça sem pente. Ele desenha o que vê, ele desenha o que sente.

De perna cruzada, sentado na esplanada de um café ou no degrau de uma porta, ele vai desenhando aquilo que ele é – o resto pouco lhe importa. Só quer ter liberdade para desenhar, para se sentar, para parar e olhar com atenção. Ele só se desenha a si mesmo, mesmo só desenhando tudo o que lhe está fora.

Não demora quase nada a fazer a sua arte – é só o tempo de um instante. O instante faz parte, a inspiração é constante. Seja Inverno, seja Verão, seja Outono ou Primavera, lá anda ele, de pés colados ao chão, viajando de estação em estação, talvez pensando naquilo que era. Talvez não. Não sei dizer.

Não sei se ele é assim por obrigação, se por querer. Mas a verdade é que ele anda sempre de caneta na mão, a tentar viver. E o que se pode dizer de quem tenta viver assim? Ele é o que tem de ser, uma espécie de fim ambulante. Sempre encostado às paredes das ruas que percorre, sempre distante.

Às vezes, parece que morre, mas é durante essa pequena ausência que ele faz magia. Como se a noite virasse dia, assim, num repente. E toda a gente vê tudo o que não via, e ele vê toda a gente.

De barba branca e de gorro na cabeça, parece esconder-se do mundo. Anda durante o dia, à espera que anoiteça para voltar para a sua casa – seja lá ela o que for. Talvez durma na rua, talvez tenha um amor à espera dentro de quatro paredes e um telhado. Que vida será a sua? Por quem será desenhado? 

Etiquetas: André Pereiracada um é muita gentecontocriativacrónicaescritaescritorjornal de leiriaLeiriaopinião
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