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Mais de 38,6 milhões de euros. Foi este o valor do saldo positivo com que a Câmara de Leiria fechou as contas de 2016 e que motivou uma acesa troca de acusações entre a oposição e a maioria socialista que governa a autarquia.
Na última reunião de executivo, os vereadores do PSD acusaram a maioria de andar a amealhar dinheiro “à custa dos contribuintes”, para em ano eleitoral fazer “um brilharete”, com a execução de obras, e “angariar o voto dos munícipes mais incautos”.
Em resposta, a maioria acusou a oposição de usar a reunião de câmara para “abrir a época dos comícios eleitorais”, com uma tomada de posição que, segundo o presidente da autarquia, revela “ignorância” e “demagogia”.
Os vereadores do PSD consideram que 38,6 milhões de euros de saldo de gerência é um valor “exorbitante”, que “resulta de uma série de políticas desenvolvidas pela maioria do PS que penalizam fortemente as pessoas do concelho”, como taxas “elevadas” de IMI, derrama e de publicidade e valor “elevado” cobrado pela água e saneamento
Para os sociais-democratas, o saldo agora registado foi também conseguido à custa da “não execução de obra ao longo de três anos para, depois no último ano de mandato e como medidas eleitoralistas, realizar pavimentação das estradas, arranjo de escolas, bem como a construção de centros de saúde”.
Ainda na reunião de câmara, Raul Castro respondeu, considerando que a posição do PSD revela “ignorância”. Para o autarca, os resultados são fruto de uma gestão “rigorosa” e “transparente” e devem- se, em parte, ao atraso do actual quadro comunitário de apoios, que “só agora começa a libertar verbas” e que obriga a autarquia a ter fundos disponíveis.
“Sem garantia desses financiamentos, a câmara não pode avançar com obras”, disse o presidente, prometendo para Abril o anúncio dos investimentos para onde será canalizado o saldo de gerência.
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