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Home Viver

Casa nova de Mário Botas presa na teia da burocracia

admin por admin
Março 8, 2020
em Viver
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Casa nova de Mário Botas presa na teia da burocracia
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“Falta pouco, muito pouco. Mas é no ‘pouco’ que reside o problema.” É assim que José Ramalhal Lopes, vogal na Direcção da Fundação Casa-Museu Mário Botas, resume o processo que tem levado ao adiamento, sine die, da abertura ao público da sede e dos espaços expositivos da instituição, na Nazaré.

Quando abrir portas, o bonito e imponente edifício de imaculado branco, situado a dois passos do mar, junto ao edifício dos Paços do Concelho e da Junta de Freguesia da Nazaré, irá acolher boa parte da obra de Mário Botas, talentoso e consagrado artista plástico nazareno, que, até agora, está ao cuidado do Museu Colecção Berardo, no Centro Cultural de Belém.

Afinal, o que falta para abrir o espaço, cuja construção, foi iniciada em Julho de 2002? Neste momento, apenas que a Presidência do Conselho de Ministros, órgão responsável pela gestão dos destinos das instituições de substrato patrimonial – i.e. as fundações -, proceda à aprovação de uma alteração aos estatutos da Fundação, explica a Direcção.

“O terreno onde o imóvel foi construído era propriedade da família Botas, porém, há uma parcela de mais de 200 metros quadrados que era propriedade da autarquia. Ora, no documento de cedência, a Câmara da Nazaré introduziu uma cláusula de reversão do espaço, caso, no futuro, a fundação se extinga. E ela está a impedir que se lavre um registo único da matriz predial”, conta António Jesus Fialho, vogal que, actualmente, assume o cargo de presidente interino da Direcção, enquanto Rúben Cabral, docente universitário e presidente da Fundação, se encontra a trabalhar na Nigéria, onde está a criar uma universidade.

Já por duas vezes, nas Conservatórias de Alcobaça e Nazaré, foi tentado o registo único e definitivo, mas o processo esbarra sempre na cláusula. A solução foi solicitar à autarquia que retirasse a tal alínea do documento de cedência, pedido que foi rapidamente aceite.

Do lado da Fundação foi prometida a introdução de um artigo nos estatutos, que garanta o retorno da propriedade do terreno à Câmara. E aqui está o busílis da questão.

Perfil
O doutor pintor
 
“Só poderemos falar verdade quando falamos de nós mesmos… E a minha pintura não é senão uma procura da verdade. Posso falar de mim no céu de uma paisagem.”
 
Se há palavras que reflectem a vida, a obra e o ser de Mário Botas são estas, escritas pelo próprio pulso do artistas plástico. Morreu jovem. Muito jovem.
 
Com 30 anos, ainda quando o seu talento começava a revelar- se em pleno, uma leucemia decidiu extinguir-lhe a luz da Nazaré que lhe vivia nos olhos.
 
O artista plástico nasceu em 23 de Dezembro de 1952, na Nazaré, terra dos seus pais e onde fez os estudos primários e secundários.
 
Foi um aluno brilhante no ensino primário, terminou o secundário com altas classificações e foi dispensado do exame de admissão à Faculdade de Medicina de Lisboa, onde ingressou em 1970. Licenciou-se com distinção em Julho de 1975, mas quase não chegou a exercer a Medicina.
 
Em 1974, aos 22 anos, foi surpreendido por uma leucemia. Sabendo que da alta taxa de fatalidade, decidiu dedicar-se exclusivamente à pintura, arte que, há muito, o seduzia e o levava nas férias a conviver com pintores estrangeiros.
 
A decisão e a nunca perdida esperança de cura, levou-o a Nova Iorque, onde fez, em 1978, uma exposição individual, na galeria Martin Summers.
 
Regressado a Lisboa, em 1980, entregou-se furiosamente à criação, à preparação de exposições e outras actividades artísticas.
 
A 29 de Setembro de 1983, faleceu no Hospital da Cruz Vermelha.
 
Em Setembro de 1984 foi instituída a Fundação Casa-Museu Mário Botas, na Nazaré e a sua obra tem sido apresentada em várias exposições póstumas, podendo ser vista, em parte, no Centro Cultural de Belém.

Fialho sublinha que o pedido foi feito a 10 de Setembro de 2019, com carácter de urgência, mas até agora não houve qualquer resposta do Governo. E sem a introdução do texto, não há matriz única, não há licenças, não há inspecções, não há aprovações, mas há muita, muita, muita burocracia e tempo à espera.

“Sentimos que o assunto está bloqueado em simples questões burocráticas”, lamenta António Jesus Fialho.

Edifício concluído e preso por detalhes

Em 2016, a Direcção fez uma “abertura simbólica” para que os nazarenos pudessem visitar as paredes vazias, mas concluídas, do edifício, alvo como as penas de uma gaivota que contempla o azul do mar, mas com os pés na areia dourada da Praia, e assim se interessassem pelo destino do espólio de um dos mais famosos filhos da terra.

Como o JORNAL DE LEIRIA pôde verificar, o edifício está concluído, faltando apenas as referidas autorizações pendentes do registo do imóvel, e a colocação do material museográfico e de cerca de 150 obras escolhidas para a exposição permanente ilustrativa do trabalho de Botas.

“Mário Botas viveu apenas 30 anos. Apenas 30! Mas quando descobriu, aos 22, que tinha leucemia e não havia hipóteses de cura, isolou-se numa casa em Sintra, durante cinco meses. A maior parte da sua obra resulta desse tempo”, diz José Ramalhal Lopes.

A Fundação entregou, para conservação, um espólio de cerca de 650 obras à Colecção Berardo, tendo encontrado vários desenhos e pinturas esquecidos, na antiga casa do artista em Lisboa.

O pintor Jaime Silva está a trabalhar a parte expositiva. O edifício da fundação será decorado com a biblioteca pessoal – onde podemos encontrar livros de Gorki, Thomas Mann, Baudelaire, Afonso Lopes Vieira ou Mário de Sá Carneiro, com anotações, dedicatórias e papelinhos com pensamentos soltos, perdidos entre páginas -, peças de mobiliário de Botas e da sua família, sendo que algumas delas já estão no espaço.

Haverá também, com toda a certeza, um espaço dedicado à fotografia, uma das grandes paixões do pintor, onde este retratou família, amigos, as cidades que visitava, ele próprio e as gentes da terra, banhadas pela luz especial da Nazaré.

Em busca de rendimento

Na base das fundações está o património. É ele que permite que a instituição possa cumprir os seus objectivos estatutários que resultam, no caso da Fundação Mário Botas, da vontade testamentária do artista nazareno.

Até agora, o edifício já custou 2,2 milhões de euros, incluindo os trabalhos de manutenção de há dois anos. A construção recebeu [LER_MAIS]financiamento do programa europeu FEDER, que custeou metade do total, cerca de 100 mil euros da autarquia e “nem um tostão do Estado”, salientam os elementos da Direcção.

“Não recebemos um cêntimo do Estado e os nossos recursos são escassos, pelo que, aquilo que temos ou obtemos, temos de aplicar com parcimónia”, afirma António Jesus Fialho. Além das suas obras e de alguns imóveis com “rendas baixas”, segundo assegura a Direcção, será preciso procurar mecanismos que permitam um rendimento constante para operar o edifício, divulgar a obra de Botas e de outros artistas, para contratar pessoas para os serviços administrativos e pedagógico e para a necessária e eventual investigação ao espólio.

Do lado esquerdo do amplo e luminoso átrio, há um espaço reservado para a criação de um café cujo imaginário assentará na arte e em Mário Botas e que deverá ser arrendado por concurso a uma entidade que o pretenda explorar.

No nível térreo do edifício de cinco pisos, uma grande sala central, com disposição de auditório e 90 lugares sentados, que poderá também ser arrendada com o intuito de se fazer formações, oficinas e organizar outros eventos.

António Jesus Fialho, presidente interino da Direcção da Fundação Casa-Museu Mário Botas, e José Ramalhal Lopes, vogal

O primeiro andar conterá uma mostra permanente com obras de Botas, havendo espaço ainda para exposições temporárias de artistas locais, nacionais e estrangeiros, conforme a vontade expressa por Mário Botas no seu testamento.

Os restantes pisos dividem-se em funções e objectivos. No piso mais alto, estão os gabinetes e salas da Direcção, espaços para residências artísticas e para estudo do espólio do pintor. E há terraços de lazer e mais salas para exposições e formações, sempre com os olhos fixos no oceano.

A cave do espaço pode ser usada como armazém de obra de arte e documentos de outras instituições, em virtude de ser um espaço climatizado, com condições especiais de humidade, constantemente monitorizadas.

A Fundação espera também auferir algum rendimento pelo arrendamento como depósito de espólio de outros organismos.

 

 

 

 

Etiquetas: Artes Plásticascasa museu mário botasdesenhoMário BotasNazarépintura
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