Inaugurado há um ano, o Centro de Reabilitação Fénix UAPT criado pela associação Ukrainian Refugees UAPT no antigo seminário dominicano em Aldeia Nova, Ourém, continua sem receber feridos de guerra, devido à falta de apoios. No entanto, os representantes da organização garantem que não desistem e que continuam a desenvolver esforços para que o espaço, onde foram investidos cerca de 1,5 milhões de euros, “sem dinheiro público envolvido”, tenha utilização.
O centro abriu portas em Junho do ano passado. Ainda recebeu um primeiro grupo de 15 militares ucranianos feridos na guerra, que ficaram duas semanas a fazer a sua recuperação. Mas, sem apoios para dar continuidade ao projecto, a associação não conseguiu trazer mais nenhum grupo, como estava previsto.
Também os esforços para abrir o espaço à comunidade, através de convenções que permitissem à população beneficiar de serviços de fisioterapia, saíram gorados. O resultado são gabinetes médicos vazios, camas por ocupar e equipamentos de fisioterapia parados.
Apesar das dificuldades, os representantes da UAPT não baixam os braços, motivados pelo apoio de voluntários que continuam a ajudar nos trabalhos de manutenção e de requalificação do espaço.
“Está a ficar difícil manter o nosso centro, mas não desistimos. (…) Apesar do cansaço, da falta de recursos e , às vezes, do desespero, continuamos a fazer o nosso trabalho”, pode ler- -se uma publicação feita na página de facebook do Centro Fénix, por ocasião do primeiro aniversário da inauguração do espaço.
Em declarações ao JORNAL DE LEIRA, Ângelo Neto, tesoureiro da UAPT, assume a dificuldade em manter o centro a funcionar, mas garante que a associação e todos os envolvidos no projecto se “mantêm resilientes, firmes e fortes” no propósito de conseguir que o espaço cumpra a sua finalidade, que é o de “atender feridos, mas também a população”.
Sem apoios públicos
Sem querer entrar em pormenores sobre as razões do impasse e sobre o que está a ser feito para ultrapassar as dificuldades, o dirigente refere que vão “mantendo contactos com o Ministério da Defesa e com a associação de veteranos portugueses [Liga dos Combatentes]”.
A primeira fase do projecto, já executada – falta a construção de um elevador exterior que, segundo Ângelo Neto, está para “arrancar” – consistiu na preparação do edifício principal, com cerca de 50 quartos, um espaço de fisioterapia e ginásio para 50 pessoas. Ao lado do edifício principal, foi criado “um complexo de fisioterapia”, com 15 salas para esse efeito e massagem e uma sala de apoio psicológico, descreve o site da UAPT.
A reconversão do antigo seminário, que estava devoluto há vários anos, teve um custo estimado de 1,5 milhões de euros, contado com apoio de várias empresas nacionais, contributos de voluntários e da sociedade civil, assim como de uma organização cristã estrangeira, avançou a agência Lusa aquando da inauguração do espaço. “Não houve apoios estatais”, ressalva Ângelo Neto.x