A proposta para dar nova vida ao Leiria Retail Park, através da sua transformação em centro logístico e plataforma de negócios, apresentada há dois anos à Câmara, está dependente da aprovação da reformulação dos acessos Ao local.
A Infraestruturas de Portugal (IP) já deu pareceu negativo à proposta de intervenção, nomeadamente, às opções apresentadas para a acessibilidade ao IC2, mas decorrem ainda contactos entre o promotor e a empresa pública, para tentar encontrar uma solução.
“Foi manifestada a intenção de indeferimento pela Infraestruturas de Portugal, estando o requerente [Fungepi – Fundo de Gestão de Património Imobiliário] a tratar do assunto junto daquela entidade, por forma a obter o parecer favorável”, informa a Câmara de Leiria, frisando que a posição da IP é “vinculativa.”
Fonte próxima do promotor, um fundo ligado ao Novo Banco, confirma que têm “tentado gerir” com a IP “uma solução para o local”, que vá ao encontro dos acessos pretendidos, sem, contudo, revelar os condicionalismos impostos. Esse dado também não consta da informação do processo disponibilizada ao JORNAL DE LEIRIA para consulta.
Aquela fonte frisa que já depois da apresentação do processo para legalização e alteração de uso do Leiria Retail Park[LER_MAIS], feita em Novembro de 2017, foi construída uma nova rotunda no IC2, junto ao cruzamento Norte da Boa Vista, o que terá “implicação nos estudos realizados no passado” e que serviram de base ao projecto apresentado. Pelo que, “há novos elementos a avaliar”.
A mesma fonte garante, no entanto, que, apesar das dificuldades, “o promotor mantém todo o interesse em regularizar o espaço, que este tenha uso e que não fique ao abandono”. “Temos é de ultrapassar o impasse com a IF”, acrescenta.
De acordo com o processo apresentado na Câmara para a alteração e emissão de licença de utilização, que o complexo nunca teve, a intenção do promotor é adaptar o espaço para uso logístico. Para tal, propõe a criação de 13 armazéns, a partir do edificado existente, mantendo-lhe a cobertura e a fachada.
O projecto preconiza ainda a manutenção do restaurante, localizado na zona sul do terreno, e a demolição do estacionamento subterrâneo, que “não apresenta condições de circulação de veículos pesados” nem de “cumprimento da impermeabilização do solo”.
O novo aparcamento, que terá área “verde permeável” com recurso a grelhas de enrelvamento, disponibilizará 112 lugares para veículos ligeiros, 12 para pesados e 13 para cargas e descargas.
Segundo informação constante do processo, a intervenção tem um custo estimado em 413.450 euros e um prazo de execução de um ano. Com este processo pretende-se “regularizar e legalizar” o complexo, que operou como Retail Park sem licença de utilização, tendo sido embargado pela Câmara em 2001.
É também objectivo do promotor dar um novo uso ao espaço, que “vá ao encontro das necessidades actuais” e, dessa forma, potenciar “a venda deste activo”.
“A legalização do empreendimento trará ao município novas plataformas de negócios que permitem alavancar o crescimento do concelho”, alega o promotor.
A IP não respondeu ao pedido de esclarecimentos do JORNAL DE LEIRIA.