Café serve de pretexto para espalhar “paz e amor” a bordo de um autocarro

É a bordo de um autocarro de 1960 que Michel Malcin e Helen Volkensfeld pretendem espalhar os valores que consideram fundamentais: paz e amor.

Enquanto se saboreia um café, surge a fórmula perfeita para fomentar relações e, sobretudo, criar memórias felizes a bordo deste Doppellecker.

Foi pelo caminho de Santiago de Compostela, com início em Berlim, na Alemanha, que Michel conheceu a Helen. O alemão tinha mudado de vida recentemente.

À beira de um burnout, quando era pastor numa igreja local, decidiu renovar um autocarro de dois andares e investir no que o fazia feliz: “café, conhecer pessoas e viajar”.

Helen juntou-se à aventura e chegaram os dois a Santiago de Compostela em Novembro do ano passado. Aí, decidiram continuar a sua jornada até Portugal, e agora estão em Leiria a vender café e a criar memórias, sem um plano delineado.

Todo o cenário faz lembrar outros tempos, com loiça desgastada pelos milhares de quilómetros percorridos, odes à alegria e felicidade.

O pequeno espaço acolhedor convida a deixar à porta qualquer constrangimento.

Todos os clientes estão sentados perto uns dos outros e fica em aberto a possibilidade surgirem novas amizades, tendo como princípio um café.

“Não é só café, é um meio para conhecer pessoas”, afirmou Michel Malcin, surpreendido pelo acolhimento caloroso que sente no País.

O viajante referiu que, desde que chegou a Portugal, a comunidade tem-se mostrado de “espírito aberto” e a curiosidade leva-os a experimentar o café oriundo do Uganda e do Nepal.

A qualidade, refere, é boa. Os grãos de café são colhidos através de um projecto de fairtrade (comércio justo), baseado na sustentabilidade, condições de trabalho adequadas e termos de comércio justo para os agricultores.

“A nossa missão é espalhar amor, paz e café. Conhecer pessoas e encorajá-las a sonhar alto”, relatou o alemão, pelo meio de um dia atarefado, semelhante a tantos outros.

Depois de Leiria, o próximo destino deste autocarro peculiar é a Batalha, mas o casal quer ainda conhecer as praias da região.

“Devagar é a forma mais rápida de viajar”, acredita o casal.