A solução para acabar com as matilhas de cães selvagens que têm proliferado na Mata Nacional de Leiria, na zona da Marinha Grande, pode estar no estrangeiro.
Na passada segunda-feira, em reunião de executivo, Carlos Caetano, vice-presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande, informou os vereadores que a autarquia está actualmente a ponderar duas hipóteses para pôr fim ao problema [LER_MAIS] que se vem arrastando na zona florestal de São Pedro de Moel.
Umas das opções é estabelecer contactos com faculdades de veterinária, na expectativa de que possam ficar com os canídeos. Outra possibilidade será contactar associações de defesa de animais alemãs. Isto porque, ao contrário do que sucede em Portugal, na Alemanha existem mais famílias interessadas em acolher animais do que animais disponíveis para acolhimento, explicou o vicepresidente.
[LER_MAIS] O que não pode acontecer é que estes cães permaneçam na Mata, defendeu Carlos Caetano, temendo que “qualquer dia aconteça uma tragédia”. Tratam-se de “cães agressivos” e que “não têm contacto com humanos”, acrescentou o autarca.
Carlos Caetano recordou que um dos objectivos da construção do Centro de Recolha Oficial era que este espaço também servisse para eutanasiar os animais que não obtivessem acolhimento. No entanto, explicou autarca, a lei sofreu alterações e actualmente eutanasiar já não é possível. Assim, presentemente, “não temos onde colocar os cães que estão na Mata”, expõs Carlos Caetano.
A informação foi avançada na sequência da intervenção da vereadora Alexandra Dengucho, que há muito tem questionado o executivo acerca da resolução do problema. Desta vez, “chegou mais um email de um munícipe a queixar- se de cães que continuam a vaguear na Mata. Fala de duas ou três situações de eminente ataque, de gente que se viu em dificuldade. Qualquer dia vamos ter ali uma desgraça”, considerou a vereadora, recordando que as matilhas já invadiram a malha urbana, quer em São Pedro de Moel (na Estrada Atlântica) quer no centro da cidade (na Embra).
O problema é agora ainda maior uma vez que, após os incêndios que consumiram a maior parte da floresta do concelho, as matilhas deixaram de ter o que comer e vagueiam esfomeadas, advertiu Alexandra Dengucho.
NÚMERO
132
No final de 2016, 132 moradores de Albergaria e de Lameira da Embra subscreveram um abaixo-assinado, onde apelaram à intervenção urgente da Câmara para resolver o problema dos cães que vagueavam pela cidade e atacavam capoeiras.