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Home Opinião

Célula habitar e quarentena

Helena Veludo, arquitecta por Helena Veludo, arquitecta
Março 13, 2020
em Opinião
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(…) Vivia praticamente enclausurado…, prisioneiro de uma cidade, e, adentro da cidade, prisioneiro de um bairro e, nesse bairro, prisioneiro de meia dúzia de salas…

Mas este encurtamento do espaço, estas repetições quase mecânicas dos mesmos gestos, produziam-se de cada vez que as faculdades se aparelhavam com vista ao cumprimento de uma única tarefa, delimitada e útil.

Acabrunhava-o essa vida sedentária… já muitas vezes se tinha estabelecido assim…como homem que em toda a parte e em parte alguma goza o direito de cidadania…
In A Obra ao Negro, de Marguerite Yourcenar

Estamos juntos na quarentena e por conta, no nosso tecto-abrigo, na nossa célula habitar.

“Em momentos como este, podemos provocar o pensamento e ter uma acção maior.”

Desde logo a consciência e o controle do gesto mecânico obrigam a desaceleração. A célula habitar, espaço onde plasmamos grande parte do tempo da nossa vida será/é no tempo que vivemos o afirmar da nossa cidadania.

Este espaço, célula habitar, entende-se ser um espaço que significa outras coisas para além do nosso alojamento, é o nosso tecto-abrigo.

O que me pergunto hoje, para além do que é natural para quem como eu produz espaço habitar, é: para quem, como, quando, que todo o sempre?, dado que os espaços que a arquitectura contém têm um “para sempre” relativo, porque maioritariamente a sua permanência ultrapassa a de quem a produz e nela habita. É nesta permanência, relativamente ao movimento do tempo e das coisas, que assenta a maior questão.

Como produzir espaço, no caso, células de habitar que acompanhem as mudanças de quem habita e do acontecer. É claro para mim que os espaços produzidos têm que considerar a evolução das nossas vidas e permitir adaptação às diversas etapas que elas implicam.

Arrastamo-nos primeiro e gatinhamos, junto ao chão, andamos, numa fase inicial, agarrados a tudo, começamos a acelerar, corremos, caímos, levantamo-nos, tropeçamos, partimos uma perna, “cadeiramos”, engravidamos (custa subir escadas e escadotes, somos dois ou mais).

Ainda muito activos, desaceleramos, a dor do joelho já é a nossa, o saco das compras já é carrinho, a perna já precisa do braço e este não chega para o corrimão, a perna já não sobe a banheira.

Mas, a casa é a mesma, a cama a mesma, a casa de banho a mesma, a cozinha a mesma e na maioria dos casos essa casa foi construída para o ser humano no pleno de suas capacidades com poucas adaptações possíveis.

Quando pequenos, enche-se a casa de trancas – tapamos as fichas eléctricas, travamos portas, aumentamos grades, anulamos esquinas.

Se a coisa corre bem crescemos e reabituamo-nos às contundências e, de repente, já somos tão antigos quanto todas as contundências, mas já não as aguentamos.

É de flexibilidade que os nossos tectos-abrigos têm que ser capazes, porque nós, a medida de todas estas coisas, somos estas mudanças. Adivinha-se um tempo de obrigatória consciência e colaboração colectiva, que muitos viveremos, em nossos tectosabrigos.

A nossa pertença ao colectivo é inalienável e a revelação de nossa cidadania um direito.

Um muito obrigada à Dra. Graça Freitas da DGS e aos médicos que se disponibilizaram, com dobro do risco, para nos acompanharem nesta marcha colectiva.

Etiquetas: helena veludoopinião
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