Câmara da Marinha Grande revê PDM e quer quadruplicar espaços industriais

A Câmara da Marinha Grande aprovou segunda-feira, por unanimidade, a proposta final de revisão do Plano Director Municipal (PDM), que será agora analisada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Centro, para pronúncia final. Após essa avaliação da CCDR Centro, terá ainda lugar o período de discussão pública, que antecede a versão final do documento.

Recorde-se que o PDM vigente na Marinha Grande remonta a 1995. Durante a apresentação da proposta de revisão, realizada em reunião de câmara de segunda-feira, Aurélio Ferreira, presidente da autarquia, salientou que muitas mudanças ocorreram desde essa data, notando que muitos constrangimentos têm decorrido por falta de um PDM actualizado.

Realçava, por exemplo, a falta de PDM na Moita, freguesia que foi integrada [LER_MAIS]no concelho em 2001.

De acordo com o autarca, não ter PDM actualizado limita “o desenvolvimento industrial, tanto no impedimento da vinda de novas empresas para o nosso concelho, como a impossibilidade de crescimento das empresas sediadas neste momento na Marinha Grande”.

Aurélio Ferreira acrescentou que, “por essa razão, as empresas não crescem, saem do concelho, algumas multinacionais vão para outros países, pelo que é fundamental que tenhamos este instrumento de desenvolvimento”.

O PDM agora proposto visa aumentar significativamente as áreas de acolhimento de empresas, que se farão: na Área Industrial de Vieira de Leiria, Lagoinhas, Charneca da Amieira, Marinha Pequena, Zona Industrial de Albergaria, Zona Industrial da Marinha Grande e Moita. Já a expansão da Zona Industrial da Marinha Grande, deverá ser feita a Poente, especificou. No total, este documento propõe “mais do que quadruplicar os espaços industriais, relativamente ao que hoje existe”, passando de 212 para 883 hectares, salientou.

O autarca lembrava que a Marinha Grande é “uma cidade tecnológica no meio da natureza” e explicava que “gostaria que este PDM fosse ainda mais além, mas os condicionalismos e as novas regulamentações das leis que somos obrigados a cumprir, leva-nos a enormes negociações, como é exemplo a REN, a RAN, o POC, a APA, o ICNF”.

O aumento de áreas destinadas à indústria também deverá resultar na criação de mais emprego e no aumento de população residente, pelo que o novo PDM também prevê o crescimento de zonas habitacionais e escolas, referiu. A carta educativa do concelho também está a ser revista, prevendo a criação de centros escolares, sendo que o eventual fecho de estabelecimentos só será estudado após a abertura dos centros, de forma a poder aferir as escolhas dos pais, acrescentou Ana Alves Monteiro, vereadora da Educação.