Um ano após ter sido eleito com maioria absoluta, Gonçalo Lopes (PS) apresentou, numa reunião extraordinária da Assembleia Municipal, um resumo do estado do concelho de Leiria, mostrando a evolução desde 2011. O presidente da Câmara de Leiria enalteceu o crescimento de 1,4% da população nos censos de 2021 e a “qualidade do ensino”, que apresenta uma taxa de retenção de 1,7%, abaixo da média nacional (2,8%).
Informando que o concelho tem 4.093 lugares de parqueamento gratuitos e 242 paragens Mobilis, o autarca referiu que “90% dos lugares de estacionamento se encontram a menos de dez minutos do centro da cidade”. “No primeiro semestre de 2022 realizaram-se 157 eventos, fruto também de Leiria ser Cidade Europeia do Desporto, e mais de um milhão de pessoas consumiram cultura e acederam aos espaços culturais. Num ano, é um recorde”, destacou Gonçalo Lopes, acrescentando os 335 equipamentos de saúde existentes no concelho entre farmácias, hospitais, clínicas ou centros de saúde.
Segundo o autarca, Leiria tem 30,7 empresas por metro quadrado (2019) e uma taxa de desemprego de 3,8%, em 2021, abaixo da média nacional (5,9%).
Entre 2011 e 2021, o Município de Leiria investiu 203,8 milhões de euros, dos quais 31,5 milhões de euros foram aplicados em diferentes rubricas em 2011. Destaque para o sector dos transportes e comunicações, transferências entre administrações, cultura, desporto, saúde e educação.
“Existem vários factores que levam as pessoas a fixarem-se num território. A dimensão cultural, de saúde e desportiva são indicadores muito importantes para dar dinâmica à qualidade de vida das pessoas”, sublinhou. Gonçalo Lopes revelou ainda que a dívida da autarquia teve uma redução de 52,6 milhões de euros na última década e que o prazo médio de pagamentos é de seis dias.
Quanto ao desenvolvimento económico e ambiente, o autarca referiu requalificação do novo mercado municipal, com a criação do Centro Leiria Inova, no piso superior, a limpeza da ribeira dos Milagres e da frente Ribeirinha do Rio Lis, a inauguração do Parque Verde, e o projecto RecicLar.
A reabilitação do parque escolar, o programa de apoio às famílias, o Centro d’Artes Villa Portal, o Blackbox no antigo Paço Episcopal, a integração do Teatro José Lúcio da Silva na rede de Cineteatros português e o festival Cidade Criativa da Música foram enumerados por Gonçalo Lopes.
Além das várias obras municipais em várias artérias principais da cidade e na encosta do castelo, Gonçalo Lopes reafirmou a defesa de causas regionais como a abertura da Base Aérea de Monte Real à aviação civil, apoio ao Politécnico de Leiria no reconhecimento como universidade, modernização da linha do Oeste e o projecto de alta velocidade e o reforço de investimento no Centro Hospitalar de Leiria.
Acácio Sousa, líder da bancada do PS, avançou que o primeiro ano serviu “para ajustar os meios ao que foi aprovado nas Grandes Opções do Plano” e que “há obra feita ao fim de um ano”. O socialista adiantou que a câmara anterior enfrentou a pandemia e este ano a guerra na Ucrânia “com tudo o que tem de consequências”.
“O concelho comportou-se com as nossas gentes exemplarmente e a câmara foi elogiada praticamente por todos”, afirmou Acácio Sousa, ao salientar que o executivo tem ouvido os cidadãos quando é necessário.
O deputado municipal acrescentou que o município tem vindo a “cumprir aquilo a que a se propôs”, nomeadamente, “um reforço das condições ao associativismo cultural e desportivo, alargado o fundo de emergência social, a requalificação da Villa Portela, intervenções estruturais em várias vias principais, o parque industrial de Monte Redondo está concluído e vai avançar e foi anunciado o bike sharing”.
“Este primeiro mandato não foi um ano perdido. Se procurássemos um saldo entre o que não foi feito ou que está em curso, o resultado do exercício seria muito favoravelmente para a câmara”, acrescentou Acácio Sousa.
Carlos Poço, PSD
- Falta garantir transportes públicos que sirvam a zona industrial logo que tenha actividade e promover as zonas industriais no mercado internacional
- Tem-se feito algum trabalho na cultura, apoiado na candidatura sem sucesso de Leiria Capital Europeia, mas é importante que se aproveite o trabalho desenvolvido para se amortizar o investimento feito
- No desporto assistimos a alguns eventos, mas dever-se-iam evitar erros, como o contrato da Taça da Liga. Seria mais útil distribuir o valor pelos estabelecimentos da cidade
- Soluções para o ambiente e descarbonização. Nas energias renováveis nada está a ser feito. Sugerimos a colocação de painéis fotovoltaicos no estádio e em todos os edifícios municipais, incluindo escolas
Hugo Morgado, Chega
- Cada vez mais pesada em gestão corrente, virada para si própria, com um aumento exponenc ial de despesa provocada pelo aumento de competências, asfixiando o investimento estratégico
- O hospital de Leiria tem problemas sérios, em particular no acesso às urgências, que conduziram ao seu encerramento em determinados momentos. Quando isso acontecia o município respondia com campanhas
- São precisas políticas públicas de protecção e promoção do comércio local e tradicional, criando condições para que o comércio tradicional possa prosperar
- É urgente alterar o PDM nas zonas rurais e facilitar a fixação dos filhos da terra
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Manuel Azenha, BE
- O executivo camarário vive fechado em si mesmo, vive das satisfações pontuais dos feedback, das actuações do Toy, Rodrigo Leão, de uma Leiria runfest com espuma e dos carros de corrida no meio da cidade
- Câmara sem um rumo estratégico definido na habitação, mobilidade, educação e saúde onde pululam ideias avulso sem qualquer consequência para o bem-estar e futuro dos leirienses
- Gestão baseada na economia do betão e pouco nas pessoas, que vai entretendo com circo
- Mobilidade deve ser encarada à escala regional com intermodalidade. É tempo de Leiria possuir a sua própria empresa de transportes públicos 4 A câmara continua a falhar na resposta soc ial que dá
Dário Seguro, CDS-PP
- Deve o município concretizar, de forma ambiciosa e estrutural, programas e incentivos para dotar os jovens de competências
- O município deve responder de forma concreta e célere na habitação
- Deslocalização da estação de autocarros, criando uma rede de transportes que sirva o centro da cidade. Poderá ser uma oportunidade para acomodar um centro multimodal em conjugação com os futuros investimentos previstos na ferrovia
- Aumento e melhoria dos transportes urbanos Criação de uma agência para captação e manutenção de investimento
- Criar serviço de recolha de lixo porta a porta nas zonas urbanas
Nuno Violante, PCP
- Atrair novas empresas, de dimensão relevante e criar condições para as existentes se poderem expandir
- O território sofre as consequênc ias do insipiente planeamento e falta de ordenamento
- A habitação atingiu preços proibitivos, obrigando inúmeros trabalhadores a viverem em quartos ou em habitações partilhadas.
- Não há um parque público habitacional de arrendamento
- A renovação da rede de água é uma urgência
- Proliferação dos eventos ruidosos degradam o ambiente urbano ao nível da poluição sonora.
- Falhada a Leiria Capital Europeia da Cultura, assistimos à consagração de Leiria Cidade Centro de Diversões
- Urgente uma rede de transportes públicos colectivo eficaz
Telmo Marques, IL
- É necessária uma gestão estratégica, ambiciosa e focada
- Por que é que uma região produtora e exportadora se deixou engolir por buroc racias, inépcia e pela política de folclore deste executivo?
- O executivo não concretiza, não se empenha
- Precisa-se uma Leiria de infraestruturas estratégicas, à altura do que o ambiente nos pede, e que não seja um foco de perdas de água
- Uma Leiria que promova uma reabilitação de ruas, becos, prédios, uma zona histórica que se torne viva, atraindo pessoas, movimento, consumo e dinamismo
- Resolver problemas de saneamento, ser capaz de fixar os estudantes e ser um concelho apaixonado pelo crescimento económico, desenvolvimento empresarial, focado em atrair investidores