A dias de apresentar a lista de candidatos do PSD às autárquicas em Leiria, Sofia Carreira, cabeça-de-lista à câmara, marcou o início da campanha com um balanço dos 16 anos da governação socialista, acusando o PS e Gonçalo Lopes, que lidera a autarquia desde 2019, de terem transformado a cidade e o concelho num “campo de promessas por cumprir”.
“Naquilo que realmente conta, Leiria não existe. Não existe enquanto pólo económico reconhecido e procurado”, nem como “território planeado” e concelho “atractivo para viver e prosperar”, afirmou Sofia Carreira, numa conferência de imprensa realizada esta manhã, lamentando que, “no fim destes 16 anos de governação socialista, Leiria só exista nos ‘gostos’ das redes sociais”.
Não poupando nas críticas aos sucessivos mandatos do PS como poder em Leiria, nomeadamente “às festas e festinhas”, com “milhões de euros queimados sem qualquer resultado sustentável”, a candidata do PSD lembrou que ainda há no concelho “quem viva sem água ou saneamento básico” e que a rede pública de água tem “perdas de 30%”.
Em declarações aos jornalistas, Sofia Carreia acusou ainda o PS e Gonçalo Lopes de “não se preocuparem” com as consequências da alteração ao regulamento do centro histórico de Leiria e apontou-lhes a “irresponsabilidade” de aprovarem novas urbanizações, “algumas de duvidosa legalidade”, dando o exemplo do prédio que está em construção nas traseiras da Avenida Marquês de Pombal ou de uma creche nos Marrazes no espaço de jardim.
“Isto não é obra de quem ama Leiria, é o reflexo de quem está de costas voltadas para a cidade”, criticou, sublinhando também os problemas de mobilidade, que fazem com que atravessar a cidade se tenha tornado “um verdadeiro caos”.
Também na área económica, a cabeça-de-lista do PSD à Câmara faz uma avaliação negativa de 16 anos de governação socialista. “As indústrias estão a fugir para concelhos vizinhos” e o “comércio de rua está a morrer, com cada vez mais lojas a fechar”, afirmou Sofia Carreira, considerando que “Leiria tornou-se território de abandono empresarial”.
A candidata social-democrata acusou ainda a maioria socialista e Gonçalo Lopes de “pouco ou nada” fazerem para resolver o problema do tratamento dos efluentes suinícolas e de adoptarem uma atitude de silêncio “ensurdecedor” perante a “grave” erosão do areal da Praia do Pedrógão.
Pelas várias razões apresentadas, Sofia Carreira entende que o retrato dos 16 anos de governação socialista em Leiria é “a fotografia de um concelho primeiro estagnado e depois em retrocesso”, que se compara “cada vez pior com municípios da nossa dimensão”. Feito o balanço, a candidata promete agora apresentar ideias e soluções para revolver os problemas identificados e “dar voz políticas às freguesias, que estão muito abandonadas”.
Confrontada pelo JORNAL DE LEIRIA sobre as críticas feitas na sexta-feira por Gonçalo Lopes, que a acusou de estar “com um pé em Leiria e outro em Lisboa”, numa alusão à sua dupla condição de deputada e candidata à câmara, Sofia Carreira garantiu que o seu compromisso com o concelho “é absoluto”. “O PSD nunca abandonou os munícipes”, reforçou Arlindo Brites, presidente da concelhia social-democrata.