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Home Sociedade

Cegueira não o travou. Adelino Novais tornou-se psicólogo e maratonista

Maria Anabela Silva por Maria Anabela Silva
Novembro 10, 2024
em Sociedade
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Cegueira não o travou. Adelino Novais tornou-se psicólogo e maratonista
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Aos 29 anos, uma doença degenerativa da retina tirou-lhe a visão. Empresário agrícola, numa pequena aldeia de Fafe, Adelino Novais, hoje com 54 anos, sentiu que “o mundo tinha acabado”. Mas não. Estava apenas a mudar-lhe o rumo. Regressou à escola, para concluir os estudos do básico e do secundário, através do ensino recorrente, e, quatro anos depois, entrou na Universidade do Minho, onde se formou em Psicologia. Começou também a praticar o atletismo, modalidade onde se especializou na maratona. Hoje, vive em Caldas da Rainha e é psicólogo no Estabelecimento Prisional de Leiria Jovens.

É junto à entrada da cadeia que decorre a entrevista, no final de mais um dia de trabalho, que começou bem cedo, para Adelino poder apanhar o autocarro, o serviço Rápida Rosa que liga Leiria e Caldas da Rainha. A acompanhá-lo encontra-se Mozart, o cão-guia que está com ele desde 2018. “Somos inseparáveis”, confessa o psicólogo, que começa por recordar o choque que sofreu quando ficou cego. “Não havia solução para o problema da retina. Tinha perdido a visão. Não podia continuar a ser agricultor e os estudos eram poucos [6.º ano]. Foi como se o mundo tivesse acabado.”

Depois das dificuldades iniciais em adaptar-se à sua nova condição de vida, Adelino Novais percebeu que não podia continuar a colocar barreiras a si próprio e que precisava de encontrar um novo caminho. O clique que faltava, diz, surgiu ao assistir a uma entrevista de Odete Fiúza, antiga atleta paralímpica, natural de Leiria. O seu exemplo de superação mostrou-lhe que, também ele, podia conseguir. Inscreveu-se no ensino recorrente para completar o 12.º ano e, a esse objectivo, juntou um outro: tornar-se atleta. Fazia os 13 quilómetros que distam da aldeia onde vivia, Queimadela, até à escola, em Fafe, a correr. “Autorizaram-me a tomar banho lá. No final das aulas, alguém me levava a casa.”

Em 2004, ou seja, quatro anos depois de ter perdido a visão, estava a entrar na universidade. Conta que, inicialmente, pensou em Direito, mas acabou por optar por Psicologia, por “achar que teria mais facilidade em trabalhar nesta área”. “Muitas vezes, somos nós próprios a colocar-nos barreiras. Não quer dizer que esteja arrependido. Não estou. Psicologia foi uma boa escolha”, confessa.

Concluída a licenciatura, ficou algum tempo a trabalhar na Universidade do Minho, até que, por questões familiares, que prefere não especificar, se mudou para São Miguel, nos Açores. Conseguiu uma bolsa de investigação na Universidade de Ponta Delgada e fez uma formação em higiene e segurança no trabalho. O assunto familiar que o levou àquela ilha, acabou depois por o trazer até Caldas da Rainha. A mudança revelou-se, no entanto, difícil. Ele que sempre tinha tido alguma facilidade em encontrar trabalho, viu as portas fecharem-se-lhe. Diz que, pela primeira vez, sentiu que “ser cego era uma barreira para arranjar emprego”.

Depois de dois anos “muito maus”, reacendeu-se a esperança. Concorreu a um lugar na Câmara Municipal de Oeiras e entrou como assistente técnico no Departamento de Gestão Organizacional. Como se manteve a viver em Caldas da Rainha, apanhava todos os dias o autocarro às seis da manhã até ao Campo Grande. Mudava, depois, para o metro até ao Cais do Sodré. E, por último, seguia de comboio até Oeiras. Ao final do dia, fazia o percurso inverso, sempre com a ajuda de Mozart.

“Pode ser difícil, mas temos capacidade de nos adaptar. Basta querer. E isso acontece com todos, cegos ou não. Nós, é que, às vezes, pensamos que não conseguimos. São as tais barreiras psicológicas que colocamos a nós próprios. Temos de aprender a superá-las”, afirma Adelino Novais, que, em 2023, concorreu a um concurso para os serviços prisionais e foi colocado como psicólogo no Estabelecimento Prisional de Leiria Jovens.

Confessa-se realizado profissionalmente. O único senão, assume, é ter agora menos tempo para treinar. Sempre que pode, corre, mas a competição, está, para já, em stand by. Na memória guarda as participações em provas de meio-fundo (1.500, 5.000 e 10.000 metros) e nas várias maratonas que fez, não só em Portugal (Lisboa), mas também no estrangeiro (Eslováquia, Espanha e Japão).

Olhando para o seu percurso e história de vida, Adelino Novais não tem dúvidas que “o importante é acreditar que podemos superar- -nos”. “Perante as limitações, que todos temos, não podemos deixar- -nos abater, nem cair na tentação de nos deixarmos levar pelas influências negativas, as nossas e as da sociedade.”

Etiquetas: Adelino NovaisCaldas da Rainhacão-guiacegoestabelecimento prisionalLeiriamaratonaspsicólogo
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